Tratamentos para beribéri: tudo que você precisa saber

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Hoje é dia de falar sobre um tema bastante importante: os tipos de tratamentos para beribéri. Você está preparado para ficar por dentro de tudo sobre essa condição e se tornar um craque no assunto? Então, continue a leitura!

O que é beribéri?

O nome “beribéri” refere-se a uma doença causada pela deficiência de vitamina B1 no organismo. Também chamada tiamina, essa vitamina essencial tem a função de metabolizar os carboidratos e produzir energia. Consequentemente, a falta dessa substância no corpo pode causar cãibras, cansaço e prisão de ventre, nos casos mais amenos. 

Beribéri é uma doença relativamente rara, mas que, se não for tratada corretamente, pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e alterações neurológicas, levando o paciente a óbito. Para evitar tal condição, o recomendado é consumir de 1,1 a 1,2 mg por dia de tiamina, por meio da alimentação de leguminosas, cereais, carne de porco e vaca, por exemplo. 

As formas clínicas do beribéri

O beribéri ainda pode se manifestar de algumas formas diferentes, afetando regiões distintas do corpo do paciente e causando reações irregulares. Confira quais são as quatro formas clínicas da doença abaixo.

  • Beribéri seco: esta manifestação afeta predominantemente os membros inferiores do paciente, podendo causar formigamento, perda de sensibilidade, dores nas pernas e paralisia das extremidades;
  • Beribéri úmido: esta forma clínica é responsável por gerar insuficiência cardíaca de alto débito, podendo ser observados edemas pelo corpo e outras manifestações do sistema cardiovascular; 
  • Beribéri Shoshin: também caracterizado por manifestações no sistema cardiovascular, pode causar insuficiência cardíaca fulminante de início súbito;
  • Síndrome de Wernicke-Korsakoff: manifestada principalmente em pacientes alcoólatras, combina a encefalopatia de Wernicke com a síndrome de Korsakoff.

Causas mais comuns do beribéri

Como você percebeu, a principal causa do beribéri é referente aos baixos índices de vitamina B1 no organismo. Pacientes que vivem em condições de extrema pobreza, com perdas nutricionais (diarreias prolongadas) ou demanda nutricional aumentada (hipertireoidismo, gestação e prática de exercícios extenuantes) possuem mais chances de desenvolver a condição.  

Essa carência nutricional também pode ocorrer por outros diversos fatores, sendo o mais comum deles a alimentação não balanceada com consumo excessivo de carboidratos, como arroz branco refinado, açúcar e farinha branca. Além disso, o abuso de bebidas alcoólicas pode ser um fator predominante para o surgimento da doença. 

Os principais sintomas e diagnóstico

Antes de conhecer os tratamentos para beribéri, também é muito importante saber sobre os principais sintomas da doença, que podem aparecer independentemente da forma clínica. 

Vale lembrar que, muitas vezes, o beribéri não apresenta sinais e sintomas tão claros, demorando de dois a três meses para aparecerem. Sendo assim, é importante ficar de olho a alguns indicadores:

  • insônia;
  • fadiga;
  • fraqueza
  • irritação;
  • perda de apetite;
  • parestesia;
  • mal-estar generalizado;
  • edema de membros inferiores;
  • dificuldades respiratórias e cardíacas;
  • cãibras musculares;
  • palpitação no coração;
  • intestino preso. 

Por apresentar diversos sintomas que podem estar ligados a outras condições, a forma de diagnosticar alguém com beribéri é por exames de rastreamento: dosagem de tiamina e de outros eletrólitos. 

Nesse caso, o clínico geral ou o gastroenterologista avalia as queixas, assim como os hábitos alimentares do paciente, e pede os exames complementares para descartar diagnósticos diferenciais. Dessa forma, é possível verificar os níveis de vitamina B1 e a gravidade da doença para iniciar os tratamentos para beribéri.

O tratamento do beribéri

Como na maioria das carências nutricionais, basicamente, o tratamento depende da reposição do que está faltando, no caso do beribéri, a tiamina. A dose, o tempo de tratamento e a forma de reposição da vitamina B1 dependem de alguns fatores individuais, explicados a seguir.

  • Polineuropatias leves: 10-20 mg/dia via oral por 2 semanas;
  • Polineuropatias moderadas ou graves: 20-30 mg/dia mantido por algum tempo após ausência de sintomas; 
  • Edema ou congestão: 100 mg/dia endovenoso por vários dias; 
  • Síndrome de Wernicke-Korsakoff: 50-100 mg intramuscular ou endovenoso seguido de 50-100 mg 1x/dia até obter resposta. Neste caso, sempre lembrar que a infusão de tiamina deve preceder a infusão de glicose.

Geralmente, o tempo dos tratamentos para os casos mais avançados de beribéri dura em torno de três meses. Após esse período, é necessário acompanhamento médico periódico. 

Para os resultados do tratamento serem ainda melhores, é importante que o paciente se comprometa com uma mudança de hábitos, contando com o aumento do consumo de alimentos ricos em tiamina e a eliminação do consumo de álcool. 

Por fim, vale lembrar que, nos casos de beribéri, é importante realizar rastreio para outras carências nutricionais, uma vez que essas deficiências, na maioria das vezes, estão relacionadas com situações socioeconômicas precárias, quando o indivíduo deixa de receber diversos nutrientes.

Caso não seja tratada de forma adequada, a doença pode causar complicações graves, como o crescimento do coração e do fígado, problemas neurológicos, edema pulmonar, redução significativa da sensibilidade e da força muscular.

Curtiu saber mais sobre o tratamento do beribéri?

Agora que você sabe quais são as formas de tratamentos para beribéri e é quase um especialista no assunto, não deixe de conferir outros conteúdos que publicamos aqui, no blog. Eles foram feitos especialmente para você mandar bem no seu plantão e ficar por dentro dos mais variados assuntos.

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BiancaBolonhezi

Bianca Bolonhezi

Bianca Bolonhezi. Nascida em São Paulo/SP em 1996, formou-se em medicina pela Faculdade de Medicina do ABC em 2020. Apaixonada pelo comportamento humano e seus desdobramentos. Uma ávida leitora que, no meio de tantos livros, se encantou pela educação.