Desde sua fundação, o Hospital Antônio Pedro tem desempenhado um papel de destaque no cenário da saúde pública e do Ensino Superior no Brasil. Vinculado à Universidade Federal Fluminense (UFF), o HUAP se consolidou como centro de referência em atendimento de alta complexidade, formação acadêmica e desenvolvimento científico.
Atuando em sinergia com o Sistema Único de Saúde (SUS), o hospital oferece serviços especializados a milhões de pessoas na Região Metropolitana II do Rio de Janeiro, ao mesmo tempo em que contribui para a pesquisa médica e o avanço da prática clínica.
Neste texto, exploraremos a trajetória do HUAP desde sua origem como hospital municipal até sua atual relevância como polo universitário, considerando sua estrutura, serviços clínicos, áreas de ensino e pesquisa, inovações tecnológicas e sua abrangente atuação como hospital de excelência. Não perca a oportunidade de saber mais detalhes sobre essa instituição célebre de nosso país!
O Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) é a principal unidade hospitalar de alta complexidade da Universidade Federal Fluminense, localizada em Niterói (Rio de Janeiro). Integrante da Rede Ebserh desde abril de 2016, o HUAP cumpre duplo papel:
Reconhecido como hospital terciário e quaternário, dispõe de serviços que vão da clínica médica avançada à cirurgia de grande porte e terapias intensivas.
Sua relevância se reflete tanto na excelência do cuidado — atendendo população estimada em 2 milhões de pessoas na Região Metropolitana II — quanto na produção de conhecimento científico, com linhas de pesquisa que influenciam protocolos de atendimento em todo o Brasil.
A força do HUAP está na convergência entre assistência, ensino e inovação, fazendo dele um modelo para hospitais universitários federais.
Em 15 de janeiro de 1951, o então Hospital Antônio Pedro abriu as portas em homenagem ao Dr. Antônio Pedro Pimentel, clínico-geral e um dos fundadores da Faculdade Fluminense de Medicina.
Nos primeiros anos, sua manutenção dependia de verbas da Prefeitura de Niterói e da cobrança de serviços médicos. Quando essa cobrança foi proibida em 1957, o hospital ficou sem recursos e fechou em apenas oito meses.
Quatro anos depois, em dezembro de 1961, reabriu emergencialmente para socorrer as vítimas do incêndio no Gran Circus Americano, tragédia que deixou cerca de 400 feridos.
Apesar do esforço de médicos e estudantes, a carência de equipamentos encerrou novamente o funcionamento. Somente em 1964, fruto de intensa mobilização dos alunos de Medicina da UFF, o prédio foi oficialmente cedido à universidade, convertendo-se no Hospital Universitário Antônio Pedro.
Essa transição marcou o início de sua trajetória como referência em ensino e assistência no interior do Sistema Único de Saúde.
Hoje, o HUAP reúne muitas especialidades médicas e serviços de suporte. Na área de Gastroenterologia, a Unidade do Aparelho Digestivo realiza cerca de 2.500 endoscopias altas, 1.200 colonoscopias e 500 procedimentos endoscópicos avançados por ano, com oferta de POEM para acalasia, ecoendoscopia e tratamento de varizes esofagogástricas.
O hospital também mantém ambulatórios de Hepatologia, doenças inflamatórias intestinais, doenças do esôfago e de pré e pós-transplante hepático.
No âmbito cirúrgico, conta com centro cirúrgico moderno, capaz de operar em média 1.200 procedimentos por ano, incluindo transplantes.
A UTI adulto possui 12 leitos de alta complexidade e a recém-inaugurada UTI pediátrica amplia o cuidado a crianças críticas. Internações gerais, clínicas e cirúrgicas ocupam seis leitos por enfermaria, com rodízios de plantões 24 horas.
Serviços de imagem (tomografia, ressonância, ultrassonografia e ultrassonografia endoscópica) e laboratório de Análises Clínicas e Biologia Molecular complementam a assistência, garantindo diagnósticos rápidos e objetivos.
O Laboratório de Análises Clínicas e Biologia Molecular funciona como o centro integrador de todos os exames que suportam o diagnóstico e o acompanhamento dos pacientes internados e em ambulatório. Na área de análises clínicas, o laboratório está dividido em setores de:
Todos os processos seguem rigorosos protocolos de controle de qualidade interna e participação em programas externos de proficiência, garantindo precisão e reprodutibilidade.
Já o núcleo de Biologia Molecular conta com área climatizada para extração e amplificação de ácidos nucléicos, operando plataformas de PCR em tempo real para detecção de vírus respiratórios (influenza, SARS-CoV-2), hepatites virais (HBV, HCV) e pesquisa de marcadores genéticos.
Recentemente, o laboratório incorporou técnicas de sequenciamento de nova geração (NGS) para estudos de resistência bacteriana e análises genômicas em projetos de pesquisa.
O HUAP funciona como laboratório prático para cursos de Medicina, Farmácia, Enfermagem e Fisioterapia da UFF. Estudantes participam de rodízios em ambulatórios, enfermarias, UTI e emergências, acompanhados por preceptores professores-pesquisadores.
Essa vivência propicia o desenvolvimento de competências clínicas, de comunicação e de ética profissional. Na pesquisa, o hospital abriga projetos de iniciação científica, mestrado e doutorado, em temas que vão desde epidemiologia de doenças inflamatórias intestinais até avaliação de novas drogas antivirais para hepatite C.
O Núcleo de Inovação Tecnológica da UFF no HUAP fomenta registros de patentes e parcerias com indústrias para desenvolver dispositivos de baixo custo, aplicativos de telemonitoramento e soluções de inteligência artificial voltadas à gestão hospitalar.
Bolsas de pesquisa e convênios com agências federais, estaduais e fundações privadas têm impulsionado publicações em periódicos internacionais e apresentado o Hospital Antônio Pedro como ambiente fértil para inovações em saúde pública.
Nos últimos cinco anos, a instituição implantou prontuário eletrônico integrado a todos os setores, reduzindo em 40 % as duplicidades de exames e agilizando trocas de informações entre equipes.
Ferramentas de Business Intelligence passaram a alimentar dashboards gerenciais em tempo real, otimizando a alocação de leitos e o dimensionamento de escalas médicas.
Em Gastroenterologia, a adoção rotineira do POEM e da ecoendoscopia de alta resolução ampliou o leque terapêutico minimamente invasivo.
Na Hepatologia, protocolos de antivirais de ação direta elevaram as taxas de cura da hepatite C para mais de 95 %. O laboratório de Biologia Molecular incorporou testes rápidos para vírus respiratórios, fortalecendo a vigilância epidemiológica.
Um projeto piloto de Telemedicina conecta o hospital a Policlínicas e Postos de Saúde em São Gonçalo, Itaboraí e Rio Bonito, permitindo consultas e laudos à distância.
A UTI pediátrica, inaugurada em 2022, trouxe 10 novos leitos de alta complexidade, reduzindo transferências para a capital.
Como hospital de referência para a Região Metropolitana II, o HUAP recebe casos encaminhados de sete municípios:
A rede de atenção primária inclui a Policlínica Comunitária Carlos Antônio da Silva, o PAM Alcântara e o Posto Barro Vermelho, além de unidades de atenção básica em Rio Bonito e Itaboraí.
Esses pontos de atenção referenciam pacientes segundo protocolos clínicos específicos —hepatites virais, doenças colestáticas, inflamatórias intestinais, neoplasias gastrointestinais, distúrbios motores esofágicos e doença hepática gordurosa — assegurando fluxos de entrada qualificados ao estabelecimento de saúde.
Mensalmente, chegam ao hospital cerca de 350 exames endoscópicos, 70 elastografias hepáticas e 6.000 consultas em Gastroenterologia e subespecialidades.
A articulação com a esfera municipal e estadual minimiza deslocamentos para o Rio de Janeiro capital, fortalece a rede de atenção e reduz filas de espera, fazendo do Hospital Antônio Pedro o epicentro de elevada sofisticação para mais de 2 milhões de habitantes da Região Metropolitana II.
A residência médica no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP) representa uma das mais ricas experiências formativas disponíveis no Sistema Público de Saúde e Ensino Superior.
Como hospital-escola da Universidade Federal Fluminense (UFF), o HUAP oferece programas de residência médica em diversas áreas estratégicas, atendendo às demandas prioritárias do SUS e promovendo excelência na formação de profissionais.
Entre as especialidades oferecidas destacam-se: Gastroenterologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Anestesiologia, Medicina de Família e Comunidade, Neurologia, Cardiologia, Oncologia, entre outras.
O programa é estruturado de forma a promover uma formação prática intensiva, por meio de rodízios em ambulatórios especializados, enfermarias clínicas e cirúrgicas, unidades de terapia intensiva e plantões em serviços de Urgência e Emergência.
Essa vivência direta com a rotina hospitalar permite que o residente desenvolva competências técnicas avançadas desde o início da formação.
Além da prática clínica, os residentes participam de atividades teóricas regulares, como aulas presenciais, seminários e sessões clínicas de discussão de casos, promovendo raciocínio crítico e atualização constante.
Cada programa é supervisionado por professores doutores da UFF, que também orientam projetos de pesquisa obrigatórios.
Esses trabalhos frequentemente resultam em publicações científicas e apresentações em eventos nacionais e internacionais, fortalecendo a formação acadêmica dos profissionais.
A experiência no Hospital Antônio Pedro, por ser um ambiente universitário e hospitalar de grande porte, estimula ainda o desenvolvimento de habilidades interpessoais, liderança, trabalho em equipe e ética profissional.
Com essa base sólida, os residentes saem preparados para exercer atividades em centros de referência em todo o território nacional.
O Hospital Universitário Antônio Pedro simboliza a convergência entre cuidado clínico de excelência, ensino de alto nível e produção de conhecimento científico.
Sua trajetória, desde o início como hospital municipal até a consolidação como centro universitário, representa a importância da mobilização acadêmica e do investimento em infraestrutura. Hoje, como referência no SUS da Região Metropolitana II e laboratório para formação e pesquisa, o Hospital Antônio Pedro demonstra que é possível unir assistência e inovação em prol da saúde pública.
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Foi residente de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) de 2016 a 2018. É um dos cofundadores da Medway e hoje ocupa o cargo de Chief Executive Officer (CEO). Siga no Instagram: @alexandre.remor