Tudo sobre a ressonância magnética do abdome

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Fala, galera! Beleza? Neste texto, vamos falar sobre a ressonância magnética do abdome. Você está preparado para descobrir tudo a respeito do tema e se tornar um craque no assunto? Então, vamos lá!

Você já deve ter percebido que, na ressonância magnética, são realizadas diversas sequências, sendo que cada uma delas tem uma série de objetivos (avaliar se a estrutura tem conteúdo líquido, como sangue e gordura, sólido e outros). 

A ressonância magnética do abdome envolve física do eletromagnetismo, spins, moléculas de hidrogênio e um monte de outras coisas bem fora do dia a dia do médico. Porém, com uma boa noção de anatomia e patologias abdominais, é possível extrair muita informação valiosa.

O nosso objetivo é falar sobre a ressonância magnética do abdome, mas vamos revisar anatomia antes. Para facilitar nosso estudo, elegemos a sequência T2 como básica. Nela, todo líquido apresenta sinal alto (hipersinal), ficando branco/brilhante.

Ressonância magnética do abdome: fígado

O fígado é o maior órgão abdominal. Na sequência T2 da ressonância magnética do fígado, ele tem uma cor cinza-chumbo com sinal bem semelhante à musculatura da parede abdominal. Quando infiltrado por gordura, fica com sinal mais alto. Quando infiltrado por ferro, fica com sinal mais baixo, bem preto.

Anatomicamente, o fígado ocupa o quadrante superior direito do abdome. Observa-se um lobo esquerdo, um lobo direito e um lobo caudado anteriormente à veia cava inferior. O plano que divide os lobos direito e esquerdo passa pela veia hepática média e pela fossa da vesícula biliar.

É possível identificar a vesícula biliar entre os lobos direito e esquerdo do fígado nos cortes mais inferiores. A vesícula é uma estrutura piriforme com alto sinal em T2 (branca), já que está repleta de bile, que é líquida.

Os vasos sanguíneos aparecem pretos na sequência T2, já que, apesar de o sangue ser líquido, está em movimento, determinando uma perda de sinal. No fígado, pode-se identificar as três veias hepáticas confluindo na veia cava inferior, nos cortes superiores, e a veia porta se bifurcando em ramos direito e esquerdo.

Baço

O baço é um órgão de função hematológica, localizado no hipocôndrio esquerdo junto ao fundo gástrico. Em questão de tamanho, mede até 13 cm no eixo longitudinal. 

Ele é identificado na RM em cortes axiais, como uma estrutura em forma de cunha logo abaixo da cúpula diafragmática esquerda, que apresenta sinal próximo ou um pouco mais alto que o do fígado.

Ressonância magnética do abdome: pâncreas

O pâncreas é um órgão retroperitoneal, com um formato meio parecido com uma salsicha, que se localiza superficialmente aos grandes vasos retroperitoneais (aorta e veia cava inferior). Ele apresenta íntimo contato com a veia esplênica e a junção esplenomesentérica na face posterior. 

Na sequência T2 da ressonância magnética, o pâncreas tem aspecto microlobulado (padrão acinar do parênquima), com sinal bastante semelhante ao do fígado (varia com o grau de lipossubstituição, idade, diabetes melito, etc).

Adrenais

Já que estamos falando sobre ressonância do abdome, não podemos deixar de mencionar as adrenais presentes no sistema endócrino. Elas possuem formato de “Y” de cabeça para baixo na ressonância magnética do abdome.

Localizam-se acima dos rins, geralmente, bem próximos às cruras diafragmáticas. São bem fininhas e podem ser difíceis de localizar em pacientes magros, com pouca gordura abdominal.

Ressonância magnética do abdome: rins

Os rins também são órgãos retroperitoneais e ficam localizados na região dos flancos. O direito costuma ter uma posição um pouco mais baixa devido à presença do lobo direito do fígado. 

Na ressonância magnética dos rins, é possível observar a diferenciação corticomedular, já que o córtex renal tem um sinal um pouco mais baixo que a medular (portanto, o córtex é um pouco mais escuro).

Quando há dilatação do sistema coletor (hidronefrose), observa-se a pelve renal dilatada, distendida por líquido (urina) branco e brilhante na sequência T2. Quando normal, a pelve renal fica colabada ou minimamente distendida por líquido.

Bexiga urinária

Para finalizar o tour pelos órgãos abdominais, ficou faltando falar da bexiga, pois também há a ressonância magnética da bexiga.

A bexiga é um órgão pélvico que armazena a urina, por isso, é observada como uma bolsa de líquido branco na ressonância magnética. As paredes são bem finas e regulares, não excedendo 3 mm.

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Agora que você chegou até aqui, com certeza está bem mais confiante com a ressonância magnética do abdome, certo? Você pode melhorar ainda mais seu desempenho com o ABC da Radiologia, que explica o passo a passo dos exames de imagem. Vem se tornar um especialista com a gente!

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LuisaLeitão

Luisa Leitão

Mineira, millennial e radiologista fanática. Formou-se em Radiologia pelo HCFMUSP na turma 2017-2020 e realizou fellow em Radiologia Torácica e Abdominal em 2020-2021 no mesmo instituto, além de ter sido preceptora da residência de Radiologia por 1 ano e meio. Apaixonada por pão de queijo, café e ensinar radiologia.