Arboviroses: aumento de casos no Brasil
Em março de 2023, o Ministério da Saúde noticiou que houve um aumento de 43,8% dos casos de Dengue e um aumento de 97% das notificações de Chikungunya, quando comparado ao mesmo período do ano passado. O cenário levou o governo a instalar o COE arboviroses, a fim de elaborar estratégias de controle e redução de casos graves e óbitos das arboviroses.
Mas, você sabe o que é arbovirose? Quais são as principais doenças e quais são os seus sintomas? Como podemos nos prevenir? Quais são as ferramentas epidemiológicas para enfrentar este problema?
Se você quiser saber mais sobre este assunto, nós da Medway, exercendo nosso papel de formadores de conhecimento em saúde, responderemos estas e outras perguntas nas próximas linhas a seguir.
Mas afinal, o que são as arboviroses?
Arboviroses são doenças transmitidas por artrópodes, como os mosquitos, e que podem causar desde sintomas leves, como febre e dor de cabeça, até quadros graves que podem levar à morte. Entre as arboviroses mais comuns no Brasil, podemos citar a Dengue, a Febre chikungunya, o Zika vírus e a Febre Amarela.
A dengue é a arbovirose mais conhecida e afeta milhões de pessoas todos os anos, especialmente durante o verão e a primavera. Os principais sintomas incluem febre alta, dores no corpo e nas articulações, dor de cabeça, náusea e vômito.
Em casos mais graves, podemos ter a chamada dengue hemorrágica, que é uma complicação potencialmente fatal marcada por aumentar o risco de hemorragias pelo corpo humano.
A zika é uma doença relativamente nova no Brasil e causa sintomas semelhantes aos da dengue, além de manchas vermelhas na pele e conjuntivite. É uma doença que está associada a complicações graves em fetos de mulheres grávidas, como a microcefalia.
Já a chikungunya é outra doença transmitida por mosquitos e que causa febre, dores nas articulações e na musculatura, além de manchas vermelhas na pele. Esses sintomas podem ser muito dolorosos, podendo durar semanas ou até meses.
Por fim, temos a febre amarela, uma doença potencialmente fatal e que é transmitida por mosquitos silvestres, como o Haemagogus e o Sabethes, podendo levar a sintomas como febre alta e dor muscular. Em casos mais graves, a doença pode cursar com icterícia e alterações hepáticas.
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E por que ano após ano ainda lidamos com as arboviroses?
Nos últimos anos, temos observado um aumento preocupante no número de casos de arboviroses no país. Em 2022 e 2023, por exemplo, registramos um número recorde de casos destas doenças em diversas regiões do país, como mencionamos no início deste post.
Para entender melhor esse fenômeno, é importante mencionarmos alguns conceitos da epidemiologia.
O primeiro deles é a sazonalidade. As arboviroses tendem a se manifestar com maior intensidade em determinadas épocas do ano, o que pode estar relacionado a fatores climáticos, como a temperatura e a umidade do ar, que favorecem a proliferação dos mosquitos transmissores.
No entanto, o aumento do número de casos de arboviroses em períodos fora da sazonalidade pode indicar a presença de outros fatores de risco, como a falta de saneamento básico, ao acúmulo de lixo e entulho em áreas urbanas, além da falta de medidas de controle efetivas, como a eliminação de criadouros de mosquitos.
É nesse contexto que entra o segundo conceito importante para compreendermos o aumento das arboviroses: o diagrama de controle. Trata-se de uma ferramenta de monitoramento que avalia a evolução do número de casos de uma doença ao longo do tempo, com o objetivo de detectar mudanças significativas no padrão de ocorrência da doença.
Por meio deste diagrama, é possível estabelecermos um limiar epidêmico, que representa um valor crítico de casos e que indica um aumento significativo da doença em relação ao período anterior. Quando o número de casos ultrapassa esse limiar, é necessário adotar medidas de controle mais intensas para evitar a disseminação da doença.
Vejamos um exemplo deste diagrama abaixo:
Diagrama de controle de Dengue.
Fonte: Informe Semanal COE Arboviroses, de 20.04.2023.
O problema é que, infelizmente, apesar do diagrama de controle, muitas vezes os sistemas de monitoramento e controle das arboviroses não são efetivos, o que pode levar ao aumento do número de casos e à disseminação da doença.
Como devemos prevenir as arboviroses?
Buscando enfrentar este problema, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde criou o Centro de Operações de Emergências de Arboviroses, uma estrutura organizacional para promover uma resposta coordenada contra as arboviroses.
Esta resposta passa por informar a população sobre os riscos das arboviroses e orientá-la quanto as medidas preventivas, como a eliminação de criadouros de mosquitos e o uso de repelentes e roupas adequadas para evitar as picadas dos insetos.
Além disso, uma resposta mais coordenada contra o aumento dos casos de arboviroses permite que as autoridades públicas invistam em medidas de controle mais efetivas, como a limpeza de áreas públicas, a aplicação de larvicidas e a conscientização da população local.
Ficamos por aqui!
O aumento do número de casos de arboviroses no Brasil nos últimos anos é uma questão preocupante, que requer ações de prevenção e controle mais efetivas por parte das autoridades públicas e da população em geral.
É fundamental que todos estejam informados sobre os riscos das arboviroses e adotem medidas preventivas para evitar a disseminação dessas doenças. Afinal, com a colaboração de todos, podemos reduzir o número de casos de arboviroses e diminuir os impactos sobre a saúde da população do país.
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Referências
- https://www.medway.com.br/conteudos/arboviroses-como-fazer-diagnostico-diferencial-entre-dengue-zika-e-chikungunya/
- https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/svsa/resposta-a-emergencias/coes/arboviroses/atualizacao-dos-casos/informe-coe-arboviroses-20-04/view
- https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2023/marco/saude-instala-coe-arboviroses-para-monitorar-aumento-de-casos-de-dengue-e-chikungunya-no-pais
