Após 18 anos, o Ministério da Saúde confirmou um caso de cólera em Salvador, Bahia. A transmissão foi local, mostrando que o paciente contraiu a doença em sua própria cidade.
A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, em nota, informou que o paciente é um homem de 60 anos que não tinha viajado para países com casos de cólera e nem tido contato com pessoas contaminadas. Após os exames, foi identificado o agente Vibrio Cholerae 01 Ogawa (toxigênico).
Os últimos casos de cólera no Brasil ocorreram em Pernambuco entre 2004 e 2005. Em 2006, já não existiam mais casos autóctones, apenas importados de outros países como República Dominicana, Angola, Índia e Moçambique.
A cólera é uma doença bacteriana infecciosa intestinal aguda. Ela é transmitida por contaminação oral-fecal direta ou ingestão de alimentos ou água contaminada. Os sintomas dessa infecção são:
Segundo a nota emitida pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, o homem apresentou sintomas como desconforto abdominal e diarréia aquosa, em março de 2024.
O período de transmissão da cólera é de 1 a 10 dias após a infecção. No Brasil, como forma de segurança, o período se estendeu para 20 dias. Nesse sentido, o paciente não transmite mais o agente desde o dia 10 de abril.
De acordo com o ministério, esse foi um caso isolado, já que não foram identificados outros pacientes após a investigação epidemiológica das equipes de saúde de Salvador junto às pessoas que tiveram contato com o paciente. O caso continua a ser acompanhado, a fim de minimizar os possíveis impactos à saúde da região.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou que de janeiro a março de 2024, foram registrados 31 casos de surtos de cólera em diferentes países, sendo a África, a região mais afetada.
Esse último caso em Salvador já foi concluído e considerado isolado, o que reforça que não estamos em um quadro de surto no Brasil.
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Catarinense e médico desde 2015, Djon é formado pela UFSC, fez residência em Clínica Médica na Unicamp e faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway. É fissurado por didática e pela criação de novas formas de enxergar a medicina. Siga no Instagram: @djondamedway