E aí, pessoal! Tudo bem? Hoje vamos falar de um assunto que tem crescido muito em relevância nos últimos tempos: a cirurgia bariátrica!
Parte desse sucesso é devido à estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) que prevê que em 2025 atinjamos a meta de 700 milhões de pessoas obesas no mundo. Estudos demonstram que estar acima do peso aumenta a chance de múltiplas comorbidades, sendo a mais associada o diabetes mellitus.
No entanto, hipertensão, aterosclerose, esteatohepatite, hiperlipidemia, apneia do sono, colelitíase, osteoartrite, desordens endócrinas, alergias, depressão e até câncer tem a prevalência aumentada nessa população. Além disso, estar acima do peso diminui de 3 a 13 anos de vida!
Dessa forma, devemos encarar a obesidade como um problema de saúde pública que precisa de ações para seu controle, e a cirurgia é uma opção!
Sabemos que é considerado obeso o indivíduo com IMC maior ou igual a 30. Porém, não são todos estes que têm indicação cirúrgica.
As indicações são:
• IMC > 40 kg/m² sem outras comorbidades;
• IMC > 35 kg/m² associado às comorbidades relacionadas à obesidade;
• IMC > 30 kg/m² associado à DM2 de difícil controle refratário.
Mas atenção, essas regras poderão sofrer alterações ainda esse ano, com propostas de ampliação da população que pode ser beneficiada pela cirurgia, incluindo crianças e adolescentes.
A cirurgia, até então, pode ser realizada a partir dos 16 anos de idade, quando o paciente tem insucesso no tratamento clínico por no mínimo dois anos e tem ausência de contraindicações, que são:
Agora que sabemos pra quem indicar a cirurgia, vamos entender quais técnicas operatórias temos disponíveis. Primeiro, separamos as cirurgias de acordo com seu principal método para causar o emagrecimento:
O bypass gástrico em Y-de-Roux é a técnica mais praticada entre os cirurgiões atualmente, e é considerada o “padrão ouro” para reversão da obesidade. Ela é considerada uma cirurgia mista predominantemente restritiva.
Nela, deixamos um estômago com capacidade de apenas 15-30 mL (sendo o componente restritivo), além do componente disabsortivo na separação da alça alimentar e biliopancreática.
A técnica de Sleeve consiste em “tubulizar” o estômago — ou seja, retiramos todo o fundo gástrico e o deixamos no formato de um tubo.
Dessa forma, nossa cirurgia tem apenas o fator restritivo, sendo boa para pacientes nos extremos de idade ou com comorbidades (além de não ser disabsortiva, o tempo cirúrgico é menor).
Não é indicado para pacientes que apresentam refluxo gastroesofágico, pois pode piorar essa condição clínica.
A técnica do Duodenal Switch é a junção de uma gastrectomia vertical com Y de Roux, sendo considerada mista predominantemente disabsortiva.
Os pacientes submetidos a essa técnica perdem de 70-80% do excesso de peso em 2 anos, com melhora precoce do DM2. Porém o alimento entra em contato com as enzimas digestivas em apenas 100cm de intestino, causando problemas nutricionais.
Temos dois suportes necessários para pacientes pré cirurgia bariátrica:
Para o paciente que operou recentemente de bariátrica, temos que nos atentar para algumas complicações cirúrgicas:
Passado o período de complicações precoces, devemos acompanhar nosso paciente bariátrico para avaliar a perda de peso, realizar o ajuste de nutrientes ou vitaminas que seja necessário reposição (como vitamina B12); estimular a manutenção da dieta saudável e de atividade física.
Também podemos programar, após o paciente entrar na faixa de IMC normal, cirurgia estética com equipe da cirurgia plástica para remoção do excesso de pele (abdominoplastia, redução de mama, braquioplastia).
Devemos também nos atentar a falha do tratamento cirúrgico. Nesses casos, a enorme maioria dos pacientes que não conseguem emagrecer pós-bariátrica é devido a maus hábitos comportamentais.
Devemos sempre deixar claro, antes do procedimento, que não é a cirurgia que vai gerar o emagrecimento. A cirurgia vai facilitar o processo, mas todo o resto depende do paciente.
E aí? Agora estão craques pra conversar sobre cirurgia bariátrica? Por hoje, é isso pessoal, espero que tenham aprendido e gostado do conteúdo!
É isso galera, espero que tenha dado pra aprender um pouco mais sobre Medicina de Emergência! Caso queira estar completamente preparado para lidar com a sala de emergência, conheça o PSMedway. Por meio de aulas teóricas, interativas e simulações realísticas, ensinamos como conduzir as patologias mais graves no departamento de emergência.
Beijos e até a próxima!
Você também pode gostar