Questões de prova de residência médica para estudar

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Aqui no Blog da Medway, nós publicamos muitos textos que têm o objetivo comum de te ajudar na jornada para a residência médica. E, como você talvez já tenha visto em outro post, uma das dicas que nós consideramos mais importantes para melhorar o desempenho é o estudo por questões — tanto avulsas quanto questões de prova de residência médica. Esse hábito, somado a um estudo direcionado, de acordo com a instituição que você deseja, pode ser decisivo. 

Por isso, hoje vamos falar exatamente sobre esse tema e trazer uma série de questões das principais instituições de São Paulo pra que você saiba exatamente o que estudar para obter a aprovação que deseja!

Bora lá?

Provas e gabaritos de 2025

A temporada de provas de residência 2024/2025 já chegou e já passou. Entre muitas outras coisas, isso significa que, para quem vai se dedicar aos estudos agora, um catálogo enorme de questões novinhas em folha está disponível. 

Aqui no Blog, nós trouxemos questões e gabaritos de muitas dessas provas e agora vamos linkar todas elas nesse post. Procure a sua instituição desejada e faça bom uso!

USP-SP

Um dos maiores nomes quando o assunto é residência médica em São Paulo, a prova da USP-SP conta com 100 questões no modelo ABCD, distribuídas em 20 questões objetivas para cada uma das grandes áreas da medicina: Cirurgia, Clínica Médica, Obstetrícia e Ginecologia, Medicina Preventiva e Social, e Pediatria.

Você pode conferir as questões e o gabarito da prova clicando AQUI.

E mais: se você quiser ir mais além, nós fizemos uma correção ao vivo da prova, em vídeo, que está disponível no nosso canal do YouTube. Olha aí!

Agora, vamos conferir uma questão de Clínica Médica dessa prova:

Questão 74 – Clínica Médica (USP-SP 2025) 

Mulher, 39 anos de idade, faz seguimento ambulatorial por lúpus eritematoso sistêmico com uso de prednisona, hidroxicloroquina e azatioprina. Foi admitida na enfermaria com queixa de dispneia aos médios esforços, tosse, náuseas e vômitos há 4 semanas. Exame físico: PA de 120×80 mmHg, FC de 108 bpm, FR de 26 ipm, saturação de oxigênio de 88%, temperatura axilar de 38,5 °C; sem anormalidades nas auscultas cardíaca e respiratória; abdome com hepatimetria de 13 cm e fígado doloroso à palpação, espaço de Traube submaciço, baço palpável logo abaixo do rebordo costal; sem outras anormalidades. 

Assinale a alternativa que possui as duas melhores hipóteses diagnósticas que, isoladamente, podem ocasionar o quadro clínico atual da paciente. 

A. Linfoma ou doença de Still. 

B. Tuberculose ou histoplasmose. 

C. Sarcoidose ou pneumocistose. 

D. Endocardite ou doença de Gaucher.

Resposta correta e comentário da questão 

Galera, esse é o tipo de questão que precisamos levar em consideração as respostas contidas em cada alternativa e antes de nos decidirmos pela melhor opção. Trata-se de uma paciente com diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico (LES), em uso de pelo menos três medicações imunossupressoras, com sintomas respiratórios subagudos, febre e achados da taquipneia, dessaturação e hepatoesplenomegalia ao exame físico. 

A banca fornece uma série de diagnósticos nas alternativas e solicita que o candidato identifique aquela que contém hipóteses que mais se identificam com o caso clínico descrito. Vamos analisar separadamente cada uma: 

A – Incorreta. 

Linfoma poderia explicar febre e hepatoesplenomegalia, mas não costuma causar dispneia e tosse. Doença de Still (um distúrbio inflamatório caracterizado por febres cotidianas, artrite e erupção cutânea evanescente) é improvável devido à ausência de artrite, exantema típico e ferritina muito elevada. 

B – Correta. 

A tuberculose é uma doença que em imunossuprimidos pode se manifestar de forma sistêmica, inclusive com acometimento hepatoesplênico. A histoplasmose, também por ser tratar de paciente imunossuprimida, tem risco de manifestação disseminada, e o quadro clínico é compatível com os achados descritos no enunciado. 

C – Incorreta. 

Sarcoidose não é comum em imunodeprimidos e não explicaria hepatoesplenomegalia tão evidente. Pneumocistose (Pneumocystis jirovecii) poderia justificar dispneia e tosse, mas não febre prolongada e hepatoesplenomegalia. 

D – Incorreta. 

Endocardite pode causar febre e manifestações sistêmicas, mas não justifica hepatoesplenomegalia tão proeminente sem sinais de sopros cardíacos ou embolias. Doença de Gaucher, um erro inato do metabolismo, é uma condição genética não relacionada ao quadro agudo descrito, já que embora posse se manifestar com hepatoesplenomegalia, não se relaciona com achados de febre e manifestações pulmonares são raras. 

Santa Casa

Feita no mesmo dia que a prova do Hospital Albert Einstein, a prova da Santa Casa trouxe 100 questões sobre as cinco grandes áreas. Diferentemente de outras instituições, pouca coisa mudou no processo seletivo da instituição. O gabarito da prova está disponível AQUI.

Considerando a alta concorrência por uma vaga no ISCMSP, vale a pena dar uma atenção extra às questões de prova de residência médica de lá. Por isso, você pode conferir todas elas na nossa live de correção!

Agora, vamos conferir uma questão da Cirurgia Geral!

Questão 37 – Cirurgia Geral (ISCMSP – 2025)

Paciente do sexo feminino, 28 anos, procurou à emergência com quadro de icterícia progressiva há 10 dias, acompanhada de dor abdominal em hipocôndrio direito e colúria, náuseas e vômitos. Relata episódios prévios de dor semelhante, associados à ingestão de alimentos gordurosos, mas sem icterícia. Ao exame físico, encontra-se com escleras ictéricas, dor à palpação no hipocôndrio direito, sem febre. Os exames laboratoriais mostram bilirrubina direta (8,5 mg/dL), amilase de 80 Ul e um leucograma de 8.500 mm³ sem desvio. A ultrassonografia abdominal evidencia dilatação das vias biliares intra e extra hepáticas, sem fatores obstrutivos ao método e a presença de cálculos móveis em vesícula biliar. Não se observa lesões expansivas hepáticas. 

O diagnóstico mais provável, dentre os abaixo: 

A. Pancreatite aguda. 

B. Colecistite aguda. 

C. Colangite. 

D. Tumor periampular. 

E. Coledocolitíase.

Resposta correta e comentário da questão 

Essa é mais uma questão sobre os diagnósticos diferenciais de síndrome colestática. Vamos entender o contexto! 

Uma paciente jovem (afasta a hipótese de neoplasia) com síndrome colestática há 10 dias e antecedentes de cólica biliar (“dor semelhante, associados à ingestão de alimentos e gordurosos”), apresenta-se com amilase normal (afasta pancreatite), sem leucocitose ou febre (afasta colangite) e com US evidenciando dilatação das vias biliares (obstrução) com colelitíase sem sinais de colecistite (afasta colecistite e define a provável etiologia calculosa para obstrução). Pronto! Esse simples resumo do enunciado já nos mostra que a alternativa correta é a E: coledocolitíase. 

Provavelmente esta jovem sofria de cólicas biliares por cálculos na vesícula até que uma pedra se aventurou pela via biliar e obstruiu o colédoco, causando dilatação e a síndrome colestática. 

Vamos às alternativas! 

A – Incorreta. 

Não podemos pensar em pancreatite porque a amilase está normal (80 UI) e o quadro clínico não é clássico de dor em faixa.

B. Incorreta. 

Com esse ultrassom inocente e a ausência de febre e leucocitose, não podemos pensar em colecistite aguda. 

C. Incorreta. 

Se a paciente apresenta febre ou leucocitose, sem dúvidas o diagnóstico seria de colangite aguda. Como estes sinais não estão presentes, não podemos pensar neste diagnóstico. 

D. Incorreta. 

O fato de nossa paciente ser jovem torna improvável esse diagnóstico. Além disso, a evolução é muito rápida para neoplasia. 

E. Correta. 

Perfeito! Como vimos, a clínica e os achados do US convergem para este diagnóstico.

Unicamp

Um dos últimos exames realizados na temporada de provas de residência, a prova da Unicamp contou com duas provas de 60 questões dissertativas na modalidade respostas curtas — mas sem prova prática e entrevista, por outro lado. 

Considerando o grande porte tanto do exame e da instituição em si, nós também disponibilizamos, além de caderno de questões e gabarito das provas, que você pode acessar neste link, as correções ao vivo de todas as questões das provas de residência médica da Unicamp, que você pode conferir nos vídeos abaixo!

Questão 33 – Ginecologia e Obstetrícia (Unicamp 2025) 

Mulher, 39 a, procura Unidade Básica de Saúde com queixa de saída de secreção sanguinolenta espontânea pelo mamilo direito, há três meses. Os aspectos clínico (A) e ultrassonográfico (B) estão representados na imagem.

A HIPÓTESE DIAGNÓSTICA É:  

Resposta correta e comentário da questão 

Gabarito: Papiloma intraductal

Ampliação: neoplasia intraductal papilar; papiloma; papiloma ductal. 

Galera, diante de uma queixa de descarga papilar, devemos ter muito claro em nossa mente quando pensar em situações benignas e sem necessidade de investigação posterior – a propósito, a grande maioria dos casos –, e quando pensarmos em prosseguir com uma investigação. E nem sempre as causas são mamárias, podendo ser também devido a quadros sistêmicos, como a hiperprolactinemia. 

O aspecto da descarga já nos direciona para uma possível hipótese diagnóstica: descargas amareladas, esverdeadas ou amarronzadas nos indicam alterações muito provavelmente benignas, com destaque para ectasia ductal. Agora, vamos lembrar a seguir características que nos chamam atenção para lesões potencialmente malignas e que devemos investigar? Devemos raciocinar que, nesse caso, estaríamos lidando com lesões mamárias pontuais, em local específico, e com potencial de invasão, o que geraria uma descarga: 

Além disso, chamaria a nossa atenção casos de descarga papilar casos com epidemiologia um pouco diferente do habitual, como em pacientes do sexo masculino ou em pacientes com idade avançada. 

Caso tenhamos alterações sugestivas de malignidade ou que preencham requisitos para uma investigação mais minuciosa, lançamos mão dos principais exames de imagem da mama: mamografia e ultrassonografia de mamas, sendo esta muito útil para diferenciar lesões intraductais e diferenciar lesões sólidas de lesões císticas. Vale ressaltar aqui que a citologia do líquido não nos é muito útil na investigação desses casos.

Mas e aí, diante de toda essa revisão, vamos de fato à questão? Ela nos apresenta uma descarga sanguinolenta que, frente ao exposto acima, deve ser investigada! Perceba que a descarga é unilateral e, pela imagem mostrada, parece ser uniductal, o que nos chama mal atenção e indica cada vez mais a investigação do quadro. O principal diagnóstico que devemos pensar aqui, especialmente em provas de residência, é o PAPILOMA INTRADUCTAL, uma lesão que se desenvolve em ductos subareolares, representado na imagem ultrassonográfica abaixo.

Compare essa imagem à imagem fornecida na sua prova, em que podemos ver uma lesão DENTRO do ducto. Muito parecidas, não é mesmo? E é assim mesmo que biopsiamos essa lesão: guiados por ultrassom, ou com uma biópsia a vácuo, sendo esta mais recomendada. Mas fique atento, pois nem sempre o papiloma apresenta alterações de exame de imagem.

Essa é uma lesão classicamente benigna, mas que está classificada no grupo das lesões B3 de mama, com potencial maligno incerto, sendo a mais comum destas. Classicamente tem seu tratamento baseado na excisão completa da lesão, especialmente em casos associados a atipias, idade avançada, massa palpável ao exame físico, por uma possível subestimação de carcinoma papilífero. Atualmente, em casos sem atipias e com concordância imaginológica-histopatológica, o tratamento expectante e conservador é cada vez mais aceito.

USP-RP

E pra fechar esse catálogo de questões de prova de residência médica das principais instituições de São Paulo, não podíamos deixar de mencionar a prova da USP-RP! O exame, contou com 100 questões escritas. Dureza, né?

Para essa instituição, você também pode conferir a prova na íntegra junto com o gabarito clicando AQUI.

Agora, vamos à questão!

Questão 1 – Pediatria (USP-RP 2025)

Criança A tem o diagnóstico de Tetralogia de Fallot e após receber vacina de 2 meses, apresentou episódio de cianose severa que melhorou somente após o uso de morfina endovenosa. A criança manteve desvio de rima labial para esquerda após este evento. Criança B tem diagnóstico de coarctação de aorta e deu entrada em serviço de urgência com 2 mesesde vida, apresentando vômitos e distensão abdominal severa e dolorosa. Precisou de cirurgia de ressecção de alça intestinal e ileostomia. Ambas as crianças evoluíram com complicações graves secundárias às suas cardiopatias congênitas, sendo que a criança A sofreu uma lesão cerebral e a criança B, uma lesão intestinal. 

Qual das alternativas apresenta as causas corretas para as complicações apresentadas?

A. A – Isquemia; B – Isquemia. 

B. A-Isquemia; B – Hipoxemia. 

C. A – Hipoxemia; B – Isquemia. 

D. A – Hipoxemia; B – Hipoxemia

Resposta correta e comentário da questão 

A banca apresenta dois pacientes com cardiopatia congênita:

Paciente A – diagnóstico de tetralogia de Fallot – apresentou cianose severa após vacina de 2 meses, com melhora somente após morfina EV – como sequela neurológica, manteve desvio de rima labial à esquerda.

Paciente B – diagnóstico de coarctação de aorta – evoluiu com enterocolite necrosante com necessidade de ressecção de alça intestinal.

Analisando os eventos com os pacientes:

Paciente A – pela gravidade da crise hipoxêmica, o paciente evoluiu com lesão neurológica secundária à hipóxia

Paciente B – pela gravidade da coarctação de aorta, houve redução do fluxo de sangue para a cadeia mesentérica, levando à enterocolite necrosante.

A – Incorreta.
Embora a criança B realmente tenha sofrido uma complicação isquêmica intestinal devido à coarctação de aorta, a criança A apresentou uma complicação por hipóxia, não por isquemia.

B – Incorreta.
Inverte os mecanismos: a criança A teve complicação por hipoxemia e a criança B por isquemia.

C – Correta.
Na Tetralogia de Fallot (criança A), a crise hipoxêmica levou à lesão cerebral por hipóxia. Na coarctação de aorta (criança B), o estreitamento aórtico causou isquemia intestinal.

D – Incorreta.
Embora a criança A realmente tenha sofrido complicação por hipoxemia, a criança B teve uma complicação isquêmica, não hipoxêmica.

Unesp

A prova da Unesp contém 100 questões e tem peso 9 na avaliação dos candidatos. A seleção não conta com prova prática ou entrevista. Para completar a pontuação dos alunos, é feita uma análise curricular de peso 1.

Se você pretende prestar para essa instituição em 2025, não perde tempo e vai lá fazer todas as questões da prova, além de conferir nossa live de correção logo abaixo!

Questão 90 – Preventiva (Unesp 2025)

As normas legais que regem o Sistema Único de Saúde (SUS) condicionam o acesso à assistência farmacêutica à observância de requisitos, dentre eles: 

A. ter o medicamento sido prescrito por quaisquer profissionais de saúde, desde que registrados nos respectivos Conselhos Profissionais. 

B. estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde públicos ou privados. 

C. estarem incluídos na RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais 

D. estar a prescrição em conformidade com a RENAME, excluídas as relações complementares estaduais ou municipais.

Resposta correta e comentário da questão 


As normas legais que regem o Sistema Único de Saúde (SUS) condicionam o acesso à assistência farmacêutica por meio de princípios que garantem o fornecimento de medicamentos essenciais à população, conforme estabelecido pela Lei nº 8.080/1990 e outras legislações complementares.

A assistência farmacêutica no SUS tem como requisitos a universalidade, garantindo que todos os cidadãos, independentemente de sua condição socioeconômica, tenham acesso aos medicamentos necessários; a equidade, assegurando que os recursos sejam distribuídos conforme a necessidade de cada região ou grupo populacional; e a integralidade, que envolve a disponibilização de medicamentos essenciais dentro do contexto do cuidado completo à saúde.

Além disso, a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) define os medicamentos prioritários, e a Programação Anual de Aquisição de Medicamentos organiza a oferta de remédios, respeitando as necessidades de saúde da população. O acesso à assistência farmacêutica deve ser feito de forma racional e eficiente, seguindo as políticas públicas de saúde para garantir o tratamento adequado.


Vamos analisar as alternativas?

A – Incorreta.
A prescrição de medicamentos da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) é feita por médicos capacitados como médicos, dentistas e veterinários. A palavra “quaisquer” deixa muito abrangente.

B – Incorreta.
Apesar de não ter sido o gabarito inicial da banca, sob o nosso ponto de vista essa alternativa também está correta. Isso porque segundo a portaria 2.928 de 12/12/11, que dispõe sobre os §§ 1º e 2º do art. 28 do Decreto nº 7.508/11, “poderão ser aceitas documentações oriundas de serviços privados de saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), desde que respeitadas as regulamentações dos Componentes da Assistência Farmacêutica definidas pelo SUS e as pactuações realizadas nas Comissões Intergestores Tripartite (CIT) e Bipartite (CIB)”.

C – Correta.
Conforme discutido, essa é a resposta da nossa questão.

D – Incorreta.
Vamos nos lembrar que a lista básica do RENAME deve estar presente em todos os estados e municípios, mas estes podem incluir novos medicamentos a depender das necessidades locais. Por esse motivo a alternativa está incorreta.

SUS-SP

Maior processo seletivo de residência médica do Brasil, a prova do SUS-SP praticamente não sofreu alterações para 2025: foram as tradicionais 100 questões de prova de residência médica com alternativas de A a E, seguidas pelo famoso leilão de vagas. Você pode conferir o gabarito da prova clicando neste link.

Mas se, por um lado, essa permanência da estrutura tradicional mantém uma familiaridade dos candidatos com o exame, por outro, significa que continuou sendo uma prova que não é moleza! Por isso, não deixa de dar uma olhada na nossa correção ao vivo da prova do SUS-SP!

Questão 4 – Clínica Médica (SUS-SP 2025)

Um homem de 57 anos de idade, acometido por cirrose hepática de etiologia alcoólica com hepatocarcinoma associado, foi internado devido ao aumento de volume abdominal, dor abdominal e confusão mental. Foi realizada uma punção diagnóstica, com 375 neutrófilos no líquido puncionado, albumina soro 1,9 e albumina do líquido ascítico 0,6 e culturas em andamento. Foi, então, iniciada antibioticoterapia empírica e diureticoterapia com furosemida e espironolactona. No terceiro dia de internação, a paciente evoluiu com oligoanúria, teve piora do edema periférico, creatinina de 2,9 (na entrada, era de 0,8), ureia de 93, potássio 5,7, gasometria com pH 7,28 e bicarbonato 15. 

A respeito dos dados gasométricos apresentados em um contexto de injúria renal aguda, assinale a alternativa correta. 

A. O paciente possui indicação bem estabelecida de reposição endovenosa de bicarbonato devido ao valor de pH apresentado. 

B. O tratamento da hipercalemia, por si só, seria suficiente para a correção do pH. 

C. Ao realizar a insulina associada à glicose em pacientes com injúria renal, o risco de Medway – SUS – SP – 2025 Páginas 4/50 hipoglicemia é maior que na população geral. 

D. A alteração gasométrica apresentada pode ser um efeito adverso da furosemida, independentemente da piora de função renal ocorrida. 

E. Para a hipercalemia apresentada, podem-se realizar glicose + insulina, inalação com b2 agonista e furosemida. 

Resposta correta e comentário da questão 

Estamos diante de um caso complexo de um paciente cirrótico que desenvolveu PBE (confirmada pela contagem de neutrófilos >250 no líquido ascítico) e evoluiu com injúria renal aguda (IRA), provavelmente no contexto de síndrome hepatorrenal tipo 1, desencadeada pela PBE. O paciente apresenta acidose metabólica (pH 7,28 e bicarbonato 15) associada à hipercalemia (K 5,7), quadro comum em pacientes com IRA. É fundamental entendermos que o manejo deste paciente requer atenção especial devido à complexidade do caso e às múltiplas alterações metabólicas presentes.

A – Incorreta.

A reposição de bicarbonato de sódio não tem indicação baseada apenas no valor do pH. As indicações bem estabelecidas para reposição de bicarbonato são: pH < 7,1, hipercalemia grave refratária ou intoxicação por salicilatos. No caso em questão, com pH 7,28, não há indicação formal para reposição.

B – Incorreta.

A acidose metabólica apresentada tem componente multifatorial, incluindo a própria IRA e possível acidose láctica pela hipoperfusão. O tratamento isolado da hipercalemia não seria suficiente para corrigir completamente o distúrbio ácido-base.

C – Correta.

Esta é a alternativa correta pois na IRA há menor clearance de insulina pelos rins, prolongando sua meia-vida. Além disso, há menor produção renal de glicose (pela gluconeogênese prejudicada), tornando estes pacientes mais suscetíveis à hipoglicemia quando tratados com insulina, mesmo quando associada à glicose.

D – Incorreta.

A furosemida tipicamente causa alcalose metabólica (e não acidose) por estimular a excreção de H+ junto com Na+ no túbulo renal. A acidose apresentada está mais relacionada à IRA e ao estado hipoperfusional do paciente.

E – Incorreta.

O uso de furosemida não é recomendado como primeira linha para tratamento agudo da hipercalemia, especialmente em pacientes com IRA estabelecida. As medidas iniciais incluem: glicose com insulina, beta-2 agonistas inalatórios, resinas de troca e, se necessário, gluconato de cálcio (em casos de alterações eletrocardiográficas).

Iamspe

Realizada em janeiro, a prova do Iamspe contou com 100 questões. Com um tempo meio apertado de 3 horas, muita gente precisou correr pra conseguir resolver todas as questões de prova de residência médica da instituição. Além disso, o processo seletivo deste ano não teve outras etapas, como a clássica prova multimídia.

Para conferir o gabarito da prova deste ano, você pode clicar neste link, e também pode assistir a nossa live de correção abaixo!

Questão 30 – Cirurgia Geral (Iasmpe 2025) 

Paciente feminina, 21 anos, após confraternização de fim de ano, apresenta sensação de alimento preso na garganta, odinofagia, sialorréia, regurgitação e náuseas (sem vômito). Compareceu ao pronto-socorro onde realizou exames laboratoriais e de imagem.

Exames laboratoriais: Hemoglobina 11,1 g/dL, Leucócitos 6.730/mm³, Plaquetas 151.000/mm³, PCR 1,23 mg/L (VR<1,0), Creatinina 0,65 mg/dL, Ureia 24 mg/dL, Sódio 139 mEq/L, Potássio 4,0 mEq/L, Bilirrubina Total 0,23 mg/dL, Amilase 62 U/L, INR1,14.

Endoscopia laudava esôfago com mucosa conservada até 20cmda ADS com laceração profunda onde encontra-se corpo estranho impactado. Retirado com auxílio de Roth Net sem intercorrências.

Realizada também tomografia computadorizada de pescoço. Vide imagens abaixo. Qual deve ser a conduta imediata? 

A. NPO (nada por via oral), hidratação venosa, antibioticoterapia endovenosa, internação e avaliação para reintervenção endoscópica ou cirúrgica conforme evolução. 

B. Realizar esofagograma com contraste hidrossolúvel imediatamente para avaliar a extensão da lesão. 

C. Passagem de sonda nasogástrica e lavagem com soro fisiológico para limpar o esôfago. D. Alta com analgesia e antibiótico, com orientação de retorno caso haja piora dos sintomas. 

E. Encaminhar imediatamente para cirurgia para reparo esofágico primário, considerando o Medway – IAMSPE – SP – 2025 Páginas 17/49 risco de mediastinite

Resposta correta e comentário da questão 

A paciente entalou com um pedaço de alimento e evoluiu com dor, sialorreia, regurgitação e náuseas, sem vômitos. Foi feita uma EDA, que visualizou a laceração e retirou o corpo estranho. Não sabemos se a TC de pescoço foi feita antes ou depois da EDA, mas é possível ver pequena quantidade de ar na região cervical, peri esofágica, onde não deveria ter. Ou seja, estamos diante de um caso de perfuração de esôfago. Trata-se de um quadro grave, pelo risco de mediastinite e óbito. Mas a nossa paciente está clinicamente bem, exames laboratoriais sem grandes alterações, normais, exceto pela PCR discretamente elevada.

Vamos analisar as alternativas, lembrando que a questão pede a conduta imediata.

A – Correta.
Suporte clínico, com jejum, hidratação e antibiótico! Avaliar evolução para definir conduta definitiva, curativo a vácuo por endoscopia para cicatrização do esôfago ou cirurgia. O curativo a vácuo é uma possibilidade terapêutica bem menos invasiva e menos mórbida que a cirurgia. Se houvesse instabilidade, se a paciente evoluir mal… aí tem que ir para cirurgia de urgência!

B – Incorreta.
Não há necessidade, pois já confirmamos que há lesão com a endoscopia, que é o melhor exame para avaliar a extensão da lesão, não o esofagograma. Na TC, vemos ar na região cervical, em moderada – pequena quantidade. O diagnóstico já está confirmado.

C – Incorreta.
Em casos de perfuração esofágica, a passagem de SNG às cegas é contraindicada.

D – Incorreta.
De jeito nenhum vamos dar alta para uma paciente com perfuração de esôfago, com risco de desenvolver mediastinite.

E – Incorreta.
Aqui pode ter gerado dúvida! Paciente está clinicamente bem, com exames laboratoriais praticamente normais. Não precisamos tomar a conduta imediata de abordagem cirúrgica. É possível optar por uma conduta mais conservadora, como a da letra A, com avaliação de qual tratamento definitivo será feito (cirúrgico ou endoscópico). Se a paciente estivesse instável, a alternativa E seria a correta.

Hospital Albert Einstein

Realizada em dezembro, a prova do Einstein contou com 100 questões, englobando temas das cinco grandes áreas.

Para dar uma conferida em todas as questões e no gabarito da prova de residência médica do Einstein, você pode clicar AQUI. Se quiser ir mais além nos estudos, você também pode assistir a nossa live de correção!

Questão 52 – Ginecologia e Obstetrícia (Einstein 2025)

Mulher de 28 anos vem para acompanhamento após 6 meses de resultado de Papanicolau com lesão intraepitelial escamosa de baixo grau. Refere ter sido vacinada com esquema completo contra HPV na adolescência. O resultado atual da citologia oncótica cérvico vaginal revela atipia de células escamosas de significado indeterminado (ASC-US). 

Assinale a alternativa que apresenta recomendação correta de acordo com as diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero (2016). 

A. Como a paciente é menor de 30 anos, repetir a citologia em 12 meses. 

B. Como o segundo resultado de citologia é alterado, colposcopia com biópsia dirigida. 

C. Se disponível, genotipagem com DNA HPV para elucidar ASC US. 

D. Como a paciente é imunizada e menor do que 30 anos, manter acompanhamento anual

Resposta correta e comentário da questão 

Bom, então temos uma citologia com lesão intraepitelial de baixo grau (LIEBG ou LSIL) inicialmente que, acima dos 25 anos, exige repetição em 6 meses.

Maravilha, foi exatamente isso que ela fez, mas agora tivemos um achado sugestivo de ASC-US.

O achado de ASC-US (atipia de células escamosas de significado indeterminado) corresponde a lesão invasiva apenas em cerca de 0,1–0,2% e é um achado de considerável variação interobservador pois, como o próprio nome diz, são células de significado indeterminado. Assim, podem representar infecção pelo HPV, atrofia, descamação, entre outros.

No entanto, nossa paciente já apresenta uma citologia com LIEBG, que é uma alteração com menor variabilidade interobservadores e com maior correlação com lesões pré-invasivas que o ASC-US. Recomenda-se a repetição em seis meses, pois a maioria dessas alterações regride espontaneamente e a fim de evitar intervenções desnecessárias. Mas repetimos e ainda tivemos uma alteração, um ASC-US.

Dessa forma, é aventada a hipótese da presença de uma possível lesão pré-invasiva que não regrediu espontaneamente e, por isso, nossa indicação aqui após dois citopatológicos alterados é o encaminhamento para a colposcopia após o segundo resultado citológico alterado. Em outras palavras, não temos um diagnóstico definitivo, mas não houve regressão espontânea de achados, evidenciando a necessidade de investigação mais a fundo com exame mais específico: no caso, a colposcopia com possível realização de biópsia dirigida.

Aqui o trecho do fluxograma do referido manual com a recomendação. Veja que a manutenção de atipia (não especificada qual), indica realização de colposcopia.

A – Incorreta.
Essa seria uma conduta correta frente a um primeiro achado ASC-US. Mas agora já é o segundo exame alterado, então é imperativo encaminharmos essa paciente para um seguimento mais especializado.

B – Correta.
É isso mesmo. Com dois exames citopatológicos alterados em sequência, nossa indicação é de realização de colposcopia. Mesmo que são achados diferentes? Sim, mesmo que são achados diferentes.

C – Incorreta.
A pesquisa de HPV-DNA é recomendada como método de rastreio inicial, devido à sua alta sensibilidade. Uma vez que o rastreio foi iniciado com a colpocitologia oncótica, e encontradas alterações, deve ser continuado o fluxograma para elucidar essas alterações.
Sendo um pouco mais detalhista, a questão ainda menciona exatamente a fonte da qual ela tira informações, as diretrizes brasileiras de 2016, que não citam o DNA-HPV como forma de seguimento aqui.

D – Incorreta.
Por mais que a paciente seja imunizada, ela apresenta alterações do exame citopatológico que, por mais que sejam alterações que não indicam colposcopia logo de cara, está alterada por duas vezes consecutivas. O propósito da vacinação é justamente impedir que essas alterações HPV-induzidas apareçam, mas, uma vez que já alteradas, deve ser realizada a investigação adequada.

Hospital Sírio-Libanês

Mais um exame que contou com 100 questões, a prova do Sírio-Libanês ocorreu em dezembro, seguindo a mesma estrutura de anos anteriores. A seleção também contou com uma segunda etapa prático-oral.

Para conferir as questões e o gabarito da prova, veja nossa live de correção!

Questão 41 – Pediatria (Sírio 2025)

Lactente de 1 ano e 10 meses chega ao pronto-socorro em crise convulsiva focal com duração de 20 minutos. A mãe relata que a criança se manteve febril nos últimos dois dias, mas sem outros sintomas significativos, além de irritabilidade e recusa alimentar. Ela conta que esta é a segunda vez que o bebê apresenta uma convulsão durante um quadro febril. Sinais vitais: FC: 130 bpm, FR: 30 ipm, SatO2: 96%, PA: 90 x 60 mmHg e temperatura axilar: 39,2 °C. A criança está responsiva a estímulos verbais, com exame neurológico normal. Exames complementares mostram hemograma com leucocitose discreta sem desvio à esquerda, glicemia, eletrólitos, cálcio, fósforo e magnésio dentro dos valores normais. 

Diante da hipótese diagnóstica, a conduta adequada para o paciente é: 

A. Indicar antipiréticos, observar a criança sem anticonvulsivante e orientar os pais. 

B. Administrar diazepam intravenoso imediatamente. 

C. Realizar punção lombar logo após para investigar meningite. 

D. Solicitar ressonância magnética de crânio e iniciar antibióticos empíricos. E. Iniciar ácido valproico para prevenção de futuras crises.

Resposta correta e comentário da questão 

Estamos diante de um caso de convulsão febril complexa em um lactente de 1 ano e 10 meses. O que me faz classificar como complexa?
A crise é focal, tem duração prolongada (20 minutos) e já é a segunda ocorrência.

É fundamental entender que, apesar de ser uma CF complexa, o paciente está estável, responsivo, com exame neurológico normal e exames laboratoriais básicos sem alterações significativas.

Vamos relembrar alguns pontos importantes na classificação:

O raciocínio clínico aqui deve seguir uma sequência lógica:


Primeiro, avaliar a estabilidade do paciente (que está mantida);
Segundo, classificar o tipo de crise (complexa);
Terceiro, investigar causas básicas (já realizado com exames normais);
E por fim, definir a conduta adequada.

A – Correta.
Mesmo sendo uma CF complexa, como o paciente já está fora da crise, estável e com exames normais, a conduta mais adequada é o manejo conservador com antitérmicos e observação. Não há necessidade imediata de anticonvulsivantes profiláticos.

B – Incorreta.
O diazepam IV seria indicado durante a crise convulsiva ativa. Como o paciente já não está mais convulsionando e está estável, não há indicação para seu uso neste momento.

C – Incorreta.
Apesar de ser uma CF complexa, não há sinais de irritação meníngea ou alteração do estado mental que justifiquem punção lombar imediata. O paciente está responsivo e com exame neurológico normal.
Se o paciente tivesse < 18 meses poderíamos considerar por ter sintomas inespecíficos para meningoencefalite!

D – Incorreta.
A ressonância magnética e antibioticoterapia empírica seriam indicadas se houvesse sinais de infecção do SNC ou alteração neurológica significativa, o que não é o caso.

E – Incorreta.
O início de ácido valproico profilático não é indicado apenas por uma segunda ocorrência de CF. Esta decisão deve ser individualizada e geralmente é considerada após múltiplas recorrências ou outros fatores de risco.

Famerp

A prova da Famerp trouxe 80 questões na prova de residência médica para os candidatos. Além dessa etapa, de peso 9, houve mais uma fase de avaliação curricular, de peso 1.

Para saber tudo sobre as questões e o gabarito da prova, clique neste link e assista a nossa live de correção abaixo.

Questão 35 – Preventiva (Famerp 2025) 

Um estudo testou um novo medicamento, em comparação com a varfarina, na redução de acidente vascular encefálico ou evento isquêmico. Os dois grupos foram distribuídos de forma aleatória e randomizados, sendo acompanhados por 590 dias. Os resultados do estudo estão abaixo: Com base nas informações, que tipo de estudo é este? Calcule a Redução Absoluta do Risco (RAR) de AVE ou Evento Isquêmico e Estimativa do Tamanho do Efeito de Tratamento (Número Necessário para Tratar – NNT) para se evitar os desfechos considerados no estudo.

A. Ensaio Clínico Experimental Crossover; RAR= 0,79 e NNT= 2. 

B. Ensaio Clínico Experimental Paralelo Randomizado; RAR= 0,5 e NNT=2 

C. Ensaio Clínico Experimental Paralelo Randomizado; RAR= 0,5% e NNT= 200 

D. Ensaio Clínico Quase-Experimental Fatorial Randomizado; RAR= 0,5% e NNT= 200

Resposta correta e comentário da questão 

Aqui nós temos um “arroz com feijão” da preventiva um pouco mais elaborado. Nós estamos falando da classificação de estudos e de forma mais específica, sobre um ensaio clínico. Também precisamos calcular NNT e RAR segundo o comando das nossa questão. 

Fique claro que estamos diante de um ensaio clínico uma vez que estamos diante de um estudo individuado (onde cada participante é analisado) e intervencionista. Eu estou ativamente administrando um novo medicamento e comparando com outro (aqui no caso a varfarina). Percebam que os pacientes foram distribuídos de forma aleatória entre os grupos, ou seja, eles foram rondomizados. 

Dito isso, vamos nos relembrar de alguns conceitos. Um ensaio clínico é um tipo de estudo intervencionista que avalia os efeitos de uma intervenção (medicamentosa, comportamenta, cirúrgica, entre outras) em comparação a um controle, que pode ser placebo, nenhuma intervenção ou um tratamento padrão. A construção do ensaio segue etapas rigorosas, incluindo: definição clara da hipótese, critérios de inclusão/exclusão, alocação dos participantes e definição das medidas de desfecho. 

Tipos de Ensaio Clínico: Crossover e Paralelo 

  • Ensaio Clínico Paralelo: os participantes são alocados em dois ou mais grupos distintos (exemplo: grupo intervenção e grupo controle). e cada grupo recebe uma única intervenção ao longo do estudo. Este formato é ideal quando a intervenção pode gerar efeitos duradouros ou permanentes. 
  • Ensaio Clínico Crossover: os participantes atuam como seu próprio controle. Cada indivíduo recebe mais de uma intervenção em momentos diferentes com um período de “washout” (limpeza) entre elas para minimizar os efeitos residuais. É mais apropriado para condições estáveis e intervenções de efeito reversível, mas pode ser inviável em casos de doenças progressivas. 

A rondomização é um processo essencial que distribui os participantes de maneira aleatória entre os grupos do estudo. Essa metodologia reduz o viés de seleção e equaliza características prognósticas entre os grupos, minimizando fatores de confusão. 

Assim, os resultados podem ser atribuídos com maior confiabilidade à intervenção estudada. 

Por fim, nós precisamos relembrar os cálculos do RAR E NNT. 

  • Redução Absoluta do Risco (RAR): mede a diferença absoluta entre a taxa de eventos no grupo controle e no grupo intervenção. Fórmula: RAR = incidência no grupo controle – incidência no grupo de intervenção. 
  • Número Necessário para Tratar (NNT): indica o número de pacientes que precisam ser tratados para prevenir um evento adverso adicional. Fórmula: NNT = 1/RAR. 

Um NNT baixo indica maior eficácia da intervenção. Esses cálculos são fundamentais para avaliar a relevância clínica do tratamento, auxiliando na tomada de decisões terapêuticas baseadas em evidências. 

Dito isso, fica claro que estamos diante de um ensaio clínico experimental paralelo randomizado, paralelo porque o grupo intervenção e controle correm juntos, ao mesmo tempo. 

Agora, o cálculo do RAR seria 2,2 – 1,7 = 0,5. Porém, percebam que a tabela diz que os dados são para 100 pacientes. Temos que multiplicar o valor encontrado por 100. 

RAR = 0,5%

E o NNT de 1/0,5 = 2. Porém, percebam que a tabela diz que os dados são para 100 pacientes. O NNT deve ser expresso para 1 paciente. Por isso, é necessário multiplicar o valor encontrado por 100. 

NNT = 200. 

A – Incorreta. 

Como os pacientes não trocaram o grupo durante o estudo não se trata de um estudo crossover. Os valores NNT e RAR também estão incorretos. 

B – Incorreta. 

A classificação do estudo está correta, mas os valores encontrados, não. Percebam que a tabela diz que os dados são para 100 pacientes. Por isso é necessário multiplicar os valores encontrados por 100. 

C – Correta. 

Conforme discutido, aqui nós temos a classificação correta do estudo e os valores de NNT e RAR. 

D – Incorreta. 

Não existe ensaio clínico quase-experimental. 

E-books

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Igor Alves

Igor Alves

Paraense, pai de pet e professor da Medway. Formado pela Universidade do Estado do Pará, Residência em Clínica Médica pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Siga no Instagram: @igor.medway