A metodologia OSCE na Medicina e como ela é aplicada

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Você sabe qual é a importância da metodologia OSCE na Medicina? O Exame Clínico Objetivo e Estruturado (tradução do inglês Objective, Structured, Clinical Examination) é aplicado desde 1975 para avaliar o desempenho clínico de todas as profissões na área da saúde.

No entanto, é comum que ele aconteça ainda em diferentes momentos da graduação ou da residência. E apesar de se parecer muito com uma prova prática de residência médica, tem um nível de complexidade muito maior, sendo que muitas vezes ainda pode envolver pacientes reais.

Pouco se fala sobre esse exame, e é por isso que estamos aqui para desmistificar esse assunto. Portanto, continue a leitura e tire suas dúvidas sobre ele!

O que é OSCE?

A proposta do OSCE na Medicina é simples: focar em testar competências clínicas para muito além de testes objetivos. Dessa maneira, ele é baseado em uma observação direta.

Basicamente, o candidato é avaliado em todas as etapas de um atendimento médico. Do momento em que tem o primeiro contato com o paciente, até a execução completa do procedimento necessário.

Mas não basta apenas seguir uma rota usual e achar que tirou tudo de letra. A forma como você toma decisões até chegar na parte de execução é o que realmente importa.

Isso porque o OSCE se preocupa muito em analisar se o candidato está preparado para exercer um papel humanizado em seu atendimento. Para tanto, é preciso demonstrar ao longo do exame capacidades como raciocínio clínico, conduta profissional e empatia.

É por isso que ele é considerado um pouco mais difícil do que as provas práticas de residência, embora você possa estudar por elas para se preparar para o OSCE. É só se lembrar de que será preciso sempre ir além da teoria na prática.

Como funciona?

A metodologia OSCE na Medicina não é muito divulgada. Por isso, quando um candidato passa por esse exame, seja na graduação, na residência ou como etapa para algum concurso ou processo seletivo, geralmente fica desconfortável porque não sabe o que esperar.

O que a gente pode dizer para minimizar essa sensação é que esse exame acontece em estações rotativas. A intenção é que o candidato passe por diferentes cenários, para que a banca avaliadora saiba se ele realmente está preparado para encarar de tudo um pouco: pronto-socorro, ambulatório e enfermaria.

Logo no início do exame, o candidato é informado sobre qual será o primeiro cenário e o nível de atendimento à saúde. E seja qual for esse desafio, mais uma vez é preciso reforçar a importância da prática humanizada. Sendo assim, a escuta ativa deve vir em primeiro lugar e conta muitos pontos.

Cada exercício tem um tempo pré-determinado para ser finalizado. A atividade varia de acordo com o cenário, e vale reforçar que sim, os pacientes atendidos podem ser reais. Mas também acontece de ter que lidar com manequins ou simulações, ou ainda modelos híbridos.

Como é estruturado?

O OSCE se estrutura de acordo com cinco das principais áreas da Medicina. Portanto, o candidato passará por estações de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Saúde Mental.

As estações se constituem em salas ou simplesmente em uma mesa, conforme o tipo de atendimento que deve ser abordado. É fundamental ficar de olho no tempo que se tem para conduzir o atendimento ou procedimento, normalmente de 5 a 10 minutos, principalmente porque o olhar do avaliador é crítico e ele está ao lado o tempo todo.

Na medida em que o candidato realiza a atividade, ele preenche um checklist. Nesse documento, avalia como aspectos técnicas, habilidades e raciocínio diagnóstico foram usados.

Ao finalizar uma estação, você vai para a próxima, até finalizar todas as cinco. Preste sempre muita atenção às orientações dadas pelos avaliadores antes de colocar a mão na massa. Uma pequena falta de atenção pode comprometer todo o seu desempenho naquela fase, então ouça bem e mantenha a calma na medida do possível.

Que temas são abordados?

O tipo de atividade depende da estação e do cenário. Por exemplo, em um ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia, é provável que a cobrança se volte para condutas de pré-natal ou cálculo de datas de parto.

Em Clínica Médica, no entanto, pode ser que você tenha que demonstrar como aferir pressão arterial, fazer uma prescrição ou realizar ausculta cardiopulmonar. O grande problema da OSCE é justamente a imprevisibilidade e a falta de informações: não dá para saber exatamente o que esperar.

Nos últimos anos, é possível constatar que o uso de manequins tem caído em desuso. As respostas verbais são cobradas com mais frequência do que a realização dos procedimentos, para evitar qualquer tipo de defeito com objetos, materiais e outros itens que, se apresentarem defeito, podem prejudicar o candidato.

Desde a pandemia, a aplicação da prova pode ocorrer também em formato multimídia. Dessa forma, o candidato é encaminhado para computadores, mas o tempo entre estações e atividades é o mesmo.

Mas vale reforçar que não é apenas sua resposta certa que pontuará. Tarefas que parecem dispensáveis na prova significam muito para o instrutor, como se apresentar como médico e conversar com o paciente.

Não é obrigatório chegar a 100% de precisão em cada estação ou em todas as estações para passar. O segredo, na verdade, é acumular o maior número de acertos que conseguir.

A avaliação pode ser dada em termos como “adequado”, “parcialmente adequado” ou “inadequado”, ou em pontos distribuídos entre 0,0 e 1,0. Depois de terminar todas as estações, os pontos são somados.

Em provas de residência, quando o OSCE corresponde à prova prática, o candidato que tem mais pontos tem mais chance de conquistar a vaga. No caso do Revalida, o candidato é aprovado se simplesmente alcançar a pontuação prevista na prova de corte, não importa a concorrência e nem a quantidade de aprovados. 

Conseguiu entender como é aplicada a metodologia OSCE na Medicina?

De fato, não existe tanta informação assim sobre como é aplicada a metodologia OSCE na Medicina. No entanto, esse é um apanhado geral sobre esse território tão misterioso. A tendência é que o exame seja cada vez mais priorizado nas instituições, então em breve poderemos falar com mais detalhes ainda o que você acabou de ver por aqui.

No mais, a dica é continuar a investir sem parar em sua preparação. Para isso, conte com a gente! Bora se inscrever no CRM Medway para alcançar o resultado que você deseja, em qualquer processo seletivo médico que esteja por vir? Esperamos por você!

DjonMachado

Djon Machado

Catarinense e médico desde 2015, Djon é formado pela UFSC, fez residência em Clínica Médica na Unicamp e faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway. É fissurado por didática e pela criação de novas formas de enxergar a medicina. Siga no Instagram: @djondamedway