Hemorragia Digestiva Alta: o que é, causas e sintomas

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Fala galera, tudo tranquilo? Hoje vamos conversar sobre a Hemorragia Digestiva Alta, um tema comum tanto na prática médica na emergência quanto nas provas de residência médica. Quem aí, durante um plantão, já atendeu um paciente que chegou mal, pálido, chocado e com vômitos com grande quantidade de sangue? Cenário temido, né?! Depois de hoje, você vai dominar e sair jogando! 

Mas nem sempre o quadro é tão caótico assim. Às vezes, o paciente chega muito bem, somente com queixa de que apresentou vômitos com raias de sangue ou em “borra de café”. Fica tranquilo que vamos destrinchar esse tema e não vai restar dúvidas na hora de conduzir o paciente com Hemorragia Digestiva Alta.

Mas afinal, o que é Hemorragia Digestiva Alta (HDA)? 

Pois bem, trata-se de sangramento do trato digestivo oriundo do trato gastrointestinal superior. Anatomicamente, podemos definir HDA como sangramentos oriundos superiormente ao ângulo de Treitz. Já ouviram falar desse marco anatômico?

O ângulo de Treitz corresponde a uma angulação da 4ª porção duodenal gerada pelo ligamento de Treitz. A partir desse marco anatômico diferenciamos sangramentos digestivos alto e baixo.

Fonte: Adaptado de Netter – Atlas of Human Anatomy 7ª Ed., 2018. Quadro 271.

Para os que estão estudando para a residência, muito cuidado com um conceito que ainda não foi cobrado mas pode estar nas provas neste fim de ano. Os artigos e livros sobre endoscopia mais recentes (Tratado de Endoscopia Digestiva) têm definido hemorragia digestiva alta como sangramentos acima da papila duodenal maior.

Quais são as causas do sangramento da HDA? 

Fica ligado, as principais causas de HDA são:

1 – Úlcera péptica (de longe, a mais comum);
2 – Gastrite e duodenite erosivas
3 – Esofagite
4 – Varizes esofágicas
5 – Mallory-Weiss

E como se apresenta o paciente com HDA? 

Vamos lá, como dito na introdução, o paciente pode chegar ao pronto socorro com um quadro clínico variado: desde muito grave, com choque hemodinâmico, até com quadro leve, com queixas que podem não estar presentes no momento do atendimento.

Uma boa anamnese e um bom exame físico são importantíssimos tanto para confirmar que se trata de fato de uma HDA, quanto para instituir o melhor tratamento.

Quanto à história, não se esqueçam de questionar ativamente sobre os principais fatores de risco:

  • Etilismo;
  • Uso de anti-inflamatórios não esteroidais;
  • Antecedente de úlcera péptica;
  • Uso de anticoagulantes;
  • Comorbidades (atenção para hepatopatias);
  • Episódios prévios de sangramento.

Lembrem-se de que se trata de um paciente potencialmente grave. Sendo assim, o questionamento deve ser feito enquanto monitoramos o paciente.

Após uma boa anamnese, vamos para o exame físico. E o toque retal é fundamental na avaliação desse paciente. Também não podemos nos esquecer de avaliar sinais de hepatopatia, o que nos faz pensar em etiologia varicosa:

  • Ascite;
  • Aranhas vasculares / Telangiectasia
  • Eritema palmoplantar
  • Circulação colateral abdominal
  • Ginecomastia
  • Rarefação de pelos

Pronto! Realizamos o atendimento inicial do paciente com HDA

Mas e agora? O que fazer? Pois bem, em relação ao manejo desse paciente, vamos aprender no próximo texto! Continue com a gente e tenha a certeza de que nossos conteúdos irão turbinar seus estudos para a residência médica. Além disso, dá uma passadinha na Academia Medway! Lá você encontrará mais conteúdos de apoio para seus estudos.

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