O Revalida no Brasil tem dado o que falar. Acredite: em 11 edições, a mais recente apresentou a menor taxa de aprovação da história. Algo que é muito preocupante, porque se um médico formado no exterior não passa nessa prova, ele não pode trabalhar em nosso país.
E sim, muita gente tem optado pela oportunidade de estudar fora, em países da América Latina principalmente. Então, vale a pena entender mais sobre o assunto, especialmente se você faz parte desse grupo e pensa em atuar em território nacional muito em breve.
Por isso, vamos ao que interessa! A seguir você entende melhor porque as estatísticas se mostraram tão baixas e o que isso significa no contexto do mercado de trabalho.
A última edição do Revalida no Brasil foi aplicada no semestre passado, mas a prova tem um histórico antigo. Acontece por aqui desde 2011, para validar diplomas de médicos que se formaram em outro país, para que possam de fato trabalhar em nosso país.
Entretanto, 96% dos candidatos que prestaram a prova no ano passado foram reprovados na primeira ou na segunda etapa. Ou seja, não puderam regularizar sua situação e, portanto, foram impedidos de conseguir um emprego mesmo com uma formação de qualidade em universidades renomadas.
Isso porque sem um diploma nacional, é impossível solicitar o CRM, que autoriza a atuação médica no Brasil. Cerca de 7 mil candidatos fizeram a prova, composta por questões abertas e fechadas; e, destes, somente 263 conseguiram a aprovação final que permite o pedido do CRM.
Vale lembrar que os resultados foram divulgados com atraso, o que aumentou ainda mais a ansiedade da galera. É por este e outros motivos que as polêmicas se intensificaram.
A prova do Revalida no Brasil é considerada difícil por si só. No entanto, muitos problemas têm surgido com frequência, o que faz com que os candidatos a considerem “um exame feito para reprovar”.
Basicamente, o comentário geral é que a prova é feita com o objetivo de boicotar os médicos que se formaram fora. Assim, eles não poderiam tirar as vagas e chances de emprego de médicos que estudaram desde o começo em nosso país.
A indignação é tanta, que uma parte dos candidatos resolveu acionar a Justiça para tentar uma revisão da prova. A decisão ainda não foi tomada ou divulgada, e enquanto isso, os médicos seguem impossibilitados de trabalhar.
Os candidatos costumam classificar a prova como “problemática” e “muito difícil”. Existem muitas pontuações sobre inconsistências nos enunciados e nas respostas consideradas como corretas.
Além disso, o gabarito aparece errado, com tarefas que não estão de fato na prova. Muitos candidatos relataram também que fizeram a questão ou cumpriram a tarefa prática, mas não receberam a pontuação adequada.
Falta de clareza e erros de correção são outras reclamações comuns, em especial nas filmagens da prova prática, que não registram o áudio da conversa corretamente. Por fim, os atores que participam das simulações são considerados mal preparados, porque não decoram as falas e atrapalham o desempenho dos candidatos com informações erradas ou incompletas.
A prova Revalida é uma criação do Inep, que tem como principal proposta validar diplomas de Medicina internacionais no país. Antigamente, essa validação acontecia em processos realizados por universidades públicas brasileiras. Mas cada uma tinha um método diferente de prova, o que deixava tudo bagunçado.
Assim, a unificação se tornou necessária. Dentro da prova, o candidato passa por uma primeira etapa com 100 questões objetivas e 5 discursivas. Se aprovado, segue para a segunda etapa, que vale 100 pontos e serve para testar habilidades clínicas do médico por meio de exercícios práticos.
O esquema é bem parecido com as provas de residência médica, porque o candidato também encara estações com atendimentos simulados no SUS, com a participação de atores ou uso de ferramentas médicas. São 10 estações para as 5 grandes áreas da Medicina: Cirurgia Geral, Pediatria, Clínica Médica, Medicina da Família e Ginecologia e Obstetrícia.
Para cada estação, o candidato tem 10 minutos para cumprir uma lista de tarefas e conceder as respostas corretas. Os assuntos variam entre tratamento, diagnóstico e encaminhamento, e a cada acerto os pontos são distribuídos. Os médicos são filmados nesse momento da avaliação, que é realizada posteriormente por uma comissão.
Fora do Brasil, os cursos de Medicina podem custar até 4 vezes menos que em universidades privadas brasileiras. Aqui, inclusive, muitas mensalidades ultrapassam o valor de R$ 10 mil mensais, o que é inviável para muita gente.
E não é todo mundo que consegue passar em uma universidade pública, ou mesmo que tem real interesse em estudar em uma. Ainda vale lembrar que estudantes que moram em estados como Acre e Mato Grosso do Sul acham mais fácil estudar fora do país do que se deslocar para outros centros urbanos dentro do estado ou em outras regiões brasileiras, justamente por causa do custo.
Além disso, países como a Argentina e outros vizinhos da América Latina contam com cursos de Medicina de muita qualidade. Ou seja, por todos esses motivos, mais e mais estudantes estão saindo do país para estudar, o que amplia a necessidade de fazer o Revalida no Brasil depois de formados.
Às vezes, a intenção não é permanecer no trabalho no exterior, mas realmente voltar para trabalhar aqui. Mas com tantos empecilhos e problemas com a prova, está ficando mesmo complicado considerar essa possibilidade.
Ufa! Muitas polêmicas e problemas em relação ao Revalida no Brasil, não é mesmo? Portanto, se você precisa prestar a prova no futuro, fique de olho em todos esses fatores para se preparar da melhor maneira possível e já saber o que te espera na hora da prova.
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Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor