A busca por vagas de residência médica é, para muitos recém-formados em Medicina, um dos momentos decisivos em sua jornada profissional! A concorrência acirrada, a dedicação exigida e a pressão por um futuro promissor convergem em um período de intensa preparação e expectativa.
No entanto, em meio a essa disputa, um paradoxo se revela: mesmo com a elevada competitividade, permanecem muitas vagas não ocupadas em programas de residência médica no Brasil.
Um estudo recente da Demografia Médica, divulgado no final do ano passado, escancara essa realidade. A pesquisa revela que, em 2024, mais de 386 programas de residência médica credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) não tiveram sequer uma vaga ocupada.
Como entender esse cenário? Como se preparar para o aumento da competitividade pelas vagas nos principais programas de residência médica? É isso que vamos mostrar no artigo a seguir. Continue atento à leitura por aqui e saiba mais!
A não ocupação e a ociosidade de vagas em programas de residência médica não são novidade no Brasil. O estudo da Demografia Médica no Brasil identificou que “386 programas e 55 instituições, embora credenciados pela CNRM, não possuíam, em 2024, nenhuma vaga ocupada ou nenhum médico cursando RM.”
Esse é um problema recorrente que levanta questionamentos sobre a distribuição, a atratividade e a adequação desses programas às necessidades dos médicos recém-formados.
Apesar do número alarmante de vagas não ocupadas em programas de residência médica, o percentual de ociosidade de vagas em 2024, que foi de 19,2%, ainda foi o menor já registrado desde 2018.
Também em número absoluto, a quantidade de vagas não ocupadas (4.659) em 2024 foi a menor desde 2018.
Em 2018, das 22.138 vagas autorizadas, 5.836 (26,4%) não foram ocupadas. No ano de 2021, a taxa de ociosidade (27,8%), a maior da série analisada, pode ter sido impactada pela pandemia de Covid-19.
Para ilustrar a evolução das vagas de primeiro ano de residência médica (R1), apresentamos os dados de 2018 a 2024:
Diversos fatores podem contribuir para as vagas não ocupadas em programas de residência médica. Entre eles, destacam-se:
Algumas vagas estão concentradas em regiões com menor interesse por parte dos médicos, seja pela distância dos grandes centros urbanos, pela falta de infraestrutura ou pelas menores oportunidades de desenvolvimento profissional.
Por outro lado, podem estar concentradas em lugares muito desenvolvidos, mas cujo custo de vida é mais alto, a concorrência é maior e o acesso para boa parte dos médicos é, dessa forma, mais difícil. Veja a irregular distribuição de vagas de RM por região:
Concentra a maior parte das vagas de residência médica, com quase metade dos programas e mais de 50% dos médicos residentes. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os estados com maior número de vagas e programas.
Possui uma porcentagem significativa de vagas, mas menor que a do Sudeste. A região é atraente para médicos que buscam especialização em um ambiente com boas condições de infraestrutura.
Oferece uma parcela menor de vagas de residência médica, mas ainda assim relevante. A expansão da oferta de residência médica na região tem sido incentivada para melhorar a distribuição de médicos especialistas.
Apresentam a menor oferta de vagas, o que contribui para a desigualdade na distribuição de médicos no país. Essas regiões enfrentam desafios para atrair e reter médicos especialistas
Alguns programas podem não trazer a estrutura, o suporte ou a qualidade de ensino desejada pelos residentes, tornando-se menos procurados.
Algumas especialidades médicas podem ser menos populares entre os recém-formados, seja pela menor procura no mercado de trabalho, pelos menores salários ou pelas condições de trabalho mais desafiadoras.
Os processos seletivos para residência médica podem ser complexos e exigentes, dificultando o acesso de muitos candidatos, principalmente aqueles com menor poder aquisitivo ou com menor acesso a cursos preparatórios de qualidade.
Diante desse cenário, a preparação para a residência médica se torna ainda mais necessária. A concorrência pelas vagas nos programas mais renomados do país é cada vez maior, exigindo dos candidatos um alto nível de conhecimento, dedicação e estratégia — o que pode ser obtido por meio de cursos preparatórios avançados.
A qualificação dos candidatos é um fator chave que influencia a taxa de ocupação das vagas de residência médica. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a qualificação dos candidatos pode afetar essa taxa:
Candidatos mais qualificados tendem a se concentrar nos programas mais concorridos e renomados, o que pode aumentar a ocupação dessas vagas. Porém, isso pode deixar programas menos concorridos com taxas de ocupação mais baixas.
A qualificação dos candidatos pode influenciar suas escolhas de especialidades. Programas de residência em áreas mais populares, como Medicina de Família e Comunidade, podem ter taxas de ocupação mais altas devido à valorização da preceptoria e à importância da atenção básica no SUS.
A análise do currículo médico, que tem peso significativo no processo seletivo, favorece candidatos com experiências relevantes e formação sólida, o que pode aumentar a competitividade por vagas em programas de alta qualidade.
Programas que oferecem incentivos, como pontuação adicional em processos seletivos subsequentes, podem atrair candidatos mais qualificados para áreas prioritárias, como Medicina Intensiva.
A concentração de candidatos qualificados em programas mais concorridos pode contribuir para a existência de vagas não ocupadas em programas de residência médica menos atraentes, perpetuando a ociosidade em algumas localidades.
Por outro lado, iniciativas que valorizam a preceptoria e a infraestrutura em programas menos concorridos podem atrair candidatos qualificados, melhorando a ocupação dessas vagas e ajudando na distribuição mais equilibrada de médicos especialistas no país.
Em resumo, a qualificação dos candidatos influencia a taxa de vagas não ocupadas em programas de residência médica ao concentrar a competição em programas mais renomados e ao direcionar candidatos para especialidades prioritárias. Mas é necessário equilibrar essa tendência com estratégias que estimulem a ocupação de vagas de residência médica em programas de menor demanda e, portanto, de baixa concorrência.Os nossos cursos extensivos são destinados àqueles que buscam uma preparação padrão-ouro, pois disponibilizam uma metodologia completa e aprofundada, com simulados, materiais didáticos atualizados e um corpo docente experiente. E o melhor: oferecemos 7 dias de teste grátis. Que tal dar uma conferida? Não perca essa oportunidade!
Foi residente de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) de 2016 a 2018. É um dos cofundadores da Medway e hoje ocupa o cargo de Chief Executive Officer (CEO). Siga no Instagram: @alexandre.remor