Fala, pessoal! A placenta prévia (pp) pode ser definida como a patologia em que a placenta encontra-se inserida no segmento inferior do útero, após a 28ª semana de gestação.
É muito importante entender o diagnóstico dessa patologia NÃO pode ser realizado antes de 28 semanas de idade gestacional, pois, nesta ocasião, ainda estão ocorrendo mudanças uterinas que podem determinar alteração no posicionamento relativo da placenta.
Para ficar mais claro, antes de 28 semanas é apenas suspeição, devido ao fenômeno de migração placentária — o corpo uterino cresce mais rápido que o segmento do istmo — o que transloca a placenta para cima.
Considerando que pp pode recobrir totalmente ou parcialmente o orifício interno do colo do útero, podemos classificar ela de acordo com o local de inserção placentária:
Atualmente, utilizamos também uma classificação mais recente que diferencia a pp de placenta com inserção baixa.
Placenta que recobre totalmente ou parcialmente o colo uterino (pp total ou parcial).
A borda placentária se insere no segmento inferior do útero, não chega atingir o orifício interno, mas fica a um raio de até 2 cm dele (anteriormente denominada como placenta prévia marginal).
A figura abaixo ilustra justamente essa diferença entre pp e placenta de inserção baixa.
Diversos são os fatores de risco associados ao desenvolvimento de placenta prévia. Os principais estão listados na tabela abaixo.
Placenta prévia – Fatores de risco |
Parto cesáreo anterior |
Curetagem uterina anterior |
Multiparidade |
Tabagismo |
Idade materna avançada (> 35 anos) |
Antecedente de placenta prévia |
Gestação múltipla |
A cesárea e a curetagem uterina prévia são consideradas fatores de risco devido à lesão endometrial.
O quadro clínico é caracterizado pela presença de sangramento vaginal na segunda metade da gestação, com os seguintes comemorativos:
É muito importante frisar que a ausência de hipertonia uterina e a manutenção do bem estar fetal auxiliam no diagnóstico diferencial com o descolamento prematuro de placenta, doença que estudaremos na sequência!
Aqui vale uma dica prática muito importante: Durante o exame físico, o toque vaginal não deve ser realizado, visto que ele pode provocar hemorragia significativa.
Para diagnóstico, devemos lançar mão da associação entre história clínica, exame físico e exames complementares.
Classicamente caracterizada pelo sangramento vaginal na segunda metade da gestação, vermelho vivo, recorrente e imotivado.
Lembrem-se que o toque vaginal NÃO deve ser realizado, devido risco de desencadear hemorragia grave. Devemos nos atentar, no entanto, à estabilidade hemodinâmica, avaliação obstétrica geral e exame especular.
A ultrassonografia transvaginal é o exame de escolha para confirmar o diagnóstico da placenta prévia, devendo ser realizado nas consultas de pré-natal. É através dele que podemos confirmar o posicionamento placentário.
Imagem de ultrassom mostrando uma placenta prévia total.
A conduta depende da idade gestacional, da classificação da pp, da intensidade do sangramento e da presença ou não de trabalho de parto.
Recomenda-se a interrupção da gestação (independente da intensidade do sangramento).
A conduta irá depender da intensidade de sangramento e da presença de instabilidade hemodinâmica. A ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists) recomenda interrupção eletiva das gestações com placenta prévia entre 36 e 37 semanas (sem outras intercorrências).
Para ficar mais fácil:
Irá depender da classificação da patologia:
E agora? Se receber uma gestante com este tipo de sangramento, vai saber conduzir? Espero que sim, que este artigo tenha te ajudado a manter a calma e seguir em frente. Bom, agora que você está mais informado sobre a placenta prévia, temos uma dica pra você.
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