As consequências da quarentena na saúde mental dos estudantes de Medicina

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O Brasil está enfrentando uma nova pandemia. Dessa vez, na saúde mental. A pandemia do coronavírus causou um grande impacto no emocional dos brasileiros em geral. Hoje, vamos falar sobre as consequências da querentena na saúde mental dos estudantes de Medicina.

Devido ao sentimento de medo, ao isolamento social, à perda de familiares e à falta de estabilidade no trabalho, o nível de estresse e sofrimento psicológico da nossa população chegou a uma situação bem alarmante.

Mas a saúde mental dos estudantes de Medicina já era uma grande preocupação antes mesmo da pandemia. Isso porque o curso é visto como um dos mais difíceis e trabalhosos, desde o momento de seu vestibular.

Por essa razão, precisamos conhecer as consequências da quarentena na saúde mental dos acadêmicos de Medicina para que possamos descobrir o que pode e deve ser feito a respeito disso. Afinal, saúde é algo que a gente não pode negligenciar, não é verdade? Então, continue nos acompanhando!

A saúde mental dos estudantes de Medicina antes da pandemia

Como comentamos anteriormente, os problemas com a saúde mental dos estudantes de Medicina já eram preocupantes antes mesmo da pandemia do coronavírus.

Como é de conhecimento popular, o curso de Medicina é um dos mais difíceis e trabalhosos. Por isso, os estressores começam a surgir logo na fase de vestibular, um período bem conhecido por causar muita ansiedade, incertezas e frustrações em estudantes de todo o país.

Depois da aprovação no curso, surgem outras dificuldades como a de planejar carreira, a pressão popular para médicos serem sempre excelentes no desempenho de suas funções, a falta de tempo para atividades sociais, os longos períodos de plantões, dificuldades na escolha de uma especialidade, a pressão das etapas finais do curso e a dificuldade de ver paciente graves chegando ao final de suas vidas.

É muita pressão para qualquer ser humano lidar, não é? Por isso, a saúde mental dos acadêmicos de Medicina mostra uma alta prevalência de desordens emocionais, como depressão, ansiedade e estresse. Enquanto a prevalência em estudantes em geral fica entre 15 e 25%.

Metade dos estudantes de Medicina apresentam algum transtorno mental e isso deve ser considerado um problema para a comunidade médica e acadêmica. 

Ou, melhor dizendo: não apenas os estudantes, mas também os vestibulandos, médicos e demais profissionais da área da saúde. Em todas as fases de formação de um estudante de Medicina, há muitos desafios presentes.

Mudança do modo de estudar dos estudantes de Medicina e as consequências

O trabalho presencial e o estudo dentro de ambientes acadêmicos proporcionam uma estrutura, ainda que temporal, promovem um contato social, geram propósitos e esforços coletivos e também exigem o cumprimento de atividades com regularidade. 

Os estudantes conseguem uma certa estabilidade emocional quando a rotina está organizada e quando há uma certa socialização.

Com a pandemia da Covid-19, isso deixou de ser possível. O coronavírus foi considerado altamente transmissível pela Organização Mundial da Saúde. Então, para que a sua disseminação fosse evitada, as universidades tiveram de adaptar todas as aulas para a modalidade online.

O estresse gerado pelas mudanças nos métodos de ensino, sociabilidade e aplicação de provas foi imenso. 

Computadores indisponíveis, a falta de acesso à internet para o acompanhamento das aulas, as dificuldades de contatar professores para esclarecimentos de dúvidas e a falta de um bom local para o estudo foram alguns dos problemas “extras” que surgiram para os estudantes.

Muitos estudantes passaram, então, a necessitar de procedimentos psíquicos e a relatar falta de interesse em suas atividades, sentimento de solidão, dificuldades para dormir, perda de esperança no futuro, sensação de inutilidade ou incapacidade de serem úteis na vida. Sintomas físicos também foram identificados. Entre eles: fadiga, cefaleia e dores nas costas.

A pandemia, o isolamento social imposto por ela, o temor relacionado às novas ondas de infecção e às novas variantes, sem dúvida alguma, foram potencializadores de estresse e agravaram problemas que já estavam instalados.

Prevenção

É fundamental que estudantes que se queixam de insônia, irritabilidade ou desânimo sejam orientados a buscar ajuda profissional, principalmente se esses sintomas já persistem há semanas. Quanto antes os sintomas forem identificados e quanto maior for a assistência oferecida aos estudantes, mais efetivos serão os resultados.

O tratamento irá servir para que mecanismos adaptativos que se encontram fragilizados sejam fortalecidos. Em alguns casos, o uso de medicação pode ser necessário.

Mas a saúde mental é biopsicossocial e para que ela seja bem tratada, há mais algumas coisas que precisam ser consideradas: os fatores de vulnerabilidade. 

Bullying em ambientes acadêmicos, baixa renda, violência contra pessoas LGBTQIA+, distância dos familiares, solidão, dependência financeira, consumo excessivo de álcool e dependência financeira. Todos esses fatores são um risco para a população estudantil.

Logo, boas condições de vida, trabalho e sociabilidade do estudante são tão necessárias quanto a ajuda de um profissional especializado em saúde mental. Fica claro que a prevenção também é um papel das universidades, que devem implementar

centros de apoio psicológico e psiquiátrico em campus universitários, e do Estado.

Agora você já sabe as consequências da quarentena na saúde mental dos estudantes de Medicina

Não foram poucas as consequências da quarentena na saúde mental dos estudantes de Medicina, não é? Felizmente, podemos acreditar que a pior fase da pandemia já ficou para trás. Mas ela ainda não acabou e a pressão dentro das universidades brasileiras também não deixou de existir.

Então, devemos pensar em mais formas dos estudantes equilibrarem os desafios do curso com momentos prazerosos, de uma maneira que possam exercer a profissão com muita excelência e ética, mas sem abrir mão da própria saúde.

Questões envolvendo a saúde mental dos estudantes de Medicina não podem ser ignoradas. Ela integra todos os níveis de cuidado, e agora você sabe que a discussão sobre o tema deve ir para além da ausência ou do agravamento de um transtorno mental.Pensando nos acadêmicos de Medicina que desejam uma pontuação de excelência nas provas prática e de multimídia, a Medway criou o Extensivo. Um curso para quem quer um estudo muito mais estratégico e focado nas provas de São Paulo. Conheça o Extensivo Medway!

DjonMachado

Djon Machado

Catarinense e médico desde 2015, Djon é formado pela UFSC, fez residência em Clínica Médica na Unicamp e faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway. É fissurado por didática e pela criação de novas formas de enxergar a medicina. Siga no Instagram: @djondamedway