Já abordamos em outro texto aqui no blog sobre o trauma pélvico com ênfase no seu diagnóstico, mas dessa vez vamos focar no que fazer diante desse cenário.
Antes mesmo de pensar em realizar exames de imagem como recomendado, a estabilização externa da pelve aparece como medida fundamental no manejo inicial de pacientes hemodinamicamente instáveis com fraturas pélvicas.
A ideia aqui é diminuir o volume pélvico, de modo a promover o tamponamento do sangramento venoso (90% dos casos) e evitar o deslocamento de elementos ósseos que podem levar à hemorragia secundária.
Existem diversas maneiras de estabilizar a fratura, sendo a estabilização externa passível de realização imediata. Em um cenário ideal poderíamos utilizar uma cinta pélvica, mas trazendo pra realidade do dia a dia, um lençol é suficiente.
A ideia aqui é amarrá-lo na região transtrocantérica da cabeça do fêmur! Lembrando que se trata de uma estabilização temporária.
“Amarrei a pelve, tudo certo agora?” Calma, que ainda tem mais coisa. Após a estabilização da fratura você precisa avaliar a estabilidade hemodinâmica do paciente.
Se estável, encaminha para realização de TC de abdome e pelve: na presença de blush (escape de contraste) solicita arteriografia; na ausência de blush, encaminhe para avaliação do ortopedista para avaliar fixação da pelve.
Se instável a gente corre pro nosso bom e velho FAST: se positivo, laparotomia explorada + tamponamento pré
peritoneal + fixação da pelve; se negativo: tamponamento pré peritoneal + fixação da pelve.
Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).