E aí, pessoal? Tudo bem? O texto de hoje será voltado para uma patologia que é muito prevalente no nosso meio e tem de monte nos pronto socorros, a isquemia aguda de membros!
Primeiro, temos que entender que a isquemia de membros ocorre quando há falta de oxigenação das extremidades do membro. Ou seja, quando tem alguma coisa dentro dos vasos sanguíneos que impedem que o sangue chegue até seu ponto mais distal.
As duas causas mais frequentes dessa obstrução são êmbolos, que caracterizam a obstrução arterial aguda de trombos, que são relacionados a obstrução arterial crônica.
Em outras palavras, vamos separar nosso estudo nessas duas frentes. Essa primeira parte, falaremos sobre a obstrução arterial aguda!
A obstrução arterial aguda é caracterizada por um déficit agudo de perfusão do membro, ou seja, do nada aquele membro para de receber sangue, tendo sua viabilidade comprometida.
O diagnóstico se baseia em alguns pontos característicos de exame físico e anamnese, como:
Certo, após suspeita pelo exame físico e anamnese, temos alguns exames que podem ser solicitados para nos ajudar:
Geralmente, a artéria acometida vai ter um stop abrupto de passagem do contraste, com quase nenhuma circulação colateral desenvolvida (esse fenômeno é mais facilmente visto na arteriografia, porém esse é um exame pouco disponível e difundido nos nossos hospitais).
E, não menos importante, é ideal que toda OAA seja avaliada por um cirurgião vascular. Portanto, se indisponível no serviço, o paciente deve ser transferido o mais rápido possível.
Para avaliar a gravidade da isquemia, utilizamos a classificação de Rutherford para obstruções arteriais agudas, conforme a tabela abaixo:
Sabendo como diagnosticar e classificar, podemos aprender agora a como realizar o tratamento dessa patologia. A prescrição padrão da OAA envolve:
Vale ressaltar aqui que: a heparina em bolus deve ser feita diante da suspeita clínica, não precisando esperar o fechamento do diagnóstico para iniciar o tratamento.
Isso vale porque o tempo é membro! Quanto mais eu demorar para tratar esse paciente, maiores são as chances dele ser submetido a amputação.
Depois disso, pacientes com membro viável serão submetidos a embolectomia com cateter de fogarty, como na imagem:
Notem que o cateter é inserido dentro do vaso afetado e seu balão é insuflado após passar o êmbolo. Depois, ele é puxado para fora, e, por estar insuflado, traz o êmbolo junto e desobstrui o vaso.
Caso o membro seja inviável, ou seja, com cianose fixa, necrose, com perda de sensibilidade e movimentos (Rutherford III), a conduta é a amputação.
Finalizamos o nosso texto sobre a isquemia aguda de membros por aqui! Fiquem atentos, pois vamos soltar outro artigo sobre esse tema tão importante, tranquilo? Quer saber mais sobre temas de Medicina de Emergência Se você quiser aprender muito mais sobre diversos outros temas, conheça o PSMedway! Esse é nosso curso irá te preparar para a atuação médica dentro da Sala de Emergência!
Manejo da Obstrução Arterial Aguda, Protocolo do Pronto Socorro do Hospital São Paulo, UNIFESP
Lozano Sánchez, Francisco S. (2020). Aprendiendo de Thomas J. Fogarty y su catéter-balón. Angiología, 72(2), 111-113. Epub 12 de octubre de 2020.https://dx.doi.org/10.20960/angiologia.00103
Médica pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro com residência em Cirurgia Geral pela Unifesp.