Fala, pessoal! Como anda tudo por aí? Esperamos que tudo vá bem. Hoje vamos falar da melhor especialidade médica: é isso mesmo, a psiquiatria! Todos preparados? Vamos falar sobre o transtorno de personalidade histriônica. Mas vamos ir do começo para não deixar ninguém aqui perdido.
O DSM-V define transtorno de personalidade como “um padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento ou prejuízo”.
O que tiramos dessa definição é que raramente podemos diagnosticar um transtorno de personalidade na infância e que, como (quase) tudo no DSM-V, ele precisa acarretar prejuízo na vida do indivíduo e, para não ficar uma definição tão vaga, existem critérios que diagnosticam a presença de transtorno de personalidade:
Além de definir dessa forma, o DSM-V classifica os transtornos de personalidade em 3 categorias (clusters) com base na semelhança comportamental entre os tipos.
Indivíduos que parecem “esquisitos” ou excêntricos:
Indivíduos que parecem dramáticos, emotivos ou erráticos:
Indivíduos que parecem ansiosos ou medrosos:
Apesar da divisão apresentada, é frequente o mesmo paciente apresentar características de Clusters diferentes.
Medway adverte: aqui talvez muitos de vocês reconheçam um amigo, um parente ou até mesmo a si mesmos, mas vamos lembrar sobre o principal a respeito dos transtornos de personalidade.
Ele deve trazer prejuízo funcional para a vida do indivíduo e, se isso não acontece, não podemos caracterizar como um transtorno de personalidade, talvez, no máximo, como um traço de personalidade, algo comum a todos nós. Isto posto, vamos começar.
Como já citamos acima, a característica principal dos transtornos desse cluster é a dramaticidade e a emotividade e o histriônico não é diferente. Para entendermos melhor, vamos pensar naquele tipo “rei/rainha da festa”.
O que pensaremos sobre uma pessoa assim? Gosta de ter as atenções voltadas para si, é amigo de todos, está sempre bem arrumado de forma a chamar mais atenção e abraça todo mundo.
Bom, esse breve julgamento não passa muito longe do que temos de critérios do DSM-V para definir o transtorno de personalidade histriônica:
Um detalhe pertinente na avaliação de um caso de provável transtorno de personalidade histriônica é entender o meio cultural do qual o indivíduo provém.
Uma vez que, em algumas culturas, alguns gestos ou comportamentos podem ser mais normais ou exagerados do que em outras e o paciente está apenas tendo dificuldades em se encaixar socialmente. Neste caso, não há prejuízo funcional em seu dia a dia.
O básico do tratamento de qualquer transtorno de personalidade é a psicoterapia, havendo necessidade ou não do uso de medicação.
Em caso de emergência, é importante avaliar o risco de auto ou hetero agressividade e/ou ideações suicidas. Na maioria das vezes, no pronto-socorro, um atendimento bem realizado associado a curto período de observação é suficiente para estabilização do quadro pontualmente, mas com necessidade de encaminhamento ambulatorial após.
Espero que vocês tenham gostado também da nossa série de posts sobre transtornos depressivos. Caso ainda haja qualquer dúvida, não hesite em perguntar, estaremos sempre abertos! Deixe seu comentário e estaremos por aqui.
Continuem estudando e nos encontramos em breve! Ah, e se quiser conferir mais conteúdos de Medicina de Emergência, dê uma passada na Academia Medway. Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos.
Um abraço e até a próxima!
Bianca Bolonhezi. Nascida em São Paulo/SP em 1996, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC em 2020. Apaixonada pelo comportamento humano e seus desdobramentos. Uma ávida leitora que, no meio de tantos livros, se encantou pela educação.