Fala, pessoal! Saiu mais um episódio do nosso podcast Finalmente Residente e, dessa vez, o papo foi sobre como é ser residente em Radiologia na USP-SP. Nós conversamos com o Felipe Lorenzo, formado em medicina na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), que fez sua residência em Radiologia no HC, Neuro-Radiologia também no HC, e está agora na sua segunda subespecialização em cabeça e pescoço. Ele explicou tudo sobre essa profissão, o papel do radiologista no futuro, a interação do radiologista com outras áreas e o que te espera depois da residência. Ah, e claro, ele revelou o que todo mundo quer saber: quanto ganha um radiologista. Ficou interessado? Então bora conferir esse resumão do episódio!
Está com medo de ser R1 em Radiologia? Fica tranquilo! Lorenzo nos mostrou que, apesar de toda a ansiedade que se tornar residente de Radiologia na USP-SP pode trazer nos primeiros meses, não tem por que perder os cabelos. Essa ansiedade toda normalmente vem de uma necessidade que o residente tem em se mostrar ativo no trabalho, mostrar que sabe das coisas e que não é um peso morto. Essa vontade de se destacar pode acabar sendo ainda maior pra aqueles que vêm de outros estados para São Paulo, de querer mostrar que está apto pro serviço.
Lorenzo explica que os R+ sabem que você não sabe de nada ainda. Por mais que você tenha se esforçado demais pra estar ali na residência, você acabou de sair da faculdade e ainda tem muito a aprender. Ele nos contou que na sua residência em Radiologia no Hospital das Clínicas da USP, tanto os assistentes como os R+ eram muito compreensivos e o ensinaram demais em toda sua jornada. Portanto, respira fundo que vai dar tudo certo!
O nosso entrevistado contou que já pensou em fazer diversas especializações: nefrologia, dermatologia, cirurgia plástica, entre várias outras. Mas ao se deparar com a Radiologia em seus últimos anos da formação em medicina, seus olhos brilharam: “comecei no meu internato a evoluir os pacientes e a gente começa a ter contato com raio-X de tórax, tomografia, eu fui me interessando. Pô, isso aqui é legal. Ter as informações clínicas, confirmar na imagem, estabelecer uma relação entre as duas coisas”.
Pode deixar que isso Felipe pode explicar com propriedade:
“A Radiologia é a medicina vista por uma janela. A janela, seja de ultrassom, seja janela tomográfica, de uma ressonância… Então você tem que estudar toda a medicina de novo. É muita coisa pra você aprender. E se você quer trabalhar em grandes serviços, se tornar uma referência na sua área, é quase impossível você não se subespecializar”.
Dos últimos anos pra cá, tem ocorrido uma queda na relação candidato/vaga em Radiologia, e a residência em Radiologia na USP-SP não foge disso — mas o motivo ainda é uma grande incógnita. Nosso convidado tentou dar duas possibilidades do porquê isso vem acontecendo.
“Cara, eu acho que grande parte disso vem desse fantasma da inteligência artificial, que todo mundo se preocupa bastante do que tá acontecendo, do que vai acontecer, se a Radiologia vai acabar ou não vai, qual vai ser a função do radiologista no futuro”.
“Existe também a noção de que tá tendo muito radiologista, também. Por exemplo, Vitória não tem tanto espaço para novos radiologistas. Aqui em São Paulo é infinito, tem muito serviço. A área, ela é realmente muito dependente de serviço. Tem que estar ligado a um hospital, a uma grande clínica. Você não consegue ir lá e comprar a sua tomografia e fazer suas tomografias.”
Como acabamos de ver, muito tem se especulado sobre o futuro da Radiologia e qual vai ser o papel do radiologista no futuro. Falando sobre como foi seu estágio no PS, Lorenzo nos mostrou que o radiologista entra em contato com diversos profissionais de várias áreas, como cirurgião, clínico, médico emergencista, especialista, nefrologista, que descem pra discutir casos. O radiologista do futuro interage com o resto da equipe e ajuda a cuidar dos pacientes. Ele conta:
“Lá no HC, principalmente no PS, o pessoal vai muito na sala de laudos. É basicamente a gente sempre está compartilhando a sala de laudos com alguém. E é legal essa interação do radiologista como uma pessoa que faz parte da equipe. Talvez seja o futuro do radiologista. Uma pessoa que não fica lá, na salinha escura, mandando embora os exames. Mas sim uma pessoa que faz parte do atendimento, faz parte da tomada de decisões e do cuidado ao doente”.
Os plantões em Radiologia, de acordo com o nosso convidado, pagam em torno de R$1.700 a R$1.800 por 12 horas de trabalho. Em plantões noturnos, com vários ultrassons, o profissional pode tirar de R$2.500 a R$3.600 por 12 horas. Mas esses plantões são menos frequentes pro radiologista, principalmente por serem extremamente cansativos. A média salarial do médico formado em Radiologia, novamente de acordo com Lorenzo, é de R$20.000. Se você quiser aumentar os rendimentos é possível, fazendo vários plantões. Como diria nosso convidado: o limite é a sua resistência. Pra saber mais sobre o salário do radiologista, dá uma olhada neste artigo!
Se você se interessou pela residência em Radiologia na USP-SP, aproveita pra escutar o episódio #4 do podcast Finalmente Residente pra conhecer a história do Lorenzo em detalhes. É só dar o play aqui embaixo ou buscar o episódio na sua plataforma de streaming preferida!
Agora, se você tende a escolher outros rumos, dá uma olhada nos outros episódios. Em cada um, nós entrevistamos um especialista de uma residência diferente. Quinzenalmente, soltamos uma história nova, sempre às quartas-feiras! Aliás, em quartas alternadas, também liberamos episódios do podcast Projeto R1 SP pra contar a trajetória de preparação de quem foi aprovado em grandes instituições paulistas de residência. É coisa demais pra ouvir, então não perde tempo!
Bora lá!
Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar. Siga no Instagram: @joaovitorsfernando
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