Diagnóstico de Alzheimer: saiba mais sobre a doença

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O diagnóstico de Alzheimer é um assunto muito importante nos estudos para residência e nas práticas de emergência. Sendo assim, você sabe quais são os critérios diagnósticos dessa doença?

Para explicar melhor sobre o Alzheimer, preparamos um artigo especial tendo como base um estudo de caso sobre uma paciente. Assim, você fica por dentro de todas as informações para lidar com os plantões e realizar o diagnóstico de Alzheimer adequado.

Para começar a falar sobre o diagnóstico de Alzheimer

Antes de abordarmos as principais características da doença e os critérios diagnósticos da condição, é importante simularmos uma situação para explicarmos o quadro clínico do paciente.

Dona Rosita, 80 anos, vem acompanhada da filha na consulta. A filha se queixa de esquecimentos frequentes da mãe há 1 ano. Ela diz que, muitas vezes, Rosita esquece o nome da filha, a principal cuidadora, e dos netos. Ela também não se lembra de alguns fatos, como o falecimento do marido.

Nas últimas semanas, perdeu-se mais de uma vez ao ir à padaria no quarteirão da frente e não se lembrou de levar o troco para casa. Após conversas e questionamentos, a filha refere que alterações de humor não são tão frequentes.

Porém, a filha alega que, ocasionalmente, a mãe cochicha pela casa, dizendo para ela tomar cuidado com a vizinha que, às vezes, entra para roubar coisas. Dona Rosita nega comorbidades. Será que ela possui a doença de Alzheimer?

Critérios diagnósticos da Doença de Alzheimer

Tanto os critérios presentes no Manual de Diagnósticos e Estatística de Transtornos Mentais (DSM-V) quanto no Grupo de Trabalho da Associação Americana de Doença de Alzheimer e Doenças Relacionadas (NINCDS-ADRDA) são utilizados na prática clínica.

De acordo com o DSM-V, a DA começa por meio do diagnóstico de um transtorno neurocognitivo maior ou leve, que inclui o quadro de síndrome demencial com início gradual e declínio cognitivo contínuo.

Ele exclui o uso de substâncias ou outras condições que mimetizam a doença. Além disso, os déficits precisam ser permanentes e não devem ocorrer durante um episódio de delirium. Já pelo NINCDS-ADRDA, a DA pode ser dividida nas seguintes classes:

  • definitiva: evidências histopatológicas de tecido cerebral;
  • provável: demência presente, déficits em 2 ou mais áreas da cognição, piora progressiva da memória e outras funções, ausência de distúrbio de consciência, início entre 40-90 anos, ausência de outros critérios que justifiquem;
  • improvável: início súbito, sinais neurológicos focais, distúrbios de marcha, presença de crises convulsivas precocemente. Nesse caso, outros diagnósticos devem ser considerados;
  • possível: síndrome demencial sem causa aparente, mas com variações na forma de início, apresentação e curso, apresentando outras doenças que possam justificar o quadro.

Como deu para perceber, não é tão fácil aplicar esses critérios na prática, uma vez que cada um deles pode apresentar apenas sutis diferenças entre si.

Dessa forma, fica claro que o diagnóstico de Alzheimer pode não ser tão simples quanto se espera, pois também é possível confundir e sobrepor com outros diagnósticos diferenciais nas próprias síndromes demenciais.

Em relação ao caso clínico, pode-se dizer que Dona Rosita apresenta DA provável, já que nenhum procedimento invasivo foi realizado para avaliar anatomopatologicamente o diagnóstico.

Outros possíveis diagnósticos para o caso

Além dos pontos citados acima sobre o diagnóstico de Alzheimer, existem outras possibilidades a respeito do quadro clínico da paciente. Para citar alguns, vamos voltar um pouco para a anamnese e os exames complementares:

  • hipotireoidismo (dosagem de TSH e T4 livre);
  • deficiência de vitamina B12 (dosagem de vitamina B12);
  • pelagra (deficiência de niacina);
  • hidrocefalia de pressão normal;
  • depressão (usar escalas específicas durante a anamnese).

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BiancaBolonhezi

Bianca Bolonhezi

Bianca Bolonhezi. Nascida em São Paulo/SP em 1996, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC em 2020. Apaixonada pelo comportamento humano e seus desdobramentos. Uma ávida leitora que, no meio de tantos livros, se encantou pela educação.