Eu estava obcecada, passava 80% do meu tempo pensando “como passo um dreno de tórax” e os outros 20% eu torcia para que alguém falasse “eu te ensino a manejar o dreno de tórax”. E é exatamente sobre isso que vamos falar hoje, pessoal: o famoso pneumotórax hipertensivo, que obviamente leva ao queridinho dreno de tórax, que particularmente é um dos meus procedimentos favoritos. Bora lá!
O pneumotórax hipertensivo é o acúmulo de ar entre as pleuras parietal e visceral, através de uma válvula unidirecional no pulmão (como, por exemplo, a fístula pulmonar) ou na parede torácica (trauma de tórax), podendo gerar um colapso pulmonar.
A entrada do ar apresenta um colabamento do pulmão ipsilateral, deslocando o mediastino e a traqueia contralateral ao espaço pleural lesado, comprimindo o pulmão sadio, reduzindo o retorno venoso e consequentemente o débito cardíaco.
Como podemos ver, nitidamente, é um caso grave e que requer reconhecimento precoce com manejo rápido e competente, pois devido ao baixo débito, o paciente apresentará uma deterioração rápida dos sinais vitais, como hipotensão e choque obstrutivo.
O que pode causar pneumotórax hipertensivo?
E quando vamos pensar em um pneumotórax hipertensivo? Quais seriam os sinais e sintomas que o paciente apresentaria? Dor torácica súbita e/ou dispneia costumam ser os sintomas mais comuns, seguidos de diminuição do murmúrio vesicular e hipertimpanismo, além de hipotensão e turgência jugular.
Vamos pensar assim: você está na sala de emergência e o SAMU traz um paciente masculino, 29 anos, que sofreu um acidente de moto X anteparo fixo. Ele dá entrada na sala, em prancha rígida e colar cervical, referindo dor torácica e falta de ar, saturando 84% com frequência respiratória de 28, pressão arterial 84×51 mmHg e frequência cardíaca de 121. Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular presente em hemitórax direito e ausente em hemitórax esquerdo seguido de hipertimpanismo à palpação. Com o seguinte RX de tórax:
Parece que agora ficou fácil, né? Não dá mais para comer bola quando nos depararmos com um pneumotórax hipertensivo!
Imediatamente após o diagnóstico, o médico deve tomar a conduta correta e eficaz para reverter o quadro e obviamente se resume na retirada de ar que está no espaço intrapleural.
E como fazemos? Logo após o diagnóstico, é necessária a descompressão imediata com inserção de uma agulha de grosso calibre (calibre 14 ou 16, por exemplo) no quinto espaço intercostal na linha axilar média, seguida da passagem de dreno de tórax.
Materiais necessários para drenagem de tórax:
Procedimento:
Ficou mais fácil, não é mesmo? Podemos ver que um procedimento relativamente simples pode salvar a vida de um paciente grave.
O dreno de tórax é algo que tem que ser realizado imediatamente após o pneumotórax hipertensivo seja diagnosticado.
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