A Advocacia-Geral da União (AGU) aprovou o Parecer Referencial n.º 00001/2024, que regulamenta a concessão do auxílio-moradia para médicos residentes no Brasil. A medida padroniza o pagamento do benefício para profissionais vinculados às universidades federais que ainda não haviam regulamentado a questão.
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O parecer é resultado do trabalho conjunto do Núcleo de Educação da 1ª Região e do Núcleo de Conciliação da 1ª Região. Ele prevê que instituições de ensino que não possuem regulamentação específica e não oferecem moradia aos médicos residentes possam indenizá-los, com um auxílio limitado a 30% do valor bruto da bolsa recebida pelo residente.
Com o parecer, as instituições de ensino que oferecem programas de residência médica poderão firmar acordos judiciais para conceder o auxílio-moradia aos residentes. O objetivo é evitar a judicialização excessiva do tema, garantindo que os profissionais tenham acesso ao benefício de forma mais ágil e uniforme.
O direito ao auxílio-moradia para médicos residentes está previsto na Lei n.º 6.932/1981 e reforçado pela Lei n.º 12.514/2011. No entanto, a falta de regulamentação uniforme gerou disparidades na concessão do benefício, levando muitos residentes a recorrerem à Justiça.
Com o novo parecer, a expectativa é de que a concessão do auxílio ocorra de forma mais eficiente, sem necessidade de processos demorados. A decisão também contribui para a valorização dos profissionais em formação, garantindo melhores condições para que possam se dedicar à residência médica.
Para os médicos residentes, a padronização do benefício representa um grande avanço. Muitos profissionais enfrentam dificuldades financeiras ao longo do programa de residência, já que a bolsa recebida nem sempre é suficiente para cobrir todas as despesas, especialmente para aqueles que precisam se deslocar para cidades diferentes.
Com a regulamentação clara do auxílio-moradia, espera-se que os residentes tenham melhores condições de sustento e possam focar integralmente na sua formação. Isso também pode reduzir a evasão em programas de residência que apresentam altos custos de vida.
As instituições de ensino e hospitais que oferecem programas de residência médica terão um papel fundamental na implementação do novo modelo de auxílio. A adesão ao acordo da AGU pode evitar processos judiciais e facilitar a vida dos residentes, garantindo um processo mais rápido e menos burocrático.
Cabe às instituições organizarem-se administrativamente para conceder o benefício de forma transparente, garantindo que todos os profissionais que tenham direito ao auxílio possam acessá-lo sem entraves.
Os médicos residentes devem verificar se sua instituição de ensino já regulamentou o auxílio-moradia. Caso contrário, podem buscar informações junto à administração da universidade ou hospital. Se o benefício não for concedido, é possível recorrer à Justiça para solicitar a adesão ao novo modelo de acordo judicial aprovado pela AGU.
A aprovação do parecer é um passo importante para garantir melhores condições aos médicos residentes no Brasil. Com a padronização do auxílio-moradia, o acesso ao benefício pode ocorrer de forma mais justa, reduzindo desigualdades e proporcionando maior segurança financeira aos profissionais em formação.
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Foi residente de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) de 2016 a 2018. É um dos cofundadores da Medway e hoje ocupa o cargo de Chief Executive Officer (CEO). Siga no Instagram: @alexandre.remor