O que é Hepatologia: saiba tudo sobre essa subespecialidade

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Escolher uma área médica para se especializar não é tarefa fácil. É preciso levar vários fatores em conta, como a sua identificação pessoal, os rendimentos da profissão e as formas de atuação. Além disso, algumas áreas contam com subespecialidades interessantes. Por exemplo, você sabe o que é Hepatologia?

A hepatologia é uma subespecialidade da Gastroenterologia, então se você já sabe que quer seguir por este caminho, vale a pena considerá-la. Para completar, vale lembrar que quem se subespecializa tem ainda mais oportunidades de trabalho, pois pode escolher ficar na área menor ou maior na qual estudou. Muito bom, não é mesmo?

Mas agora, vamos ao que interessa! Se você quer saber mais sobre a Hepatologia, é só continuar a leitura deste artigo e tirar todas as suas dúvidas a respeito do assunto.

Quer saber tudo sobre o que é hepatologia? Continue com a gente!

O que é Hepatologia

Para começar, vale a pena descobrir exatamente o que é Hepatologia. Mas, antes, temos que falar um pouquinho sobre a Gastroenterologia, a especialidade de onde ela vem. Na Gastro, como é popularmente conhecida, o médico lida com todas as doenças ligadas ao aparelho digestivo, seja na prática clínica ou cirúrgica.

A Hepatologia, como parte da Gastro, se concentra exclusivamente nas funções do fígado. Ou seja, observa se o funcionamento hepático está bom, se apresenta problemas, se os problemas decorrem de condições congênitas ou adquiridas, realiza exames, passa diagnósticos, entre outros.

As consultas dependem do quadro do paciente. Alguns tratamentos são mais rápidos, enquanto outros precisam de um acompanhamento prolongado. Pode ser que em casos de diabetes, cirrose, icterícia e câncer, haja a necessidade de encaminhá-lo para outros especialistas, em um tratamento multidisciplinar.

Entre as doenças mais comuns tratadas por um hepatologista, estão a hepatite B e C, duas das principais causas do câncer de fígado. Na área cirúrgica, o especialista deve estar apto para transplantes ou cirurgias que envolvam a retirada de gordura do fígado e o tratamento para pancreatite.

A Hepatologia é uma área de alta complexidade, como você pode ver. No entanto, os desafios do dia a dia são bem-vindos para quem deseja desenvolver uma carreira de sucesso e se tornar referência na área.

Como é a rotina do hepatologista

Deu para captar melhor o que é Hepatologia, agora? Então bola para frente! É hora de pensar um pouco sobre a rotina do profissional que decide atuar nessa especialidade. Em geral, ele pode trabalhar em hospitais públicos ou privados, clínicas e consultórios próprios.

A dedicação a plantões é exigida, mas ela acontece de acordo com a carga horária que deve ser cumprida pelo médico. E também, conforme as exigências de seu local de trabalho, em especial se for um hospital.

A realização e análise de exames é comum a esse médico. Eles podem incluir endoscopia, colonoscopia, ultrassonografia, biópsia hepática, entre outros. Para os profissionais que trabalham em consultórios, é importante reforçar a necessidade de um conhecimento mais aprofundado em psicofarmacologia e nutrição.

Os casos mais graves em hospitais, que inclusive chegam para plantões, envolvem cirróticos descompensados, portadores de doenças inflamatórias, dores na região do fígado, vômito intenso e sinais de icterícia. Em geral, a rotina é intensa e movimentada, com uma série de atendimentos ao longo do dia.

Na atuação cirúrgica, pode ser que boa parte do dia seja dedicada a um determinado procedimento mais delicado. Como é uma atividade que exige concentração e causa certo esgotamento no médico, é interessante equilibrar a semana para evitar estresse e continuar a fazer um atendimento responsável a todos os pacientes.

De forma geral, o volume de trabalho vai ser determinado conforme seus locais de atuação e a quantidade de consultas ou cirurgias realizadas. Se você prefere tranquilidade, o atendimento em consultório é ideal, se você gosta de um dia mais agitado, os hospitais trarão desafios e casos novos a todo momento.

Seja qual for a escolha, ter mobilidade para se deslocar, disponibilidade aos finais de semana e força de vontade para salvar vidas é o que faz toda a diferença. Sendo assim, programe-se para ser um hepatologista sempre diligente e esforçado, algo essencial para ajudar na construção da sua reputação com o passar do tempo.

Como é o mercado de trabalho

Mas e o mercado de trabalho, como é para um hepatologista? É essencial que você pense sobre isso antes de se jogar na subespecialidade. Afinal, é superimportante planejar seu futuro profissional, já que para vê-lo acontecer são necessários vários anos de estudos e dedicação.

Na Gastroenterologia, existem cerca de 4.800 profissionais em todo o território nacional. Mas se você analisar a Hepatologia, o número de especialistas cai. Na Sociedade Brasileira de Hepatologia, hoje, apenas 500 profissionais estão cadastrados.

Ou seja, percebe-se que essa é uma área nova e cheia de oportunidades legais para você. A tendência é que a importância do hepatologista seja cada vez mais reconhecida, o que faz com que a demanda por atendimentos especializados aumente ainda mais.

No início de sua vida profissional, é provável que você fique responsável pelo acompanhamento de doentes internados, como é comum nas especialidades clínicas. Mas a partir desses casos, você construirá uma cartela de pacientes própria, mesmo se estiver em um hospital público.

Para abrir um negócio próprio, você precisará de certo investimento inicial. Inclusive pelo fato de que, para além de um local, de uma equipe e de outros trâmites legais para abertura de consultório ou clínica, você precisa também aplicar as finanças na aquisição de infraestrutura para exames específicos.

Com isso, vale a pena analisar as possibilidades que você tem em mãos após concluir a residência médica, para ver o que é mais vantajoso no momento. Mais tarde, com estabilidade financeira e pacientes conquistados, você terá liberdade para fazer as mudanças necessárias e dar um up nos rendimentos.

Em relação a consultas, a remuneração é bem próxima a de qualquer especialista clínico. Mas para um hepatologista, é preciso levar em conta os procedimentos e exames realizados, que podem acarretar rendimentos mais altos de acordo com o que for realizado.

Outra iniciativa que ajuda, e muito, nessa questão é a formação continuada. Mesmo que você conclua a residência, não pare de estudar! Continue a participar de congressos, eventos, workshops e cursos adicionais para complementar seus conhecimentos. A Hepatologia é uma área médica em constante evolução, e é fundamental ficar por dentro de cada detalhe para trazer mais qualidade de vida aos pacientes.

Dito isso, a média salarial de um profissional da área chega a R$7.043,68. aproximadamente. Essa base é calculada de acordo com uma jornada de trabalho de 16 horas por semana. Porém, experiência é tudo! Um profissional com mais tempo de trabalho e que realiza procedimentos mais inovadores consegue tirar até R$20.788,05. Um aumento bem significativo, concorda?

A residência em Hepatologia

Se depois de descobrir o que é Hepatologia quiser fazer residência médica, saiba que o caminho é um pouco longo. Mas nada que você não consiga superar! Tudo começa na residência em Clínica Médica, que dura dois anos. Depois, você passa para a residência em Gastroenterologia, que dura mais dois anos. E por fim, chega na Hepatologia, para um ou dois anos finais dessa saga, a depender da instituição escolhida para estudar.

Durante esse período, você passará por uma formação essencialmente hospitalar no começo. Participará de atividades de enfermaria e começará a entender a rotina, a vida e as dificuldades dos pacientes com doenças intestinais e hepáticas. Depois, passará para casos investigativos e preparo de pacientes para exames e procedimentos.

Mais tarde, passará a adquirir mais responsabilidades. Afinal, você começará a atuar em ambientes ambulatoriais e propedêuticos. Com a orientações de seus tutores, começará a ser mais participativo à frente de procedimentos mais críticos e exames mais complexos, como a endoscopia. Também cuidará de casos de maior complexidade.

Como você vê, o crescimento dentro dessa experiência é gradual. Simultaneamente à prática, você continuará a ter que cumprir uma carga horária teórica, que complemente seus conhecimentos e sirva como introdução e embasamento ao que você deve aplicar no dia a dia. Será possível, ainda, se dedicar a pesquisas paralelamente, fazer publicações, participar de eventos na área, entre outras atividades que agregarão bastante informação extra.

O processo seletivo para um bom programa de residência médica em Hepatologia costuma envolver uma entrevista, uma prova escrita e/ou prática e a análise de currículo. Portanto, é muito importante que você se prepare com igual dedicação para todas elas, e assim consiga uma pontuação satisfatória para abocanhar uma vaga.

É isso!

E então, curtiu saber um pouco mais sobre o que é Hepatologia? Depois de ler este artigo, vale a pena refletir um pouco sobre tudo o que leu para conferir se a rotina, os ganhos e o trabalho de um profissional da área estão de acordo com o que você deseja para a sua carreira médica.A resposta foi positiva? Se sim, você já sabe, não é mesmo? Entre de cabeça nas dicas do Guia Definitivo da Residência Médica da USP, uma das principais instituições para residência na área, e comece a se preparar. Você também pode fazer parte da Academia Medway e acessar um montão de conteúdos gratuitos que com certeza vão ajudar você nesse processo. Avante!

AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor