Residência em tempos de COVID-19: como está funcionando?

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Fazer residência médica é um desafio grande para a carreira de qualquer estudante de Medicina. Afinal, esse é um período puxado, com uma carga horária intensa, e várias responsabilidades acadêmicas e em relação ao cuidado com os pacientes. Mas a residência em tempos de COVID-19 é ainda mais pesada.

Afinal, a maioria dos residentes é direcionada para a linha de frente do combate à doença. Dessa forma, muito tempo é dedicado para tratar de casos relacionados, e boa parte dos hospitais teve que se adaptar à novas diretrizes e orientações para que os programas continuassem a funcionar.

Sendo assim, será que vale mesmo a pena se dedicar à residência durante esse período? E como tudo isso funciona, na prática? Tire suas dúvidas sobre o assunto a seguir!

Novas diretrizes nos programas de residência médica frente à COVID-19

Por falar em diretrizes, é importante conhecer as recomendações que regem os programas de residência médica nesses tempos tão complicados. Assim, você pode ter um panorama mais detalhado sobre como é fazer residência em tempos de COVID-19. Veja só!

Cirurgias eletivas e consultas sem urgência

Os supervisores dos programas de residência devem adiar ou cancelar todas as cirurgias eletivas, assim como as consultas ambulatoriais não urgentes. Essa é uma recomendação do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Center for Disease Control and Prevention – CDC).

Teleconsultas e atendimento remoto

As demais consultas realizadas pelos residentes devem ser ajustadas, para diminuir a exposição e preservar a força de trabalho. Sempre que possível, é melhor apostar em atendimentos que não requerem o encontro presencial: a telemedicina e o atendimento remoto têm crescido bastante nos últimos tempos por causa desse cenário.

É importante manter membros de uma mesma equipe em um mesmo local, setor ou hospital. Além disso, os teleatendimentos são direcionados conforme a área de cobertura de cada programa da residência.

Proteção de residentes e preceptores

Existem residentes e preceptores que estão no grupo de risco para complicações da COVID-19, ou ainda que vivam com pessoas incluídas neste grupo. Por isso, a proteção para essas pessoas é redobrada.

Quando possível, a instituição deve oferecer alojamentos aos profissionais que não possam voltar para casa e colocar terceiros em exposição. Além disso, todos os profissionais devem receber EPIs para utilizar durante a jornada, assim como um treinamento que oriente o uso adequado de cada material.

Exames de detecção

É fundamental que as instituições priorizem a distribuição de exames de detecção do vírus da COVID-19 aos residentes e preceptores. Em especial para aqueles que atuam em maternidades e cuidados com gestantes.

Ensino virtual

As aulas teóricas devem ser ministradas por meio de ensino virtual. A programação deve estar de acordo com o que é vivenciado na prática clínica dos estágios. É fundamental que a instituição de ensino aposte em metodologias de ensino válidas e que cumpram seu papel de reforço ao aprendizado prático.

Carga horária

Em relação à carga horária, os residentes devem cumprir o que já está determinado por lei para as atividades práticas: 60 horas por semana dedicadas a pronto-socorro, ambulatório, urgência e emergência. A carga teórica deve corresponder, no máximo, a 20% desse período, ou seja, 12 horas das 60 previstas.

Os plantões, por sua vez, devem totalizar no máximo 24 horas por semana. Assim, os residentes não perdem em conteúdo e continuam com o descanso assegurado, mesmo diante de um cenário mais complexo como o da pandemia.

Afastamento

O afastamento de um residente pode acontecer caso a licença-paternidade ou maternidade sejam necessárias. Além disso, por motivo de saúde também é permitido, conforme assegura a lei.

Dessa maneira, o tempo de residência é prorrogado de acordo com o tempo em que o residente ficou afastado. Ele continua a cumprir sua carga horária e finaliza o programa da mesma maneira.

Atividades não desenvolvidas

Pode ser que algumas atividades do programa de residência médica não sejam desenvolvidas devido à limitação causada pela pandemia. Assim, quando a normalidade for retomada, haverá uma revisão para saber qual posicionamento será definido de modo a não prejudicar os residentes em sua experiência.

Afinal, residência em tempos de COVID-19 vale a pena?

É indiscutível a importância da residência médica para quem deseja se tornar referência na área em que deseja atuar. De fato, a residência em tempos de COVID-19 passou por algumas mudanças, principalmente em relação a atividades ministradas remotamente.

No entanto, ela continua sendo uma especialização muito procurada pelos recém-formados. Justamente por seu caráter complexo e completo, que permite vivências palpáveis no campo da Medicina. Estar dentro de um hospital, com tutores tão experientes, faz toda a diferença na formação de um profissional.

E, diante do enfrentamento à COVID-19, é possível que os residentes aprendam ainda outras habilidades inerentes à profissão médica. Precisarão lidar com situações graves e urgências, assim como se familiarizar com tecnologias que antes eram usadas apenas para lazer, e agora são essenciais para os estudos e o trabalho, como os aplicativos para celular.

Vale lembrar ainda que os residentes e médicos frente ao vírus têm a proteção garantida para exercer suas atividades. E, embora os residentes tenham sido excluídos do plano prioritário de vacinação do Brasil, é importante considerar que os grupos mais jovens estão cada vez mais próximos da primeira dose.

Em resumo, não é uma escolha fácil se dedicar a uma residência em meio à pandemia. Entretanto, é uma forma de ganhar ainda mais experiência, porque nunca se sabe como outros vírus podem evoluir: novas doenças e casos surgem a todo momento, e estar preparado profissionalmente para ajudar a população é indispensável. O que reforça, ainda, o importante papel da pesquisa nesse contexto: ao longo da residência, em paralelo com as aulas e atividades práticas, você poderá desenvolver artigos, pesquisas científicas e outros trabalhos acadêmicos que contribuam para a ciência médica no Brasil e no mundo.

É isso!

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AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor