Sempre fui muito indeciso nas minhas escolhas. Até mesmo no vestibular, quando prestei provas pra diversos cursos. Escolhi a Medicina meio que por acaso e entrei na faculdade perdido, sem saber de nada — nem sabia que teríamos aula de anatomia, rs! Mas esse foi o primeiro passo para que eu começasse a minha jornada rumo à residência médica, por isso vou contar um pouco dessa fase de indecisão da especialidade médica.
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Foi somente durante o segundo ano que eu comecei a me achar. Me apaixonei pela Psiquiatria, fui presidente da liga por vários anos, fiz visitas em CAPS e várias intervenções em saúde mental.
Até que, no quarto ano, comecei a atender no Centro de Saúde da Mulher e fui me envolvendo em projetos de pesquisa na área de Ginecologia e Obstetrícia. Ali começou a florescer em mim o amor por essa especialidade, que só foi crescendo e se intensificando durante o internato — isso porque eu não curtia muito a Clínica Médica e adorava o ambiente de centro cirúrgico, além de gostar de realizar procedimentos.
Finalmente chegou a hora de decidir a minha especialidade, e toda aquela indecisão que ficou escondida por um bom tempo voltou à tona.
Não sabia se eu prestava prova pra GO ou pra Cirurgia Geral, e acabei prestando pras duas especialidades em instituições diferentes: GO na Unicamp, minha casa de graduação, e CG na USP-SP. No fim, fui aprovado nas duas e, depois de refletir bastante, optei pela GO.
Escolhi GO porque o contato com a mulher e a alegria da especialidade são únicas. Na obstetrícia, por exemplo, a paciente não está doente e você não precisa “consertar” nada. Você fica ali, assistindo a mulher e participando do momento super especial da vida dela que é o parto.
Um outro momento que me marcou demais foi a participação em uma cirurgia de reconstrução de neovagina com tecido de pele de tilápia em uma mulher trans — a primeira cirurgia do mundo com esse tipo de material! Acredito que esse momento foi tão especial pra nós quanto foi pra nossa paciente.
Sou muito grato e muito feliz por poder participar de momentos tão incríveis como esses na vida das pessoas. É só olhar meu sorrisão na foto aí!
Esse é um pedacinho da minha jornada. E contei aqui pra te dizer que acredito que tudo que passamos é um processo, como se fosse uma ladeira cheia de degraus com vários momentos marcantes de transformação e amadurecimento.
A faculdade de medicina, por exemplo, me transformou em um adulto. Entrei com 18 e sai com 23 anos, já tendo encontrado a morte e visto diversos problemas sociais que jamais enxergaria, não fosse a faculdade.
E eu tenho certeza de que o lugar onde você está agora é muito melhor do que você imaginava que estaria lá no começo da graduação. Olhe pra trás e veja o quão maior e melhor você é hoje. E, agora, imagine como será sua trajetória daqui pra frente.
Um abraço!
Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando
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