E aí, pessoal, tudo certo? Esperamos que sim, porque hoje é dia de falar sobre o diagnóstico da enterocolite necrosante e vocês precisam estar preparados! A ideia é que, até o final dessa leitura, vocês saibam quais exames pedir quando suspeitarem de ECN. Bora pra mais uma? Continue a leitura com a gente!
O diagnóstico se baseia na presença de características clínicas (distensão abdominal, vômitos biliosos, sangramento retal) e o achado na imagem abdominal de gás intramural (pneumatose intestinal), pneumoperitônio ou alças intestinais sentinela.
O diagnóstico definitivo é feito a partir da peça cirúrgica com os achados histológicos de inflamação intestinal, infarto e necrose tecidual. No entanto, para a maioria dos pacientes, isso não é realizado, pois há melhora com o tratamento médico.
A radiografia abdominal simples é a modalidade preferida tanto para o diagnóstico quanto para acompanhar a progressão da doença, mas a ultrassonografia doppler está sendo cada vez mais utilizada por sua especificidade.
Os achados radiográficos que podemos encontrar na ENC incluem:
Na ultrassonografia, podemos encontrar a presença de ar livre, coleções líquidas focais, aumento da espessura e ecogenicidade da parede intestinal, associados a pior prognóstico. Através dela podemos, ainda, verificar alterações na perfusão da parede.
O enema contrastado é contraindicado, pois pode resultar em perfuração intestinal com extravasamento para cavidade peritoneal.
Embora sejam inespecíficos, eles podem ser utilizados para auxiliar no manejo da ECN. No hemograma, a trombocitopenia é um achado frequente e, quando presente, é válido solicitar um coagulograma, visto que a coagulação intravascular disseminada pode ser uma das complicações.
Outros fatores de pior prognóstico incluem hiponatremia persistente, aumento dos níveis de glicose e acidose metabólica.
Durante a investigação diagnóstica, podemos nos valer dos critérios de estadiamento de Bell descritos abaixo e que usam os sinais sistêmicos, abdominais e radiográficos para classificar a ENC, sendo o estágio III o de pior prognóstico.
Para finalizar, vale ressaltar a importância do rastreio de sepse nesses pacientes, visto que é um achado concomitante comum e um dos principais diagnósticos diferenciais, assim como:
Agora já discutimos sobre o diagnóstico da enterocolite necrosante! Mas ainda há mais conteúdo sobre essa doença para explorar, né? Então fique de olho no nosso blog para saber mais!
Continuem estudando e nos encontramos em breve! Ah, e se quiser conferir mais conteúdos de Medicina de Emergência, dê uma passada na Academia Medway. Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos.
Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Residência em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).