Fala, galera! Se você está na fase de preparação para o R+ de Pediatria, sabe que a diferença muitas vezes está no treino estratégico. Por isso, hoje vamos trazer questões de R+ de Pediatria comentadas para te dar um panorama de como os temas desse tipo de avaliação são cobrados.
Aqui no blog da Medway, a gente aposta bastante no estudo por questões. Por quê? Porque esse método força o cérebro a pensar no cenário real de provas, onde enunciados são longos, com pegadinhas e exigem associação de conhecimentos. Resolver questões é um ótimo treino para acostumar o raciocínio clínico às demandas do exame de R+, identificar as falhas nos seus estudos e otimizar o tempo de revisão.
Sem mais delongas, vamos às questões de R+ de Pediatria!
Criança de 6 anos, com febre de 40 graus e odinofagia, é levada ao pediatra para avaliação. Durante o exame, foi identificada história clínica e exame físico compatíveis com amigdalite bacteriana e realizado tratamento com Penicilina Benzatina. Após 5 dias a criança persiste com o mesmo quadro clínico. A respeito do quadro, é correto afirmar que o médico deve:
A) trocar o antibiótico para Amoxicilina com Clavulanato.
B) solicitar exames para a investigação de complicações.
C) trocar o antibiótico por Oxacilina.
D) internar a criança e iniciar Cefepime.
E) suspender a antibioticoterapia, pois o quadro é viral.
A questão aborda uma situação clínica muito comum na prática médica: a falha terapêutica em amigdalite bacteriana pediátrica. Este é um tema recorrente em provas de residência, pois avalia tanto conhecimentos sobre infecções de vias aéreas superiores quanto a habilidade do candidato em tomar decisões diante de um tratamento que não surtiu o efeito esperado.
No caso apresentado, temos uma criança de 6 anos com quadro clássico de amigdalite (febre alta e odinofagia) que foi diagnosticada clinicamente como bacteriana e tratada com Penicilina Benzatina, que é considerada a primeira linha para amigdalite estreptocócica. O ponto crucial da questão é que, após 5 dias, não houve melhora clínica, o que caracteriza uma falha terapêutica.
A Penicilina Benzatina é extremamente eficaz contra o Streptococcus pyogenes (principal causador de amigdalite bacteriana), com taxas de resistência praticamente inexistentes no Brasil. Portanto, a persistência dos sintomas após tratamento adequado não deve ser interpretada imediatamente como falha por resistência bacteriana, mas deve levantar suspeitas de complicações ou diagnósticos alternativos.
Vamos conferir as alternativas:
Alternativa A
Esta alternativa estaria correta se o problema fosse resistência bacteriana, porém a resistência do Streptococcus pyogenes à penicilina é extremamente rara. Trocar empiricamente o antibiótico sem investigar possíveis complicações não é a melhor conduta inicial. A Amoxicilina com Clavulanato amplia o espectro antimicrobiano, mas sem saber a causa da falha terapêutica, esta substituição pode ser inadequada e expõe o paciente a um antimicrobiano de espectro mais amplo desnecessariamente.
Alternativa B
Esta é a alternativa correta. Diante de falha terapêutica com Penicilina Benzatina em amigdalite presumidamente estreptocócica, a prioridade deve ser investigar possíveis complicações, como abscesso periamigdaliano, abscesso retrofaríngeo, ou outras complicações supurativas. Estes quadros podem exigir drenagem cirúrgica ou outras abordagens específicas. A persistência de febre alta por 5 dias apesar do tratamento adequado é um sinal de alerta que justifica investigação complementar antes de simplesmente trocar o antibiótico.
Alternativa C
A Oxacilina é um antibiótico indicado principalmente para infecções por Staphylococcus aureus resistente à penicilina, mas sensível à meticilina. Não é uma escolha apropriada para amigdalite estreptocócica. Além disso, assim como na alternativa A, trocar empiricamente o antibiótico sem investigar a causa da falha terapêutica não seria a conduta adequada nesse momento.
Alternativa D
Esta alternativa representa uma escalada excessiva e desnecessária do tratamento. O Cefepime é uma cefalosporina de quarta geração, de uso majoritariamente hospitalar e reservada para infecções graves. A internação e uso de antibióticos de amplo espectro não são justificados neste momento, sem antes investigar adequadamente as causas da falha terapêutica e possíveis complicações.
Alternativa E
Suspender a antibioticoterapia baseado apenas na falha terapêutica inicial não é apropriado. Embora seja possível que o quadro inicial fosse viral (como mononucleose infecciosa, que pode mimetizar amigdalite bacteriana), esta conclusão não pode ser feita sem investigação adicional. A persistência de febre alta por 5 dias requer avaliação cuidadosa antes de descartar uma etiologia bacteriana ou suas complicações.
Visão do aprovado
Ao me deparar com questões sobre falha terapêutica, sempre tento seguir um raciocínio sistemático:
Este método ajuda a evitar o erro comum de simplesmente escalonar antibióticos sem uma investigação apropriada.
Um dos pontos que facilmente poderia confundir nesta questão é a tendência de mudar imediatamente o antibiótico quando há falha terapêutica. Porém, em pediatria, é fundamental lembrar que a resistência do Streptococcus pyogenes à penicilina é virtualmente inexistente, então outras possibilidades devem ser consideradas.
Nas provas de residência, é importante reconhecer que os elaboradores frequentemente testam não apenas conhecimento, mas o processo de tomada de decisão clínica. Respostas que sugerem condutas de “atalho” (como trocar antibiótico empiricamente sem investigação) costumam estar erradas.
Para aprofundar conhecimentos neste tema, sugiro estudar as complicações das infecções estreptocócicas, como abscessos periamigdalianos e retrofaríngeos, além de complicações não supurativas como febre reumática e glomerulonefrite pós-estreptocócica. Também é útil revisar os critérios clínicos para diferenciar amigdalite viral da bacteriana (critérios de Centor modificados) e os exames complementares úteis na investigação dessas condições.
Vale lembrar que a amigdalite bacteriana adequadamente tratada costuma mostrar melhora dos sintomas em 24-48 horas. A persistência de sintomas além desse período deve sempre levantar suspeitas de complicações ou diagnósticos alternativos, como mononucleose infecciosa, que frequentemente é confundida com amigdalite bacteriana.
Menino, 6 anos de idade, com histórico de poliartrite bilateral há 45 dias, em investigação de doença reumatológica. Devido às dores de forte intensidade, está em uso de ibuprofeno oral há 30 dias. Há 7 dias, iniciou quadro de dor abdominal no andar superior, sem melhora com analgésico simples. O paciente comparece no pronto-socorro infantil apresentando melena em grande quantidade, associado a um episódio significativo de hematêmese. Foi encaminhado à sala de emergência. No exame físico inicial, o paciente apresentava-se descorado (3+/4+), com FC de 140 bpm, PA de 70×40 mmHg, FR de 30 rpm, Sat. O2 de 94%, pulsos periféricos finos e extremidades frias. A criança estava sonolenta, mas reagindo a estímulo verbal. Exames laboratoriais evidenciam Hb de 6 g/dL e Ht de 18%. Gasometria venosa com pH de 7,20, HCO3 de 12 mg/mL, BE de -10. O restante do exame físico não apresentou alterações significativas. Assinale a alternativa que apresenta a melhor conduta para o caso.
A) Hidratação EV, omeprazol EV, terlipressina ou octreotide EV e solicitar EDA.
B) Hidratação EV, solicitação de hemocomponentes, omeprazol EV e solicitar EDA.
C) Solicitação de hemocomponentes, omeprazol EV, terlipressina ou octreotide EV e solicitar EDA.
D) Solicitação de hemocomponentes, cefotaxima, omeprazol EV e solicitar EDA.
Estamos diante de um caso de hemorragia digestiva alta (HDA) grave em uma criança de 6 anos, com quadro clínico típico de choque hipovolêmico. O paciente apresenta fatores de risco evidentes para desenvolvimento de úlcera péptica, principalmente o uso prolongado de ibuprofeno (AINE) por 30 dias para tratamento de poliartrite bilateral.
O quadro se iniciou com dor abdominal no andar superior há 7 dias (sugestivo de gastrite/úlcera), evoluindo para manifestações graves de sangramento: melena em grande quantidade e hematêmese significativa.
O exame físico revela sinais de choque hipovolêmico: palidez intensa (3+/4+), taquicardia (FC 140bpm), hipotensão (PA 70x40mmHg), taquipneia (FR 30rpm), pulsos finos e extremidades frias. Além disso, há alteração do sensório (sonolência), outro sinal de hipoperfusão cerebral. Os exames laboratoriais confirmam a gravidade do quadro, com anemia severa (Hb 6g/dL) e acidose metabólica (pH 7,20, HCO3 12mg/mL, BE -10), esta última decorrente da hipoperfusão tecidual.
A conduta deve focar inicialmente na reposição volêmica para restaurar a perfusão tecidual, seguida da transfusão de hemoderivados para corrigir a anemia grave, associada à terapia específica para controle do sangramento digestivo.
Um ponto importante: o manejo da HDA varicosa, secundária ao sangramento de varizes esofágicas decorrentes de hipertensão portal, envolve o uso de vasoconstritores esplâncnicos, como terlipressina ou octreotide. Porém, aqui, se trata de uma HDA não-varicosa!
Vamos olhar as alternativas:
Alternativa A
Embora inclua corretamente a hidratação EV (essencial no manejo inicial do choque hipovolêmico) e o omeprazol EV (para reduzir a secreção ácida e auxiliar no controle do sangramento), não há indicações de vasoconstritores esplâncnicos (terlipressina ou octreotide), uma vez que o sangramento não é de origem varicosa!
Alternativa B
Esta alternativa está CORRETA. Ela contempla todos os elementos essenciais para o manejo adequado deste caso:
Alternativa C
Embora inclua a solicitação de hemocomponentes e o omeprazol EV, ela omite a hidratação EV, que é o primeiro passo no manejo do choque hipovolêmico. Além disso, assim como na alternativa A, inclui terlipressina ou octreotide, que não são medicamentos úteis para o provável diagnóstico deste paciente (úlcera péptica por AINE).
Alternativa D
Esta alternativa falha em não incluir a hidratação EV, componente essencial no manejo inicial. Além disso, inclui cefotaxima (antibiótico), que não está indicada rotineiramente no manejo de HDA não varicosa (porém, em casos de HDA varicosa em paciente cirrótico, é fundamental – quadros infecciosos podem ser o gatilho para essa emergência).
Visão do aprovado
Apesar de essa questão especificamente cobrar o manejo da HDA não-varicosa, é frequente nos depararmos na prova da USP-SP com o manejo da HDA varicosa, que incluirá:
Assinale a alternativa correta quanto a dose de suplementação medicamentosa de ferro elementar para um recém-nascido a termo com peso de nascimento de 2.430 g:
A) 1 mg/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, durante dois anos.
B) 2 mg/kg/dia, iniciando com 30 dias de vida, até um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia até dois anos.
C) 1 mg/kg/dia, iniciando com 90 dias de vida, durante dois anos.
D) 2 mg/kg/dia, iniciando com 90 dias de vida, até um ano. Após este prazo, 1 mg/kg/dia até dois anos.
Pessoal, tema muito recorrente nas provas: suplementação de ferro em recém-nascidos. A anemia ferropriva é a carência nutricional mais prevalente em todo o mundo, e os lactentes constituem um dos grupos de maior risco para essa condição.
A suplementação adequada, do ponto de vista de saúde pública, é fundamental, já que deficiência de ferro pode comprometer o desenvolvimento neuropsicomotor da criança, com efeitos que podem ser irreversíveis mesmo após a correção da anemia.
Aqui a questão foi super direta, sobre a orientação para um recém-nascido (RN) a termo com peso de nascimento de 2.430g. Precisamos lembrar que a suplementação de ferro é realizada nos primeiros dois ano de vida, mas as recomendações sobre a dose de suplementação e o momento de início no primeiro ano de vida variam conforme a idade gestacional, peso de nascimento e presença de fatores de risco.
Pelas diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (atualização em 2021), temos o seguinte:

Fatores de risco: aleitamento materno exclusivo prolongado (superior a seis meses), consumo de leite de vaca antes de 1 ano de idade, dietas vegetarianas sem orientação de médico/nutricionista, clampeamento umbilical < 1minuto, ausência de suplementação de ferro na gestação, desnutrição materna, entre outros.
Vamos às alternativas!
Alternativa A
Embora o início aos 30 dias de vida esteja correto para um RN a termo com menos 2500g, a dose de 1 mg/kg/dia é insuficiente no primeiro ano de vida. Para este grupo específico, a recomendação é de 2 mg/kg/dia no primeiro ano.
Alternativa B
Esta é a alternativa correta. Para um RN a termo com menos de 2.500g, como é o caso apresentado (2.430g), a recomendação atual é iniciar a suplementação com 2 mg/kg/dia de ferro elementar aos 30 dias de vida e manter essa dose até completar 1 ano. Após esse período, reduz-se a dose para 1 mg/kg/dia até completar 2 anos de idade.
Alternativa C
Esta alternativa está incorreta por dois motivos: primeiro, o início da suplementação aos 90 dias é tardio para um RN a termo nascido com menos de 2500g (o correto seria aos 30 dias); segundo, a dose de 1 mg/kg/dia é insuficiente para o primeiro ano de vida nesse grupo específico.
Alternativa D
Embora a dosagem esteja correta (2 mg/kg/dia no primeiro ano e 1 mg/kg/dia no segundo), o início da suplementação aos 90 dias é tardio para um RN a termo com baixo peso ao nascer. O correto seria iniciar aos 30 dias de vida.
Visão do aprovado
Pessoal, atenção a esse tema! É importante lembrar as doses e recomendações para cada grupo. Aqui vai outra forma para auxiliar na memorização:

Joana, mãe de 4 filhos, recebeu o diagnóstico de tuberculose pulmonar hå 7 dias (BAAR positivo no escarro espontâneo), só sair da maternidade. Procura a unidade básica de saúde para avaliação dos menores. Todos estão assintomáticos e têm radiografias normais. As idades e os resultados da prova tuberculínica (PT) estao descritos a seguir.
A conduta correta para cada caso, nesse momento, é:
A) Criança A iniciar quimioprofilaxia primária para tuberculose, criança B: iniciar tratamento para tuberculose latente, criança C: repetir PT em 8 semanas, adolescente D: Iniciar tratamento para tuberculose latente.
B) Criança A: iniciar quimioprofilaxia primária para tuberculose, criança B: repetir PT em semanas; criança C: repetir PT em semanas; adolescente D: Iniciar tratamento para tuberculose latente.
C) Criança A: realizar PT e, se positiva, iniciar quimioprofilaxia primária para tuberculose, criança 8: repetir FT em 8 semanas, criança C: repetir PT em 8 semanas: adolescente D: repetir PT em 8 semanas.
D) Criança A: realizar BCG e não realizar PT pela idade, criança repetir PT em 8 semanas; criança C: repetir PT em 8 semanas, adolescente D: repetir PT em semanas.
E) Criança A: aguardar até o terceiro mês de vida para realizar PT; criança B: Iniciar tratamento para tuberculose latente, criança C: repetir PT em 8 semanas; adolescente D: repetir PT em semanas.
Joana, mãe bacilífera com TB pulmonar confirmada há 7 dias, tem quatro filhos, todos assintomáticos, com RX normal, e diferentes idades e resultados de PT:
Vamos analisar cada uma das crianças:


Dá uma olhada nas questões:
Alternativa A
Esse é o gabarito da questão a partir do raciocínio descrito acima.
Alternativa B
A criança B apresenta PPD positivo (>=5mm), está assintomático e com RX de tórax normal. Nesse caso, está indicado o tratamento da ILTB.
Alternativa C
Não há necessidade em realizar PPD no RN antes do início da quimioprofilaxia.
Alternativa D
Não devemos vacinar a criança A com BCG. Primeiro fazemos a quimioprofilaxia e só depois a BCG.
Alternativa E
Não vamos aguardar 3 meses para reavaliar o RN, certo?
Visão do aprovado
Tema quente! Lembrem-se que o manejo do RN contactante de TB passou por atualizações em 2024:



Lactente, 6 meses de idade, é levado à emergência com história de febre há um dia, coriza hialina, tosse seca e recusa alimentar. Exame físico: irritado, sudoreico, taquicardico (FC 210 bpm), febril (38°C), enchimento capilar de 5 segundos e pulsos periféricos com amplitude reduzida. ECG mostrado abaixo. Assinale a conduta adequada na condução do caso clínico:

A) Desfibrilação
B) Antitérmico IV.
C) Expansão volêmica
D) Cardioversão sincronizada
Esta questão aborda um cenário crítico em emergência pediátrica que todo médico deve saber identificar e manejar rapidamente. Temos um lactente de 6 meses com quadro inicial que sugere uma infecção viral (febre, coriza, tosse), mas que apresenta sinais alarmantes de comprometimento hemodinâmico.
A frequência cardíaca extremamente elevada (210 bpm), associada ao enchimento capilar prolongado (5 segundos) e pulsos periféricos fracos, indica instabilidade circulatória aguda. O ECG apresentado mostra um ritmo regular, rápido, com complexos QRS estreitos, característico de uma taquicardia supraventricular (TSV), que é a causa da descompensação hemodinâmica do paciente.
Para um lactente nesta condição, a conduta imediata precisa visar a reversão da arritmia, seguindo os protocolos do PALS (Pediatric Advanced Life Support).
Alternativa A
A desfibrilação é um procedimento não-sincronizado indicado para ritmos caóticos como fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso. Não é a conduta apropriada para uma TSV, pois aplicar o choque em qualquer momento do ciclo cardíaco (sem sincronização) pode induzir fibrilação ventricular se ocorrer durante o período vulnerável do ciclo cardíaco (fenômeno R sobre T). Esta é uma alternativa perigosa neste contexto.
Alternativa B
Embora o paciente esteja febril, o antitérmico intravenoso não é prioridade neste momento. A febre de 38°C não é a causa da instabilidade hemodinâmica, e sim a arritmia. O foco do tratamento inicial deve ser a correção da TSV, que é a causa direta do comprometimento circulatório. Tratar apenas a febre seria negligenciar a emergência cardiovascular.
Alternativa C
A expansão volêmica pode até ser uma medida de suporte em pacientes com comprometimento circulatório, mas não é a conduta prioritária quando o problema central é uma arritmia como a TSV. O enchimento capilar prolongado e pulsos fracos são consequências da taquicardia extrema reduzindo o tempo de enchimento diastólico e, consequentemente, o débito cardíaco. Sem reverter a arritmia, a expansão volêmica não resolverá o problema de base.
Alternativa D
Esta é a conduta correta. A cardioversão sincronizada é o tratamento de escolha para taquicardia supraventricular com sinais de instabilidade hemodinâmica em pediatria. O procedimento sincroniza o choque elétrico com a onda R do ECG, evitando sua aplicação durante o período vulnerável do ciclo cardíaco (prevenindo fibrilação ventricular iatrogênica). Segundo o PALS, a dose inicial para cardioversão em pediatria é de 0,5-1 J/kg, podendo aumentar para 2 J/kg caso não haja resposta.
Visão do aprovado
Para acertar este tipo de questão, é fundamental saber interpretar o conjunto de sinais de instabilidade hemodinâmica (tempo de enchimento capilar >2 segundos, pulsos fracos) associados à taquicardia extrema no contexto pediátrico. Um ponto crucial é a interpretação do ECG – aprenda a reconhecer o padrão da TSV: frequência cardíaca elevada (geralmente >220 bpm em lactentes), ritmo regular e QRS estreitos sem ondas P visíveis ou com ondas P retrógradas.
Muitos candidatos confundem quando usar desfibrilação versus cardioversão sincronizada. Um mnemônico útil: “SinCaVa” – Sincronize para Cardioversão quando há pulsos, Va direto (desfibrilação) quando não há pulsos palpáveis.
Lembre-se que no algoritmo do PALS, para TSV com instabilidade hemodinâmica, a conduta é cardioversão sincronizada imediata. Se o paciente estivesse estável, poderia-se tentar manobras vagais seguidas de adenosina.
Conecte este conteúdo com o manejo de outros quadros de emergência em pediatria e com a interpretação de arritmias no ECG. Uma armadilha comum neste tipo de questão é focar demasiadamente nos sintomas respiratórios/infecciosos, deixando de valorizar os sinais cardiovasculares.
Para estudos complementares, aprofunde-se nos algoritmos do PALS, nos valores de referência dos sinais vitais pediátricos por faixa etária e nas principais causas de TSV em lactentes (normalmente são via acessória como na Síndrome de Wolff-Parkinson-White).
Pediatria – Adolescente, 14 anos de idade, queixa-se de sonolência durante as aulas. Ele dorme cerca de 8 horas por noite. Refere que se sente mais alerta após breves cochilos durante o dia. Recentemente, iniciou com episódios de perda do tônus muscular após dar risada ou se irritar, mas nega perda de consciência durante esses episódios. Considerando o diagnóstico mais provável, é correto afirmar que:
A) níveis de hipocretina no líquor se encontram elevados.
B) teste de múltiplas latências do sono comumente se encontra normal.
C) modafinila e psicoestimulantes são opções terapêuticas.
D) alucinações que ocorrem ao adormecer são hipnopômpicas, e as que ocorrem ao despertar são hipnagógicas.
A questão traz um quadro de paciente com sonolência diurna excessiva e que passou a apresentar episódios súbitos de perda de tônus. Essas alterações são típicas da narcolepsia.
A narcolepsia é um distúrbio do sono REM com as 4 características
A cataplexia, paralisia do sono e as alucinações são introduções de elementos do sono REM na vigília.
A narcolepsia pode se dividir em
Alternativa A
A orexina (também chamada de hipocretina) é um neurotransmissor envolvido na manutenção da vigília. Ela se encontra diminuída na narcolepsia, devido à perda dos neurônios produtores dessa substância.
Alternativa B
Na avaliação diagnóstica da narcolepsia, costuma-se realizar inicialmente uma polissonografia , com o objetivo de afastar outras causas de sonolência excessiva diurna. Em seguida, é feito o teste das latências múltiplas do sono (TLMS). Esse teste visa demonstrar a presença de períodos de sono REM no início do sono.
Na narcolepsia, o TLMS costuma estar alterado, com presença de sono REM dentro de 15 minutos após o início do sono — enquanto, normalmente, o sono REM aparece apenas após cerca de 70 minutos do início do sono.
Alternativa C
O modafinil é o tratamento de primeira linha aprovado para a narcolepsia. É bastante eficaz para os sintomas de sonolência diurna, mas não parece ter impacto significativo na cataplexia e em outros sintomas associados. O metilfenidato é a segunda opção terapêutica.
A cataplexia, as alucinações hipnagógicas/hipnopômpicas e a paralisia do sono respondem melhor a medicamentos que suprimem o sono REM, como:
Alternativa D
A questão inverteu a nomenclatura das alucinações associadas ao sono. O correto é:
Dica para não confundir
Visão do aprovado
Vamos lembrar os critérios diagnósticos de narcolepsia tipo 1:
E aí, curtiu esse treino? Como você viu, resolver questões de R+ de Pediatria é um jeito certeiro de revisar os principais temas, se acostumar ao estilo das provas e ainda fortalecer o raciocínio clínico para o dia a dia da residência. Mais do que decorar conteúdo, esse tipo de prática te ajuda a pensar como a banca e a agir com segurança diante de cenários reais.
Então, bora incluir esse hábito na sua rotina de estudos! Quanto mais você praticar com questões comentadas, mais perto vai estar de garantir um bom resultado no R+ e de se sentir preparado para encarar os desafios da Pediatria na prática.
Com o Extensivo R+ de Pediatria, você estuda para os processos seletivos com uma equipe de professores titulados e subespecialistas que sabem exatamente como te preparar para conquistar a vaga no R+ de Pediatria dos seus sonhos.
Médica formada pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) com residência em Pediatria Geral e Infectologia Pediátrica pela FMUSP-SP.