Podcast Projeto R1 SP – episódio #7: primeiro lugar na residência e f$#%-se

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Se você anda acompanhando a gente pelas redes sociais e aqui no Blog, já deve ter se ligado que a Medway está lançando podcasts de residência semanalmente, certo? Agora, se esse não for o caso, você não sabe o que está perdendo! O convidado do episódio “Primeiro lugar na residência e f$#%-se”, do Projeto R1 São Paulo, foi o Matheus Vasconcelos, R1 de Neurocirurgia na Santa Casa. Ele falou com a gente sobre sua preparação para a residência, quais percalços precisou enfrentar — e não foram poucos — e como conseguiu conduzir a vida pessoal e os estudos.

Pra saber de tudo que a gente conversou, você pode ouvir o episódio do nosso podcast de residência médica em qualquer plataforma de streaming de áudio ou no nosso site. Mas, calma! Se você ainda não está com tempo para ouvir o programa na íntegra, fica tranquilo que nós separamos alguns dos momentos dele para você conferir aqui. Dá só uma olhada!

Pressão dos colegas

Todos nós sabemos que a preparação para a residência é um processo compartilhado com muitas pessoas. Afinal, você geralmente está na graduação ou acabou de sair dessa fase e, portanto, convive com diversas pessoas com o mesmo objetivo.

Isso pode ser muito bom por um lado. O contato com colegas que estão passando pelo mesmo que você pode ajudar a segurar a barra e manter todos focados no objetivo. Só que nem sempre é assim. No fim das contas, esse ambiente pode gerar uma pressão improdutiva e até mesmo um grau de competição.

O nosso entrevistado contou um pouco da sua convivência com isso. O Matheus não partiu da graduação direto para a residência e decidiu tirar um tempo para ele. Essa decisão, às vezes, pode gerar desconforto, já que continuamos vendo nossos pares estudando e se preparando para os processos seletivos. Mas, no caso do convidado, isso não foi tão impactante. Dá só uma olhada:

“Eu sou facilmente influenciável para algumas coisas, mas eu sou bem decidido. Eu tenho muita segurança do que eu quero. Quando eu quero alguma coisa eu luto, brigo, sou chato mesmo e vou até o final. Assim, eu não ligo muito pro que as pessoas falam. Claro que eu não sou arrogante a esse ponto. Não é isso que eu quero dizer. Mas eu sei o que eu quero e quando eu estou focado, dificilmente alguma coisa me faz mudar de ideia. Eu tinha certeza que eu precisava ter um descanso. Eu precisava estar bem comigo mesmo, resolver outros problemas para estar bem mentalmente, bem fisicamente para atuar em um processo que vai exigir alta performance física e mental, que é a residência. Então eu queria estar 100% bem pra dar o melhor de mim pra um processo que sabemos que vai te sugar até o máximo”.

E como encarou isso?

Bom, como vocês viram, o Matheus tomou uma decisão para si mesmo: passar por um ano “sabático” e chegar com tudo na preparação para a residência. Ele contou como fez para não cair em uma pressão desnecessária, mas também falou como ele encara, hoje, essa decisão. No fim das contas, valeu a pena reservar um ano para experienciar coisas diferentes? Ele respondeu!

“Dedicar um ano, parte da sua vida, pra fazer algo que você quer e que você acredita que é necessário é muito importante. Acho que você precisa ter a experiência de trabalhar, de tocar um serviço, de ganhar um dinheiro, de aproveitar um pouco a vida, de viajar. Porque eu acho que desde a adolescência nós somos muito cobrados. É muito difícil você entrar num processo de vestibular, é muito difícil você cursar uma faculdade de medicina. É uma exigência, uma carga horária muito grande. E eu sou daquelas pessoas que acreditam assim: viva a vida, quando você puder. Se você pode se dar ao luxo de ter essas experiências e se você acha que vai acrescentar para você, eu particularmente não tenho pressa de viver, eu acho que vale a pena. No meu caso pelo menos serviu”.

E a preparação pra residência?

Mas, depois desse período, é claro que a preparação começou, certo? E então, o Matheus caiu de cabeça nos estudos. Só que nem sempre afinco e dedicação significam resultado, não é mesmo? O nosso convidado descreveu, no nosso podcast de residência, como era a sua preparação àquela altura:

“Eu fazia o que todo mundo fazia: eu lia apostila, fazia resumo, só que eu não criava métricas de produtividade, eu fazia poucas questões, fazia só aquelas questões da própria apostila, que eram 100, 120 questões. Não fazia simulados, não fazia as provas na íntegra. Eu era uma máquina de ler. Ler e copiar. Uma máquina”.

Agora, se isso foi o suficiente, você já deve saber a resposta. Naturalmente, o rendimento dos estudos não foi dos mais altos utilizando essas técnicas. Sem metrificação ou estudo por questões, é difícil alcançar os resultados. Mas, felizmente para o Matheus, ele logo se deu conta.

A virada de chave

Bom, mas se o Matheus chegou até lá e se tornou R1 da Santa Casa, certamente foi porque em algum momento as coisas entraram nos eixos. E isso se deu com uma mudança que foi, principalmente, mental. Fica com as palavras dele:

“Eu comecei a confiar mais em mim. Eu tinha muito problema de autoconfiança, de insegurança. Eu tinha muito bloqueio. Eu liguei a chavinha do f***-se. Quando eu liguei essa chavinha, eu passei a ter muito mais segurança, a ponto de eu confiar no que vocês da Medway começaram a me repassar. Eu comecei a acreditar em exemplos e pessoas reais, não em exemplos extraordinários, em gênios. Eu não queria copiar outras pessoas, eu queria só fazer o básico, o mínimo que pessoas que chegaram lá no “pódio” fizeram. E aí eu comecei a me organizar melhor, ter hora cronometrada. Hora que eu começava a ler, hora que eu parava de ler, hora que eu ia ao banheiro, número de questões, porcentagem de acertos. Eu parei de trabalhar. Eu tirava um plantão por semana; ou dois, três plantões por semana no máximo, só para arcar com as minhas despesas fixas. Comecei a fazer muito mais questão. Questão, questão, questão… Fazia muitas, chegava a fazer 150, 200 questões por dia. Tinham dias em que eu fazia menos, mas eu já assistia algumas aulas que eu tinha certa dificuldade em alguns assuntos. Eu mudei totalmente o meu planejamento, mas mudei principalmente meu mindset”.

Ouça o podcast de residência na íntegra

Bom, você já conseguiu ter uma ideia do que rolou no episódio 7 do nosso podcast de residência médica, o Projeto R1 SP. Mas eu te garanto, isso é só uma fração de tudo que a gente falou por lá. A história do Matheus contou com várias reviravoltas, entre términos de namoros e problemas de saúde. Passar por tudo foi uma barra, mas deu certo e o resultado chegou.

E se você quer uma história como essa pra se inspirar; bom, talvez o melhor seja ouví-la, não é? Então entre agora na página do episódio e aproveite! Também dá pra ouvir o programa pelo Spotify ou qualquer outro aplicativo de áudio.

Bora conferir?

AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor