Fala, galera! Vamos falar sobre o tratamento da enterocolite necrosante (ECN), nosso primeiro texto sobre essa doença! Não deixem de conferir aqui no blog os textos referentes ao quadro clínico e diagnóstico dessa patologia que sairão depois desse aqui. A ideia é que até o final dessa leitura vocês saibam como tratar a ECN ao se depararem com ela.
O tratamento da enterocolite necrosante, inicialmente, se baseia em cuidados de suporte e antibioticoterapia empírica para limitar a progressão da doença e em exames seriados e monitoramento laboratorial e radiológico para monitorar o seu curso.
Existem alguns cuidados de suporte para o tratamento da enterocolite necrosante, como:
A antibioticoterapia empírica inicial deve fornecer cobertura de amplo espectro, como por exemplo ampicilina + gentamicina + metronidazol ou monotorapia com Tazocin ou meropenem. Em centros com alta prevalência de MRSA é válido acrescentar vancomicina e, na suspeita de infecção fúngica, o fluconazol.
Não há um consenso claro sobre quais pacientes precisam de cirurgia, com exceção daqueles com perfuração intestinal. Lembra da classificação de Bell abordada no texto de diagnóstico?
Então, a princípio o tratamento médico de suporte é fornecido apenas para pacientes no estágio I (não comprovado) e a maioria dos casos no estágio II (doença comprovada, mas não avançada).
Já a cirurgia é reservada a paciente no estágio III (doença avançada e perfuração intestinal) ou no estágio II que não respondem ao tratamento médico. O objetivo é remover o intestino necrótico inviável e controlar o extravasamento entérico.
Os procedimentos cirúrgicos incluem laparotomia exploradora com ressecção intestinal ou drenagem peritoneal primária, sendo essa última reservada para bebês sem condições clínicas para serem submetidos a laparotomia.
A abordagem geralmente consiste na ressecção intestinal do segmento afetado, colocação de enterostomia proximal e fístula mucosa distal.
Depois de submetida a cirurgia e apresentar melhora clínica, um enema de contraste é obtido antes de iniciar a alimentação. Em caso de resposta não satisfatória, uma nova intervenção pode ser necessária. Vale ressaltar que existem muitas complicações relacionadas ao quadro, dentre elas:
Apesar dessas complicações, o prognóstico da NEC melhorou com o reconhecimento e tratamento precoces, com taxas de sobrevivência de aproximadamente 70 a 80 por cento das crianças afetadas. A longo prazo, aproximadamente metade dos sobreviventes não apresenta sequelas significativas.
Então agora já discutimos sobre o tratamento da enterocolite necrosante! Mas ainda há mais conteúdo sobre essa doença para explorar, né? Então fique de olho no nosso blog para saber mais!
Continuem estudando e nos encontramos em breve! Ah, e se quiser conferir mais conteúdos de Medicina de Emergência, dê uma passada na Academia Medway. Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos.
Referências:
Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).