Você tem acompanhado o podcast Finalmente Residente? No dia 9 de junho, nós lançamos o episódio #3: Finalmente Residente em Geriatria na Unifesp e garanto que ele está imperdível! A Gabriela Leopoldo, nossa convidada, falou com o João e com a Joana (com o Djon não, porque ele estava de férias dessa vez) tanto sobre a residência em Clínica Médica na Unicamp quanto sobre a residência em Geriatria na Unifesp, dado que uma especialidade é pré-requisito da outra.
Caso você tenha perdido essa conversa, aqui vai um bom resumo! Mas essa leitura definitivamente não dispensa a escuta do episódio, ok? Até porque seria impossível absorver a emoção que a Gabriela transmitiu falando da sua especialidade e do caso que mais a marcou na residência em Geriatria na Unifesp!
Vamos começar pelo ingresso na Clínica Médica, então. Continua aqui pra conhecer mais a história da Gabriela!
Pra Gabriela, a escolha da especialidade foi complicada. Ela sentia um certo preconceito em relação à Clínica Médica, como se a residência não fosse trazer o retorno esperado. Além disso, tinha um pouco de receio de ter que fazer outra prova de residência para uma nova especialidade após a Clínica. Mas ela superou os medos e os “achismos” e mergulhou na sua escolha. Foi o melhor que poderia ter feito. Ela contou que se surpreendeu com a especialidade:
“A Clínica Médica me trouxe muito mais oportunidades do que eu imaginaria, inclusive, algumas das coisas que eu faço hoje eu faço graças à Clínica Médica e não só à Geriatria. Eu acho que, do perfil de profissionais que o mercado precisa hoje — alguém que tenha uma visão mais global das coisas, a formação vem mudando muito — o especialista em Clínica Médica é um desses caras”.
A Jô aproveitou pra pontuar que em São Paulo o clínico costuma ser mais valorizado e o João complementou que isso de fato acontece, já que esse profissional costuma ter um conhecimento muito vasto.
“Você formou na Unicamp? Eu não preciso saber mais nada” — essa foi a frase que a Gabriela ouviu recentemente em uma oportunidade de trabalho. Nem tenho mais o que dizer, né? Além do volume e da complexidade de casos que um residente encontra em um grande centro, é inegável que o nome da instituição diferencia o currículo. Inclusive, se você quiser saber mais sobre como é a residência em Clínica Médica na Unicamp, onde a Gabriela se formou, sugiro dar uma olhada nessa entrevista que fizemos com dois R2 de CM da Unicamp!
O início da residência é difícil pra muita gente, afinal é uma experiência completamente diferente da graduação. A responsabilidade pesa bastante, além da correria, da necessidade de trabalhar, da distância da família (comum pra uma parte considerável dos residentes)… enfim, é uma fase que exige adaptação e jogo de cintura.
Mas, pra nossa entrevistada, esse comecinho teve uma emoção a mais: ela levou uma super bronca logo no primeiro dia por ter se dirigido a uma das chefes da residência de um jeito que não era tão formal quanto a médica esperava. Essa situação já anunciou pra Gabriela o que viria pela frente: uma certa dificuldade de incorporar a linguagem e as formalidades da nova instituição. A história em detalhes você escuta no episódio!
Pra ajudar (só que não), a Gabriela se sentia muito insegura nos três primeiros meses e tinha a falsa percepção de que só ela estava com dificuldades, como se estivesse atrás dos seus colegas. Por isso, ela se fechou e demorou a buscar ajuda. Mas depois que ela começou a conversar mais com amizades que foram se formando, a pressão foi diminuindo e ela foi se encaixando. Ufa.
Geriatria não é o tipo de especialidade que tem uma legião de pessoas determinadas a fazerem. Na verdade, ela é pouco conhecida por muita gente. A Gabriela mesmo, por exemplo, foi entendendo melhor o que era e decidindo que gostava daquilo durante a Clínica Médica. De lá, ela saiu direto para a residência em Geriatria na Unifesp.
Um dos fatores que pesou nisso foi o contato humanizado com os pacientes, algo que a interessa bastante. Entrou na residência sem saber muito bem pra onde seria levada e logo os caminhos começaram a se abrir.
“Hoje eu enxergo muitas oportunidades diferentes. Inúmeros locais hoje precisam e querem um geriatra. Aqui em São Paulo, por exemplo, nós já temos alguns hospitais que têm pronto-socorro com o clínico, o cardio, o ortopedista, o cirurgião e o geriatra. Porque eles perceberam que quando você deixa um idoso complexo ser atendido por esses outros especialistas, o tempo e o custo de atendimento aumentam”.
E aí, você sabia dessa? Pois a convidada ainda citou possibilidades de trabalho incluindo ambulatório, visitas domiciliares, entre outras. Com certeza sua percepção sobre a residência em Geriatria vai expandir pelo menos um pouco depois de escutar esse episódio!
Nossa convidada contou que curte muito atender os pacientes com casos de demência, por alguns motivos: são mais complexos, o acompanhamento é regular e sequencial, exigem muito contato com a família (alô, soft skills) e também é possível contribuir de fato com a qualidade de vida do paciente por um período de tempo. Fora isso, existem pacientes bem engraçados. A Joana contou umas peripécias da avó dela que ilustram bem o que isso quer dizer.
Mas nem todas as histórias são divertidas. Algumas são tristes e outras são emocionantes, especialmente pelo momento do fim da vida. A Gabriela compartilhou com a gente que já promoveu um casamento na enfermaria de um paciente em estado terminal e sua esposa — os dois estavam juntos há muitos anos, mas não eram casados. Três dias depois da cerimônia, o paciente faleceu. É de arrepiar, sério. Impossível escutar a Gabriela contando os detalhes sem se emocionar e pensar que a Medicina realmente vai muito além do estudo e do trabalho. Por favor, abre o Spotify ou qualquer outra plataforma agora pra escutar e entender do que eu to falando!
Consultório particular é onde quase todos querem chegar nessa área. Segundo a Gabriela, uma consulta em São Paulo pode variar entre R$ 350 e R$ 400, quando o geriatra é recém-formado. Depois, “o céu é o limite”. Mas existem outras formas de atuação. Ela, por exemplo, dá plantão em UTI e trabalha como hospitalista, além de realizar outras atividades. Inclusive, contou que o geriatra pode trabalhar em hospitais só evoluindo pacientes, o que não dura muito tempo.
Em seus planos, ela ainda quer ampliar seu consultório, mas gosta de ter uma atividade por dia, já que a rotina não é com ela. Aliás, essa diversidade no seu trabalho ajuda a Gabriela a retomar conceitos e, de alguma forma, continuar se capacitando. Show de bola, né?
Já que mencionamos o perfil dinâmico da Gabriela, ela também falou bastante sobre você se conhecer no momento de escolher qual caminho seguir na Medicina. Olha só:
“Acho que é algo importante a gente tentar se conhecer, né? O que é importante pra você? Porque o que é importante pra mim não necessariamente é pra outra pessoa, né? Então ter uma rotina estruturada é importante pra você? Ter novidades é importante? E levar essas coisas em consideração na hora de escolher uma residência. Não só a questão financeira ou se as oportunidades vão ser muitas ou poucas. Porque pro cara que tá fazendo ali o que ele acredita, o sucesso vai vir. Talvez ele não venha com a expectativa financeira exata que você tinha em mente, mas vai vir em satisfação pessoal, em satisfação profissional”.
Que dica valiosa, hein?
Se você se interessou pela residência em Geriatria na Unifesp, aproveita pra escutar o episódio #3 do podcast Finalmente Residente pra conhecer a história da Gabriela em detalhes. É só dar o play aqui embaixo ou buscar o episódio na sua plataforma de streaming preferida!
Agora, se você tende a escolher outros rumos, dá uma olhada nos outros episódios. Em cada um, nós entrevistamos um especialista de uma residência diferente. Quinzenalmente, soltamos uma história nova, sempre às quartas-feiras! Aliás, em quartas alternadas, também liberamos episódios do podcast Projeto R1 SP pra contar a trajetória de preparação de quem foi aprovado em grandes instituições paulistas de residência. Confira!
Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway
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