O medo do desconhecido, a ansiedade diante de um diagnóstico ou a solidão em uma UTI são realidades que a Lei de Acompanhamento Hospitalar busca transformar.
Sancionada em 2023, essa legislação não apenas reforça direitos fundamentais, mas também redefine a dinâmica entre profissionais de saúde, pacientes e seus acompanhantes.
Para médicos, compreender essa disciplina legal é um dever para garantir práticas alinhadas às novas exigências legais e, acima de tudo, promover um atendimento mais seguro e compassivo.
Veja, ao longo de nosso texto, como um profissional da saúde precisa saber sobre essa norma e seu impacto no dia a dia hospitalar.
A Lei nº 14.737/2023, popularmente conhecida como Lei de Acompanhamento Hospitalar, é uma atualização da Lei Orgânica da Saúde (Lei nº 8.080/1990).
Ela garante o direito a um acompanhante para mulheres em qualquer procedimento médico, seja em consultas, exames, internações ou cirurgias, em estabelecimentos públicos e privados.
Antes dessa legislação, o direito ao acompanhante era restrito a situações específicas, como partos ou para pessoas com deficiência.
Agora, a norma amplia a proteção, principalmente para mulheres, reconhecendo que a presença de uma pessoa de confiança pode mitigar riscos como violência, abuso ou negligência durante o atendimento.
Alguns dos pontos-chave da lei são:
Essa legislação não se limita às mulheres. Outros grupos, como crianças, idosos, pessoas com deficiência e indígenas, também têm direitos específicos garantidos por estatutos próprios, reforçando a necessidade de os médicos conhecerem as particularidades de cada caso:
A presença de um acompanhante vai além do apoio emocional. Ela beneficia diretamente a qualidade do atendimento e a segurança do paciente. Veja por que essa prática é tão relevante:
Para os profissionais de saúde, respeitar essa lei também significa evitar conflitos legais. Hospitais que descumprirem as regras podem enfrentar penalidades, como multas e até processos por violação de direitos fundamentais.
Conforme dispõe a Lei de Acompanhamento Hospitalar, o acompanhante não é um espectador passivo. Sua atuação é regulada por deveres e limites claros, que os médicos devem comunicar desde o primeiro contato. As principais responsabilidades envolvem:
A Lei de Acompanhamento Hospitalar impõe restrições em relação a acompanhantes, sendo as principais limitações:
Em casos de desrespeito às regras, os médicos têm o direito de restringir ou impedir a presença do acompanhante, desde que justifiquem a decisão por escrito.
A Lei nº 14.737/2023 é detalhada em seus artigos, mas destacamos aspectos práticos para a rotina médica:
A Lei de Acompanhamento Hospitalar não é apenas uma exigência legal — é um convite para repensar a relação entre médicos, pacientes e sociedade. Ao garantir que ninguém precise enfrentar momentos críticos de saúde sozinho, a norma fortalece a confiança no sistema e abre caminho para uma Medicina mais humana e cooperativa.
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Foi residente de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) de 2016 a 2018. É um dos cofundadores da Medway e hoje ocupa o cargo de Chief Executive Officer (CEO). Siga no Instagram: @alexandre.remor