Em fevereiro de 2025, o Brasil deu um passo significativo no tratamento de pessoas com AIDS e multirresistência a antirretrovirais (ARVs). O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou o antirretroviral fostensavir tromentamol 600mg, oferecendo uma nova alternativa para aqueles cuja infecção não responde aos tratamentos convencionais.
Para Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS), a disponibilização do medicamento é uma grande vitória, pois beneficia pessoas que vivem com aids e que correm um alto risco de progressão da infecção e, em casos extremos, até de morte. Clique AQUI para conferir o anúncio na íntegra.
O fostemsavir é um tipo de inibidor de ligação que atua na GP120. É recomendado para pacientes multirresistentes, ou seja, aqueles que não obtiveram sucesso terapêutico com pelo menos quatro classes de antirretrovirais (ARVs) atualmente disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Trata-se de uma pró-droga que se converte em tensavir, impedindo a alteração conformacional necessária para a interação do vírus com os receptores de superfície dos linfócitos T-CD4+, inibindo, assim, o processo de replicação viral.
O SUS já oferece medicamentos para o tratamento de HIV e AIDS, além de testes, preservativos e profilaxias para prevenção da infecção. A inclusão do fostensavir amplia as opções terapêuticas, proporcionando uma opção vital para pacientes que esgotaram as alternativas disponíveis.
Lembrando que de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde (MS), o esquema inicial de tratamento consiste na associação de dois ITRN/ITRNt, preferencialmente lamivudina (3TC) e tenofovir (TDF), combinados com um inibidor de integrase (INI), priorizando o dolutegravir (DTG).
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o agente causador da AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). Quando uma pessoa é infectada pelo HIV, o vírus ataca o sistema imunológico, tornando-o mais vulnerável a infecções e doenças.
No entanto, nem toda pessoa com HIV desenvolve AIDS, pois o uso de antirretrovirais pode controlar a replicação do vírus, permitindo uma vida saudável. Quando o tratamento convencional não funciona devido à resistência do vírus, a infecção pode progredir para a AIDS, aumentando o risco de complicações graves. O fostensavir surge como uma alternativa para esses casos, impedindo a entrada do HIV nas células e ajudando a restaurar o controle da infecção.
Embora ainda não exista cura para o HIV, os avanços científicos permitem que pessoas vivendo com o vírus tenham uma vida longa e com qualidade. O tratamento inclui acompanhamento médico regular e exames periódicos para monitorar a evolução da infecção.
A terapia antirretroviral (TARV) é iniciada quando os exames indicam a necessidade e tem o objetivo de manter o HIV sob controle, reduzindo sua multiplicação no organismo e fortalecendo o sistema imunológico. A adesão ao tratamento é essencial para evitar a resistência do vírus e garantir a eficácia dos medicamentos.
Além do uso correto da medicação, hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos, contribuem para o bem-estar dos pacientes.
A prevenção do HIV é fundamental para reduzir a transmissão do vírus e garantir a saúde da população. O método mais simples e acessível é o uso de preservativos masculinos e femininos em todas as relações sexuais. No Brasil, eles são distribuídos gratuitamente nas unidades de saúde.
O HIV e a AIDS são temas recorrentes nas provas de residência médica, abordados principalmente em questões sobre diagnóstico, tratamento e manejo clínico da infecção. As provas costumam cobrar o reconhecimento do quadro clínico inicial do HIV, que pode se manifestar como uma síndrome retroviral aguda inespecífica, e a interpretação dos testes diagnósticos, como a testagem sorológica e molecular.
Além disso, os candidatos podem encontrar questões sobre indicações e esquemas da terapia antirretroviral (TARV), bem como sobre as infecções oportunistas como neurocriptococose, pneumocistose e neurotoxoplasmose, exigindo conhecimento sobre condutas terapêuticas e profiláticas.
Outro tema frequentemente abordado é a infecção pelo HIV na gestação, considerando a necessidade de diagnóstico precoce e a prevenção da transmissão vertical. As provas podem cobrar o esquema antirretroviral indicado para gestantes, o manejo do parto e a administração da profilaxia neonatal.
Além disso, o conhecimento sobre hepatites virais associadas ao HIV também pode ser testado, exigindo que o candidato saiba identificar e tratar coinfecções, como HIV/HBV e HIV/HCV.
A prevenção combinada, que inclui métodos como preservativos, PrEP e PEP, também pode ser tema de questões, reforçando a importância de medidas de saúde pública no controle da epidemia. Dessa forma, uma preparação sólida para a residência médica deve incluir o estudo aprofundado dessas diretrizes, garantindo um entendimento completo do manejo clínico e epidemiológico do HIV/AIDS.
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Professora de Clínica Médica da Medway. Formada pela Unichristus, com Residência em Clínica Médica no Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara. Siga no Instagram: @anaalcantara.medway