Diagnóstico da obstrução arterial aguda: saiba mais!

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E aí, pessoal? Hoje, vamos falar sobre o diagnóstico da obstrução arterial aguda. A isquemia aguda dos membros é uma emergência médica e deve ser reconhecida rapidamente. 

A restrição de tempo é devido ao período que o músculo esquelético irá tolerar a isquemia, cerca de 4 a 6 horas, assim, o tempo para diagnóstico e tomada de decisão é curto. Bora lá?

Para começar a falar sobre o diagnóstico da oclusão arterial aguda…

Inicialmente, por ser um exame de imagem não invasivo, de baixo custo e amplamente disponível, deve ser realizada sempre a avaliação do fluxo arterial e venoso com um ultrassom doppler. 

A perda de sinal arterial nos mostra que o membro está ameaçado e a ausência de ambos sinais, arterial e venoso ao exame com Doppler indica que o membro pode estar irreversivelmente danificado.

Quando há possibilidade de investigação diagnóstica, principalmente para determinação do local e da natureza da oclusão arterial, a angiotomografia computadorizada deve ser o exame de escolha inicial, pois fornece imagens similares à arteriografia e permite o planejamento cirúrgico apropriado. 

Arteriografia para o diagnóstico da obstrução arterial aguda  

A arteriografia é o exame padrão-ouro para casos de OAA, já que consegue avaliar toda a anatomia da rede vascular e determinar com precisão o local da oclusão vascular e sua causa, permitindo o uso associado de técnicas endovasculares para revascularização do membro, como: 

  • fibrinólise intra-arterial; 
  • trombectomia mecânica ou aspirativa; 
  • angioplastia com balão ou stent.

Em pacientes com diagnóstico de insuficiência renal ou com outros fatores de risco para injúria renal, pode ser realizada substituindo contraste iodado por C02. 

Os exames laboratoriais podem auxiliar no estabelecimento do perfil clínico do paciente, de modo a avaliar a gravidade de repercussão sistêmica e local.

Os exames laboratoriais que devem ser solicitados são:

  • Hemograma
  • Coagulograma
  • Marcadores de morte celular (creatinofosfoquinas e CPKJ, mioglobina) 
  • Avaliação do estado metabólico (ureia, creatinina, eletrólitos, transaminase glutâmico-oxalacética [TGO], transaminase glutârnico -pirúvica [TGP], gasometria venosa e lactato). 

No caso da avaliação da presença de fontes embólicas, um eletrocardiograma deve sempre ser solicitado, para monitorizar o ritmo cardíaco e avaliar a existência de fibrilação atrial ou de IAM. Aproveite para conferir o nosso ebook gratuito sobre infarto agudo do miocárdio!

Marcadores de necrose do miocárdio podem ser pedidos, caso exista suspeita de síndrome coronariana aguda como etiologia da fonte embólica. Além disso, ecocardiograma deve ser considerado caso haja suspeita de endocardite ou estenose de valva mitral. 

Diagnóstico diferencial da OAA

A trombose venosa profunda é a patologia que mais comumente deve ser diferenciada da OAA. Embora possa se manifestar com dor no membro, a presença de veias superficiais distendidas, de edema, da temperatura da pele normal ou elevada e da presença de pulsos arteriais palpáveis achados esses que não são habituais nos casos de oclusão arterial. 

O diagnóstico é confirmado através da USG com Doppler colorido, que mostra presença de trombose venosa, geralmente extensa, e fluxo arterial lentificado. 

Outros diagnósticos diferenciais são os distúrbios neurológicos, insuficiência cardíaca congestiva e dissecção aórtica aguda. Em casos graves de trombose venosa profunda pode ocorrer um quadro mais significativo denominado flegmasia cerulea dolente. 

Curtiu saber mais sobre o diagnóstico da oclusão arterial aguda?

É isso, pessoal! Esperamos que tudo tenha ficado claro e que você tenha compreendido o conteúdo. Em resumo, o papel do médico emergencista é o diagnóstico precoce através da anamnese e exame físico, se possível, com o auxílio do Doppler. 

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Referências 

Revista de Angiologia e de Cirurgia Vascular – http://sbacvrj.com.br/novo/wp-content/uploads/2018/08/maiojunho2015.pdf 

Oclusão Arterial Aguda , Bortoluzzi et. al https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/05/883880/oclusao-arterial-aguda-final_rev.pdf 

INSUFICIÊNCIA ARTERIAL AGUDA DE MEMBROS INFERIORES 

https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/02/879477/insuficiencia-arterial-aguda-de-membros-inferiores.pdf

Velasco IT, Brandão Neto RA, Souza HP de, Marino LO, Marchini JFM, Alencar JCG de. Medicina de emergência: abordagem prática. 2019 ;

Rosen Medicina de Emergência: Conceitos e Prática Médica. GEN Guanabara Koogan. 2019. 

Brito CJ, Silva RM. Cirurgia vascular: cirurgia endovascular, angiologia, 3ª ed. Revinter; 2014.

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AmandaMazetto

Amanda Mazetto

Formação em Medicina na Universidade Nove de Julho pelo FIES. Pesquisa no Instituto do Coração de São Paulo da Faculdade de Medicina da USP.