Acretismo placentário: entenda mais sobre o assunto!

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Fala, pessoal! O assunto do dia é um tema que é beeem comum de se ver em provas de residência médica. O acretismo placentário é a aderência anormal da placenta no miométrio, apresentando ausência parcial ou total da decídua basal e desenvolvimento anormal da camada fibrinóide. 

O acretismo placentário deve ser suspeitado em toda paciente com PP + cesária prévia, que é um dos principais fatores de risco para a placenta acreta

Idealmente, o diagnóstico deve ser realizado durante o pré-natal, evitando surpresas indesejáveis durante o trabalho de parto. 

De todos os fatores de risco, o crescente aumento de cesarianas é o que mais contribui para o aumento da associação entre placenta prévia e acretismo. Estudos demonstram riscos de acretismo na presença de placenta prévia de 3% para os casos sem cesárea anterior, de 11% nos casos com uma cesárea anterior, de 40% para as duas, de 61% para as três e de 67% para as quatro ou mais cesáreas.

Diagnóstico de acretismo placentário

Pré-natal — USG ou RNM 

USG é ótimo no diagnóstico de acretismo anterior, enquanto a RNM visualiza melhor os acréscimos posteriores. A RNM está indicada em todos os casos com cesárea prévia + PP posterior em gestação atual. 

Por vezes, quando há suspeita de invasão de bexiga ou intestino, podemos lançar mão de exames como a cistoscopia e colonoscopia para melhor avaliação. 

Pós-parto existe a dificuldade de extração placentária após o período expulsivo. Sempre vamos desconfiar de acretismo em casos de PP que cursam SEM sangramento!

Classificação

Conduta

Na suspeita de acretismo placentário, devemos suspeitar sempre que há PP sem sangramento, com história de cicatriz uterina prévia. É importante um planejamento cuidadoso do parto a fim de reduzir a morbimortalidade e evitar uma hemorragia maciça. 

Sempre devemos comunicar à paciente e aos seus familiares sobre o diagnóstico e possíveis complicações. 

A conduta ideal é a programação de interrupção por via alta (cesariana). A cesária planejada permite acesso mais fácil ao feto e a obtenção de um campo cirúrgico amplo para uma possível histerectomia. 

Nos casos de placenta acreta, é divergente na literatura a possível tentativa de uma extração manual da placenta, tentando evitar uma histerectomia. Há protocolos que permitem, porém, na grande maioria das fontes é recomendado não tentar extrair a placenta manualmente para não correr o risco de provocar um sangramento excessivo. 

Já nos casos de placenta percreta e increta, a histerectomia é o único tratamento possível. A cirurgia nesses casos é com equipe multidisciplinar. 

Geralmente, realiza-se a cesárea com incisão uterina fúndica e a equipe da vascular faz uma embolização das artérias uterinas. Após, procede-se à histerectomia e, se necessário, a equipe da urologia ou coloproctologia são acionados para a ressecção de órgãos adjacentes acometidos. 

Normalmente há sangramento importante durante a cirurgia e há a necessidade de transfusão de hemocomponentes.

Gostou de saber mais sobre acretismo placentário?

Pessoal, é isso! Essa é mais uma das várias complicações de uma gestação, por isso precisamos estar bem atentos aos sinais para dar um diagnóstico precoce. antes que ocorram consequência maiores, tudo bem?

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A Redação

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