Sentimento de atraso em estudantes de Medicina: conheça os motivos

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A gente sabe que, infelizmente, bate aquela bad em muita gente que está na faculdade ou na residência médica. É o famoso sentimento de atraso em estudantes de Medicina, que pode até parecer uma simples exaustão, mas que na verdade envolve motivos muito mais profundos.

Por isso, é muito importante entendê-los melhor, para ter mais tranquilidade ao longo do curso. Com tantos desafios, oportunidades e experiências para viver na sala de aula e no ambiente clínico-hospitalar, não dá para deixar que essa sensação te domine.

Então, estamos aqui para falar um pouco mais sobre o assunto. Quem sabe assim você não administra melhor suas emoções e supera o que incomoda? Vamos lá!

Por que existe o sentimento de atraso em estudantes de Medicina

O sentimento de atraso em estudantes de Medicina é mais comum do que se imagina. Se você lida com ele, além de não estar sozinho, pode ser que um dos itens da nossa lista seja o motivo. Ou até mesmo mais! Veja só.

A dificuldade de entrar na faculdade

Muitos estudantes entram bem desgastados na faculdade. É claro que existem aqueles que passam na primeira tentativa. Mas boa parte passa alguns anos em cursinhos e leva mais tentativas para conquistar a vaga.

O que não tem nada a ver com competência e inteligência. A Medicina simplesmente é uma graduação super disputada, e a concorrência aperta em qualquer lugar do país. Para quem entra em faculdades particulares, essa dificuldade nem mesmo diminui.

Afinal, não é todo mundo que consegue se preparar para pagar pelo curso. Contudo, se você conseguiu enfrentar tudo isso e está dentro da sala de aula, comemore e seja resiliente. Na verdade, é nesse momento que o seu desafio começa de verdade.

São muitas disciplinas para acompanhar, um conteúdo que vem em grande volume e um aprendizado teórico e prático que demanda interesse e foco para ser absorvido. Então, não dá para perder muito tempo com o cansaço de uma fase que ficou para trás.

Você precisa ter forças para enfrentar os longos anos do curso, que só ficam mais difíceis com o passar do tempo. E é sobre isso que a gente vai falar agora.

A longa duração do curso

O sentimento de atraso em estudantes de Medicina também está ligado à longa duração do curso. Enquanto a galera vê muitos amigos e conhecidos se formando depois de quatro anos, o futuro médico ainda precisa enfrentar mais dois anos de faculdade.

E ainda dois ou mais anos na residência médica para se tornar um especialista. Essa jornada não é fácil e pode ser desanimadora para algumas pessoas. Parece que todo mundo já está iniciando a sua vida profissional, e você ainda não. Mas não é bem assim!

O médico simplesmente precisa de um tempo de preparo maior simplesmente porque suas funções são extremamente complexas. É preciso lidar com novas tecnologias que surgem a todo momento, procedimentos manuais, técnicas que tragam mais qualidade de vida aos pacientes, atendimento humanizado e ético e uma série de especificidades ligadas às especialidades médicas.

Para completar, tenha em mente que a formação do médico nunca para. Mesmo depois de ver tudo isso na graduação e na residência, é preciso continuar a se atualizar e a se especializar, para oferecer sempre o melhor para a comunidade e atuar com qualidade ímpar no hospital que contratar você.

Vai demorar mesmo, e não tem como fugir disso. Mesmo que você adiante algumas matérias e cumpra a dedicação integral exigida pelo curso, ainda assim tem coisas que só dá para fazer no período certo, porque precisa de pré-requisito. 

Mas é você que escolhe se quer ver isso como um atraso ou como uma chance de se aperfeiçoar ainda mais, para ser referência no mercado.

A baixa remuneração para residentes

Agora a gente entra em uma questão bem polêmica: a baixa remuneração para residentes. Os residentes recebem uma bolsa mensal, que aumenta eventualmente, mas sem previsões fixas.

Nem todos têm acesso a uma bolsa alimentação, transporte ou moradia. Normalmente, tudo isso deve ser pago com a remuneração recebida, sem excedentes. O que complica um pouco a vida dos estudantes.

Alguns estão longe de casa, em outra cidade ou estado, e precisam se virar. Outros têm que arcar com suas despesas por conta própria, seja qual for a realidade financeira de sua família.

E ainda é preciso considerar que, pela carga de trabalho e plantões exercida, o valor poderia, sim, ser um pouco melhor. Não é porque o residente está em fase de aprendizagem que suas funções valem menos: pelo contrário, uma boa remuneração é um incentivo a mais para que ele continue a se esforçar e a batalhar todos os dias.

Nesse sentido, não há muito o que fazer. A remuneração do residente depende de leis e de aumentos que nem sempre vêm da própria instituição na qual ele atua. Apesar de todos esses impasses, é fundamental se dedicar ao programa até o fim, para sair com o título de especialista em mãos e enfim alcançar uma boa posição no mercado de trabalho.

É, a gente sabe que isso desanima um pouco. Mas não deixe que isso interfira na sua produtividade. A residência médica é uma das fases mais importantes da Medicina: é aí que você coloca a mão na massa, vê o cenário nos hospitais, se aproxima de pacientes, vê casos mais complexos e realmente coloca a mão na massa.

Aproveite! Tire suas dúvidas e participe de todas as oportunidades e experiências que a residência oferece, apesar da baixa remuneração. É isso o que fará com que você colha bons frutos em breve.

O futuro vai compensar!

Bom, ninguém falou que ia ser fácil, não é mesmo? O sentimento de atraso em estudantes de Medicina pode ser inevitável. Mas é indispensável focar no futuro para superá-lo, porque sim: depois de tantos desafios, esforço e dedicação, tudo vai valer a pena!

Então, cuide da sua saúde mental, bola para frente e continue a fazer o seu melhor. Além disso, continue a pegar dicas valiosas como essa para se tornar um bom médico mais rápido: é só seguir a gente no Facebook e no Instagram e ficar de olho em nossas atualizações!

JoanaRezende

Joana Rezende

Carioca da gema, nasceu em 93 e formou-se Pediatra pela UFRJ em 2019. No mesmo ano, prestou novo concurso de Residência Médica e foi aprovada em Neurologia no HCFMUSP, porém, não ingressou. Acredita firmemente que a vida não tem só um caminho certo e, por isso, desde então trabalha com suas duas grandes paixões: o ensino e a medicina. Siga no Instagram: @jodamedway