A Libras na Medicina desempenha um papel relevante na prática médica, promovendo inclusão e melhorando a comunicação entre médicos e pacientes surdos.
Dominar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) permite que profissionais da saúde ofereçam um atendimento mais humanizado e eficiente, reduzindo barreiras linguísticas que afetam a qualidade do cuidado.
No Brasil, a população surda — cerca de 10 milhões de pessoas — enfrenta desafios de acessibilidade nos serviços de saúde, tornando fundamental que médicos desenvolvam habilidades nessa língua para garantir um tratamento justo e completo. Fique atento ao texto e veja por que é muito importante aprender Libras na Medicina!
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é a língua oficial da comunidade surda no Brasil, regulamentada pela Lei nº 10.436/2002. É a principal forma de comunicação usada pela comunidade surda no Brasil.
Ela conta com estrutura e gramática próprias, funcionando de maneira visual-espacial: sinais gestuais, expressões faciais e movimentos corporais para a comunicação.
A introdução da Libras na Medicina tem grande relevância, pois permite que futuros médicos estabeleçam uma comunicação direta e humanizada com pacientes surdos, promovendo inclusão e acessibilidade no atendimento de saúde.
No entanto, a Libras ainda não é uma disciplina obrigatória em muitos cursos de Medicina, o que limita o impacto dessa prática.
A surdez no Brasil afeta cerca de 5% da população, sendo uma das deficiências mais predominantes. Dados do IBGE indicam que mais de 10 milhões de brasileiros apresentam algum grau de perda auditiva, com 2,1 milhões classificados como totalmente surdos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda enfrenta desafios na inclusão dessas pessoas, devido à falta de médicos capacitados em Libras, o que interfere na qualidade do atendimento e na comunicação com pacientes surdos.
No contexto da saúde, a ausência de profissionais capacitados para se comunicar em Libras pode gerar barreiras que afetam diretamente o atendimento de qualidade, prejudicando a anamnese, diagnóstico e tratamento de pacientes com deficiência auditiva.
A acessibilidade comunicacional é um direito assegurado pela legislação brasileira e inclui o uso da Libras como forma de extirpar barreiras que restringem a participação de pessoas surdas na sociedade e, mais especificamente, no campo da saúde, conforme determinado pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI).
A legislação brasileira em relação à Libras é bastante clara quanto à sua importância para a inclusão das pessoas com deficiência auditiva.
Além da Lei nº 10.436/2002, que reconhece a Libras como meio de comunicação oficial, o Decreto nº 5.626/2005 regulamenta o uso da Libras em diversos setores, incluindo a educação e a saúde.
Essa regulamentação determina a inclusão de Libras nos cursos de licenciatura e nas áreas de saúde, como Fonoaudiologia e Pedagogia, visando o preparo dos profissionais para atuar com pessoas surdas.
Contudo, apesar desses avanços, ainda existem desafios no cumprimento dessa legislação, principalmente em relação à formação de profissionais da saúde capazes de se comunicar em Libras.
A inserção de Libras na Medicina ainda é limitada, mesmo sendo necessária para melhorar a acessibilidade. Atualmente, algumas universidades e faculdades oferecem disciplinas eletivas de Libras nos cursos da área de saúde, inclusive no curso de Medicina. Contudo, essas iniciativas ainda não conseguem suprir a demanda existente.
A cartilha “Libras na Medicina e Saúde“, disponibilizada pelo governo, destaca a importância do aprendizado da Língua de Sinais e apresenta conceitos básicos para que os futuros profissionais da saúde possam manter um relacionamento adequado com pacientes surdos.
Essa cartilha pode ser um ponto de partida para estudantes e profissionais que buscam se capacitar para melhorar o atendimento a esse público.
Percebe-se a relevância de aprender a língua de sinais em nosso cenário atual, que fomenta tratamento igual a todas as pessoas. Veja alguns motivos que detalham o porquê de incluir Libras na Medicina:
A equidade no atendimento de saúde envolve proporcionar condições iguais de tratamento para todos os pacientes, independentemente de suas limitações.
Aprender Libras permite que médicos ampliem a inclusão social, garantindo que pacientes surdos tenham acesso às mesmas informações e cuidados de saúde que os demais.
Quando um médico ou enfermeiro consegue se comunicar em Libras, ele elimina um obstáculo para o paciente surdo. Isso facilita a compreensão dos sintomas, das orientações médicas e do processo de tratamento, gerando uma assistência à saúde mais envolvente.
Em adição, o uso de intérpretes ou sistemas de tradução para Libras pode ser uma solução prática em ambientes com elevada demanda.
O atendimento humanizado é um dos pilares de uma saúde de qualidade. O profissional de saúde que domina Libras pode proporcionar um atendimento mais empático e personalizado para pacientes surdos, o que favorece uma melhor relação médico-paciente.
A capacidade de se comunicar diretamente com o paciente dispensa intermediários e cria uma atmosfera de confiança e respeito mútuo.
A anamnese, ou coleta de informações sobre a saúde do paciente, é um dos primeiros passos para um diagnóstico preciso. Em pacientes surdos, a ausência de comunicação eficiente pode comprometer esse processo.
O uso de Libras na Medicina permite que o médico colete informações detalhadas e específicas sobre o estado de saúde do paciente, o que é fundamental para definir os próximos passos no tratamento.
Uma boa comunicação é essencial para um diagnóstico preciso. Quando há falhas na comunicação com o paciente, seja por barreiras linguísticas ou auditivas, há um maior risco de erros no diagnóstico e no tratamento.
O domínio da Libras pelos profissionais de saúde permite uma compreensão mais clara dos sintomas e das queixas do paciente, resultando em diagnósticos e tratamentos mais eficazes.
Existem várias formas de aprender Libras, tanto para estudantes quanto para profissionais de saúde. A cartilha “Libras na Medicina e Saúde” é um excelente recurso introdutório para quem está começando. Ela apresenta conceitos e sinais básicos que podem ser usados diretamente no contexto da saúde.
Além disso, conforme já ressaltamos, muitas faculdades de Medicina já oferecem disciplinas eletivas de Libras, que são recomendadas para todos os estudantes que desejam se capacitar para atender pacientes surdos.
São disciplinas que ensinam a língua e tratam questões culturais e sociais importantes para a compreensão das necessidades da comunidade surda.
Outra opção para aprender Libras é por meio de cursos particulares, presenciais ou online. Instituições como o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) oferecem cursos de Libras para diferentes níveis de proficiência, desde o básico até o avançado.
Em resumo, aprender Libras é uma forma de promover a equidade e a acessibilidade no sistema de saúde. Ao se capacitar em Libras, os profissionais de saúde podem oferecer um atendimento mais humanizado, eficaz e inclusivo, extinguindo dificuldades de comunicação que muitas vezes impedem pacientes surdos de receberem o cuidado adequado.
Libras na Medicina é uma ferramenta valiosa para aumentar o nível do atendimento aos deficientes auditivos no setor de saúde. É um assunto bastante atual e pertinente que precisa ser considerado.
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Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor
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