Fala, galera! Beleza? Hoje vamos falar sobre um assunto temido por muitas pessoas, seja no departamento de emergência ou no centro cirúrgico ou na UTI: a via aérea difícil (VAD).
Preparado? Então, vamos lá!
Antes de tudo, devemos diferenciar uma via aérea difícil de uma via aérea falha. A primeira é aquela cujas características anatômicas vão prever alguma dificuldade durante a técnica.
Enquanto isso, a segunda consiste na situação em que a técnica escolhida falhou, e o resgate deve ser realizado de alguma outra forma.
“E o que fazer para não sermos pegos de surpresa?” Primeiramente, avaliar a via aérea (VA). Vamos iniciar com o bom e velho pacote de anamnese + exame físico, que poderão ser complementados com outros testes diagnósticos quando houver indicação.
Dessa forma, sempre que houver tempo hábil, esse processo deve ser realizado para todos os pacientes que vão se submeter à anestesia ou que têm necessidade de manuseio de suas VAs.
Mas antes de aprofundarmos o assunto, é válido relembrar um pouco sobre o procedimento de Intubação Orotraqueal (IOT). Basta ler este artigo que fizemos sobre o assunto para refrescar a memória.
Durante a conversa com o paciente em sua avaliação pré-anestésica, devemos nos atentar a alguns aspectos como preditores de VAD, tais como:
E se você quer dominar a base da analgesia e sedação pra se sentir seguro para prescrever um plano de analgesia otimizado e individualizado, sugiro fazer o nosso Curso de Analgesia e Sedação: do PS à UTI, que é gratuito e oferece certificado de conclusão! Nele, vamos te dar a base que você precisa para entender como e por que prescrever determinadas drogas, tudo por meio de aulas com uma abordagem direta, simples e sem enrolação, com apostilas, questões de revisão e muito mais.
Pensando em dificuldades e risco de aspiração, durante a indução da anestesia podemos aplicar a Manobra de Sellick e suas variações.
Ela consiste na colocação do polegar e do dedo médio em cada lado da cartilagem cricóide e do dedo indicador logo acima, aplicando-se uma pressão sobre a estrutura contra a coluna vertebral, com objetivo de ocluir o esôfago e impedir a passagem do conteúdo gástrico para a orofaringe.
Como falado anteriormente, a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) é um preditor importante de VAD. Uma dica para a triagem daqueles pacientes não diagnosticados é o questionário importantíssimo STOP-Bang, que consiste nas seguintes perguntas:
Cada tópico acima equivale a um ponto e divide o paciente em baixo risco (0-2), risco intermediário (3-4) e alto risco (5-8).
Já em relação ao exame físico direcionado, mesmo sabendo que a maioria dos pacientes com VAD terão o exame físico normal, basta um olhar clínico e o auxílio do mnemônico LEMON:
Basicamente dividiremos as características encontradas de duas formas:
1. Aspectos preditores de inadequação ou impossibilidade de ventilação sob máscara facial: idade maior que 55-57 anos, IMC maior que 26-30kg/m², presença de barba, ausência de dentes, história de roncos, mallampati III ou IV, sexo masculino, protrusão mandibular limitada, entre outros.
2. Aspectos preditores de laringoscopia direta e/ou intubação difícil ou impossível: história prévia de intubação difícil, mallampati III ou IV, gravidez, AOS, circunferência do pescoço pequena ou grande, bócio, tumores ou cirurgias ou radioterapia na área de cabeça e pescoço, macroglossia, abertura limitada da boca, entre outros.
Devemos sempre estar preparados para o esperado e para o inesperado, sendo o uso de algoritmos e fluxogramas de grande auxílio na abordagem a VAD. Para melhor visualização e fixação, atente-se aos dois fluxogramas abaixo:
Agora que você conhece mais sobre a via aérea difícil, vale conferir outros conteúdos sobre métodos contraceptivos aqui, no nosso blog, para mandar bem no plantão. Se quiser colocar tudo em prática, o PSMedway é ideal para você! Com nosso curso de Medicina de Emergência, você domina seus atendimentos!
Texto em parceria com Dr. Victor Henrique Bernardes, R1 Anestesiologia da Universidade Federal Fluminense.
Matheus Carvalho Silva, nascido em 1993, em Coronel Fabriciano (MG), se formou em Medicina pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e hoje é residente em Cirurgia Geral na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM).