Saiba mais sobre o diagnóstico da doença ulcerosa péptica

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Fala, galera. Tudo bem com vocês?  Seguindo os temas cirúrgicos aqui no blog, hoje vamos falar sobre o diagnóstico da doença ulcerosa péptica (DUP)

O objetivo é que, até o final da leitura, vocês saibam como diagnosticar essa patologia no departamento de emergência. E aí, ficou animado? Então, vamos lá!

Para começar a falar sobre o diagnóstico da doença ulcerosa péptica…

Suspeita-se do diagnóstico de DUP especialmente em pacientes com dispepsia no contexto do uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) ou história de infecção por Helicobacter pylori ( H. pylori ), mas o diagnóstico é definitivamente estabelecido pela visualização direta de úlcera na endoscopia digestiva alta (EDA).

Em todo paciente com dispepsia devo solicitar a EDA?

A resposta é não! Ela estará indicada nos pacientes dispépticos com idade superior a 40 anos ou naqueles com sinais de alarme, que incluem: perda ponderal, anemia, sangramento, disfagia, massa abdominal, história familiar de câncer gástrico, dentre outros.

Endoscopia Digestiva Alta (diagnóstico da doença ulcerosa péptica)
Figura 1: Endoscopia Digestiva Alta. Disponível aqui

“Então, naqueles pacientes em que há suspeita de DUP, mas que não possuem esses sinais de alarme, o que devo fazer?” Nesse caso, podemos começar a investigação com pesquisa do H. pylori por exames não invasivos e, se positivo, iniciar o tratamento para a erradicação. Em caso de negativo, o bom e velho IBP deve ser prescrito.

Precisamos biopsiar sempre que encontrarmos uma úlcera péptica?

A resposta é não! As indicações são:

  • Úlceras de aparência maligna (massa ulcerada que se projeta no lúmen; margens salientes, espessadas, irregulares);
  • Úlceras gástricas, mesmo se aparência benigna;
  • Suspeita de etiologia específica, como condições sistêmicas infiltrativas ou inflamatórias (Crohn, gastroenterite eosinofílica).
Resultados de Endoscopia Digestiva Alta  (diagnóstico da doença ulcerosa péptica)
Figura 2: Resultados de Endoscopia Digestiva Alta: A) Úlceras gástricas; B) Gastrite; C) Esofagite; D) Úlcera duodenal. Disponível em: aqui

Como estabelecer a etiologia?

Todos os pacientes com úlcera péptica devem ser submetidos a teste para infecção por H. pylori:

  • Se presentes na biopsia, devem receber terapia de erradicação;
  • Se a biópsia não for obtida, realizamos um teste respiratório de ureia ou teste de antígeno fecal;
  • Ao fim do tratamento, a erradicação deve ser confirmada em quatro ou mais semanas após conclusão da terapia.

Vale ressaltar também a importância de avaliar o uso de AINES e excluir outras causas incomuns (medicamentosas, infecções virais, corpo estranho, neoplasias, dentre outras). 

Teste para H. pylori
Figura 3: Teste para H. pylori. Disponível aqui

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Referências

  1. Nimish B Vakil. Peptic ulcer disease: Clinical manifestations and diagnosis. Disponível aqui

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MatheusCarvalho Silva

Matheus Carvalho Silva

Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).