Tratamento de Alzheimer: saiba mais sobre os procedimentos

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Além de saber a definição e as especificidades da doença, conhecer os principais métodos para o tratamento de Alzheimer é extremamente importante para os assuntos médicos. Sendo assim, você sabe quais são as principais indicações?

Neste artigo, preparamos uma série de informações essenciais sobre Alzheimer e as recomendações adequadas para diferentes quadros clínicos. Continue a leitura para ficar por dentro de tudo sobre o tema.

Para começar a falar sobre o tratamento de Alzheimer

Devido à fisiopatologia da doença de Alzheimer, não existe cura até o momento. Portanto, o tratamento será apenas sintomático. O principal objetivo é manter a qualidade de vida, tentando melhorar a funcionalidade e a independência do paciente.

Para isso, é necessário o trabalho de uma equipe multidisciplinar e multiprofissional. É importante conversar com o paciente e os familiares sobre as expectativas a respeito do tratamento para evitar as possíveis falsas esperanças.

Sendo assim, pode-se dividir as formas de tratamento em não farmacológicas e farmacológicas. Geralmente, as duas agem em conjunto nos cuidados com cada paciente.

Tratamento não farmacológico

O tratamento de Alzheimer não farmacológico visa promover o bem-estar emocional e social do paciente. Nesse ponto, deve-se conversar muito bem com o cuidador do paciente (aquele que vai passar a maior parte do tempo com a pessoa, ajudando-a em casa, sendo familiar ou não).

A seguir, vamos explicar qual é a importância de criar uma rotina com horários para alimentação, sono, higiene pessoal, atividade física, interação social e outras atividades.

Os cuidadores devem deixar que o paciente realize algumas tarefas, mesmo que simples, como dobrar roupas e arrumar a cama, desde que ele consiga. É importante que o ambiente seja propício para o paciente diagnosticado com Alzheimer. Alguns elementos que podem ajudar são:

  • ausência de tapetes;
  • corrimão para segurança; 
  • iluminação adequada;
  • ausência de obstáculos no caminho.

Desgaste emocional

Durante a conversa com familiares e/ou cuidadores, é importante falar sobre o desgaste emocional deles. Além disso, vale mencionar as institucionalizações, caso considerem essa opção, e apresentar a opção de cuidados domiciliares.

Em alguns casos, o acompanhamento com fisioterapeuta, fonoaudióloga e outros especialistas também pode ser necessário, de acordo com as limitações do paciente.

Tratamento farmacológico

Existem alguns medicamentos para Alzheimer. Os principais objetivos são controlar as alterações de comportamento e humor do paciente. Para isso, deve-se seguir algumas regras:

  • evitar múltiplos medicamentos, quando for possível;
  • usar medicamentos com cautela;
  • iniciar com doses mais baixas e progredir lentamente conforme necessidade.

Inibidores da acetilcolinesterase

  • Rivastigmina: 6-12 mg/dia, iniciando com doses mais baixas de 1,5 mg 2x/dia. Disponível em forma de patch;
  • Donepezil: dose inicial de 5 mg/dia, podendo ser aumentada até 10 mg/dia. As doses mais altas estão relacionadas a melhores respostas. Atenção com interações medicamentosas;
  • Galantamina: 16-24 mg/dia;
  • Memantina: antagonista glutamatérgico indicado para fases moderadas a graves de DA. Dose inicial de 5 mg/dia, podendo chegar até 10 mg 2x por dia.

Neurolépticos

Os neurolépticos são usados principalmente no tratamento de agitações psicomotoras, delírios e alucinações. Os atípicos (risperidona, quetiapina, olanzapina, clozapina) causam menos efeitos extrapiramidais. Confira algumas possíveis recomendações abaixo:

  • risperidona;
  • quetiapina;
  • olanzapina;
  • clozapina;
  • ziprasidona;
  • haloperidol;
  • tioridazina;
  • periciazina.

Antidepressivos

A escolha de antidepressivos no tratamento de Alzheimer depende de diversas características do paciente. De acordo com o quadro clínico, algumas opções podem ser:

  • ISRS: fluoxetina, paroxetina, fluvoxamina, sertralina, citalopram, escitalopram;
  • antidepressivos atípicos: trazodona, nefazodona, bupropiona, venlafaxina, milnaciprano;
  • antidepressivos tricíclicos: nortriptilina, desipramina.

Estabilizadores de humor

A associação entre inibidores de acetilcolinesterase e memantina tem sido cada vez mais usada perante essa necessidade no tratamento de Alzheimer. Sendo assim, alguns estabilizadores de humor são utilizados para controle de agitação aguda e labilidade emocional:

  • carbamazepina;
  • oxcarbamazepina;
  • ácido valproico e valproato;
  • clonazepam;
  • lítio.

Além desses tratamentos já mais conhecidos, outros vêm sendo estudados, mas nenhum com tanto estudo ou tanta disponibilidade quanto os já citados. Para não deixar de citá-los, mencionamos alguns deles: estimulação cerebral, imunização ativa contra beta-amiloide e anticorpos monoclonais.

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Referências

  1. BERTOLUCCI; Paulo H. et al. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da Unifesp-EPM: Neurologia. 1a edição. Barueri. Manole. 2011
  2. NETO, Joaquim Pereira Brasil; TAKAYANAGUI, Osvaldo M. Tratado de Neurologia da Academia Brasileira de Neurologia. 1a edição. Rio de Janeiro. Elsevier. 2013
  3. American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5a ed.; M. I. C. Nascimento, Trad.). Porto Alegre, RS: Artmed.

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BiancaBolonhezi

Bianca Bolonhezi

Bianca Bolonhezi. Nascida em São Paulo/SP em 1996, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC em 2020. Apaixonada pelo comportamento humano e seus desdobramentos. Uma ávida leitora que, no meio de tantos livros, se encantou pela educação.