Sons de Korotkoff: o que são?

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Fala, pessoal! Tudo em cima por aí? Preparados para um assunto da semiologia? Hoje vamos conversar sobre um tema que pode ser uma grande dúvida para a maioria de vocês: os Sons de Korotkoff. Se esse é um tema que você tem muitas dúvidas, continue lendo, pois tentarei saná-las ao longo do texto. 

Para entendermos os sons de Korotkoff, queria começar relembrando com vocês as técnicas de aferição de Pressão Arterial.

Preparação

  1. Paciente deve estar sentado com as costas apoiadas;
  2. As pernas devem estar descruzadas e os pés apoiados no chão;
  3. O braço deve estar apoiado em cima da mesa, na altura do coração;
  4. A bexiga deve estar vazia;
  5. O paciente deve estar em repouso há pelo menos 3-5 minutos;
  6. Escolher o manguito adequado: importante para não subestimar (manguito maior) ou superestimar (manguito menor) PA;
Circunferência do Braço (cm)Denominação do ManguitoLargura da bolsa (cm)Comprimento da bolsa (cm)
≤10Recém Nascido48
11-15Criança612
16-22Infantil918
20-26Adulto Pequeno1017
27-34Adulto1223
35-45Adulto Grande1632
42-50Coxa2042
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.
  1. São necessárias 2-3 aferições.

Técnica de Aferição 

  1. Palpar o pulso radial;
  2. Colocar o manguito de tamanho certo de 2-3 cm acima da fossa cubital;
  3. Insuflar o manguito até sumir o pulso radial (aqui vamos estimar a PAs);
  4. Desinsuflar e insuflar novamente 20 mmHg acima do valor estimado;
  5. Desinsuflar com calma e prestar atenção aos sons. 

Os Sons de Korotkoff

Ao desinsuflar lentamente o manguito, seremos capazes de escutar alguns sons e esses são os chamados Sons de Korotkoff. Ao total, temos 5 fases (nem sempre tão distinguíveis) e é dentro delas que reconheceremos os valores da pressão arterial do nosso paciente, veja as fases:

Fase I: É o primeiro som que escutamos e provavelmente irá coincidir com o que estimamos pelo pulso, resultado na PA sistólica do nosso paciente;

Fase II: os ruídos são praticamente murmúrios de baixa frequência, quase silenciosos;

Fase III: os sons reaparecem de forma firme a alta;

Fase IV: Os ruídos tornam-se abafados;

Fase V: ocorre o desaparecimento do som, sendo o último som o que marca a PA diastólica.

Entre as fases I e II podemos ter o chamado Hiato Auscultatório, que é um período de silêncio entre essas fases, mais comum em idosos. E é por isso que devemos estimar a PAs pela palpação antes. 

E assim vamos saber até que valor devemos insuflar o manguito para não correr o risco de cair no hiato auscultatório e, consequentemente, subestimar a pressão sistólica do paciente (já que, nesse caso, consideraríamos a PAs já a fase II dos sons de Korotkoff). 

Bom, agora que entendemos os sons de Korotkoff, estamos prontos para classificar a PA do nosso paciente!

De acordo com as Sociedade Brasileira de Cardiologia, temos o seguinte:

ClassificaçãoPA SistólicaPA Diastólica
Ótima<120<80
Normal<130<85
Pré-Hipertensão130-13985-89
Hipertensão Estágio 1140-15990-99
Hipertensão Estágio 2160-179100-109
Hipertensão Estágio 3≥ 180≥110
Fonte: Sociedade Brasileira de Cardiologia.

OBS: Para a classificação, sempre levamos em conta o maior valor obtido. Por exemplo, se o paciente apresenta uma PA (repetidas vezes) de 130 x 90 mmHg, ele já pode ser considerado Hipertenso Estágio 1. 

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Bons estudos!

Referências

  1. KASPER, Dennis L.. Medicina interna de Harrison. 19 ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2017

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BiancaBolonhezi

Bianca Bolonhezi

Bianca Bolonhezi. Nascida em São Paulo/SP em 1996, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC em 2020. Apaixonada pelo comportamento humano e seus desdobramentos. Uma ávida leitora que, no meio de tantos livros, se encantou pela educação.