Residência em Medicina Intensiva: rotina, mercado e como se tornar intensivista

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Você sabe o que é Medicina Intensiva? Sabe como funciona a residência medicina intensiva? Caso sim, já pensou em trabalhar na área? Essa é uma especialidade muito importante dentro da área médica. Como se responsabiliza pela multidisciplinaridade em atendimentos em UTIs, vale ressaltar que o trabalho exige muita dedicação, paciência e concentração para salvar vidas.

Além disso, requer muitos anos de estudo, para além da graduação tradicional. Atualmente, essa é uma das especialidades mais valorizadas no mercado, por causa da pandemia da Covid-19. O vírus acometeu criticamente uma série de pacientes, que precisaram de tratamento específico, internação e intubação.

Que tal saber mais sobre o que esse profissional faz, como é sua rotina e como é a residência médica para se tornar um médico intensivista? Continue a leitura deste artigo!

O que é Medicina Intensiva

A Medicina Intensiva, ou Medicina Intensivista, é uma especialidade relativamente recente, surgida na segunda metade do século XX, impulsionada pela necessidade de oferecer suporte avançado a pacientes em estado crítico. Sua origem remonta à década de 1950, quando avanços tecnológicos, como ventiladores mecânicos e monitores cardíacos, possibilitaram a criação das primeiras Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Com a evolução da tecnologia médica, a especialidade se aprimorou, incorporando novos recursos para o suporte de vida e manejo da falência grave de órgãos.

Desde então, a Medicina Intensiva tem avançado rapidamente, adotando protocolos inovadores e equipamentos de ponta, tornando-se essencial para a recuperação de pacientes em estado grave e de alta complexidade.

A especialidade tem como principal objetivo melhorar o atendimento desses pacientes críticos. Afinal, acreditam que, quando eles são assistidos por profissionais especializados, têm uma chance maior de sobrevivência e de reabilitação.

A partir do momento em que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) se tornou parte da estrutura hospitalar, a procura por médicos intensivistas aumenta. Isso porque é indispensável que o manuseio dos pacientes seja pautado em várias áreas da Medicina.

Como é a rotina do médico intensivista

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Agora, voltando ao assunto, para entender bem o que é Medicina Intensiva, precisamos falar da rotina. E já adiantamos: ela é intensa, como o próprio nome sugere. O médico intensivista está em contato com pacientes que dependem de muitos cuidados, com aspectos críticos que precisam de atenção constante.

Sua função, além do tratamento do paciente, é também liderar uma equipe multidisciplinar dentro da UTI. Além de atuar como um elo entre especialistas, enfermeiros, assistentes e familiares dos pacientes.

Em geral, o dia do médico intensivista começa com uma visita a todos os pacientes. É preciso revisar a situação de cada um, bem como o planejamento de tratamento. Sempre de forma individualizada, pois os casos são diferentes, assim como a evolução dos pacientes.

O especialista também precisa se reunir com assistentes e enfermeiros para discutir suas percepções. Assim, aqueles que passam mais tempo nos cuidados básicos do paciente saberão qual direcionamento seguir e passarão um feedback completo ao final de cada dia.

O médico intensivista ainda realiza procedimentos como intubação, ultrassonografia no leito, cateterização, punções, traqueostomia, inserção de drenos, entre outros. Ele pode ter sob sua supervisão no máximo dez leitos, para que consiga se dedicar igualmente a todos e atender com qualidade.

É importante ressaltar que uma das funções mais difíceis de um intensivista é o cuidado de fim de vida e a manutenção de potencial doador cadáver. Depois de muito trabalhar pela vida do paciente, a perda pode ser um baque.

O trabalho durante a pandemia

Durante a pandemia, o médico intensivista é considerado essencial dentro de qualquer UTI. A demanda pelo profissional cresceu, à medida que o número de pacientes com coronavírus também aumentou.

A recuperação da doença é longa, e muitas vezes o paciente fica meses internado ou intubado, em situações críticas ou quase irreversíveis. Dessa maneira, o médico é responsável por tomar decisões rápidas pertinentes a cada caso, aplicar tratamentos mais agressivos e estar em constante comunicação com a família, que não pode visitar o paciente durante o período de recuperação.

Como é o mercado de trabalho na medicina intensiva

O mercado de trabalho para a Medicina Intensiva é bastante aquecido. De fato, o médico desta especialidade está mais exposto a uma jornada longa, muitos plantões e a uma rotina um tanto quanto estressante.

No entanto, é possível se concentrar e driblar as dificuldades, além de encontrar boas oportunidades em instituições que valorizam o profissional. O número de leitos aumenta a cada ano, então a demanda pelo intensivista é alta. Mas o Brasil ainda carece de profissionais especializados, o que é uma ótima chance para que você se dedique a esta área.

Remuneração do médico intensivista

Segundo o site vagas.com.br, a remuneração média do médico intensivista é de R$10.324,00. Mas após certo tempo de carreira, pode passar de R$17.345,00.

Como está a Medicina Intensiva no Brasil?

De acordo com a Demografia Médica 2025, a Medicina Intensiva já conta com 10.412 especialistas no país, o que corresponde a cerca de 2,2% do total de médicos titulados.

O perfil médio do intensivista brasileiro é de 60 anos de idade, sendo a maioria composta por homens (52,1%). A especialidade apresenta forte concentração geográfica, principalmente nas capitais da região Sudeste.

Distribuição regional dos intensivistas

  • 51,9% atuam no Sudeste;
  • 19,1% no Sul;
  • 15,3% no Nordeste;
  • 10,0% no Centro-Oeste;
  • 3,7% no Norte.

Esse panorama mostra não apenas a importância crescente da Medicina Intensiva no país, mas também a concentração desigual de profissionais, especialmente fora das capitais e em regiões menos assistidas, como Norte e Centro-Oeste.

Residência em Medicina Intensivista

Depois de conhecer melhor a rotina do intensivista e o papel essencial dessa especialidade nas UTIs, chega a hora de entender como funciona a residência em Medicina Intensiva. Esse é o caminho oficial para conquistar o título de especialista e se preparar para lidar com pacientes críticos de alta complexidade. A seguir, veja os principais pontos sobre a formação:

Duração do programa

  • 3 anos (acesso direto).

Há pré-requisito?

  • Não. Desde 2021, a residência em Medicina Intensiva é de acesso direto. (Antes, exigia pré-requisito em áreas como Clínica Médica, Cirurgia, Anestesiologia, Pediatria, etc.)

Objetivo da formação

  • Formar especialistas capazes de avaliar e tratar pacientes críticos de forma integral, liderando equipes, aplicando protocolos atualizados e garantindo segurança do paciente.

Principais aprendizados/competências durante a residência

  • R1: fundamentos de terapia intensiva, ventilação mecânica protetora, manejo inicial de choque e sepse, POCUS básico, segurança do paciente e bundles.
  • R2: hemodinâmica avançada, sedoanalgesia, delírio, nutrição do crítico, terapia renal substitutiva, antimicrobianos e stewardship, pós-operatório complexo, comunicação com família.
  • R3: ECMO e suporte circulatório, desmame difícil, organização/gestão da UTI, protocolos e indicadores, liderança de times de resposta rápida, ensino e pesquisa.

A Medicina Intensiva é o seu caminho?

E então, deu pra entender bem o que é medicina intensiva e a residência medicina intensiva? Com essas informações em mãos, você pode analisar a carreira em detalhes para ter certeza dessa grande decisão. O trabalho não é fácil, mas você com certeza poderá salvar vidas, amenizar dores e garantir um final de vida digno a muitos pacientes.

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Micael Hamra

Micael Hamra

Cofundador e professor da Medway, formado pela Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA) e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP). Siga no Instagram: @mica.medway