Sulfadiazina de prata: o que é e como utilizar

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Galera, cuidar de queimaduras é uma coisa muito importante. Nos cuidados com, além da limpeza, desbridamento e uso de curativos fechados com materiais não aderentes, a aplicação de agentes tópicos antimicrobianos pode ser realizada (nada de pasta de dente de café da tia avó, hein?). Mas o que a sulfadiazina de prata tem a ver com tudo isso? Continue lendo esse artigo para descobrir!

O que é a sulfadiazina de prata?

A sulfadiazina de prata é o agente tópico antimicrobiano mais utilizado no tratamento das queimaduras, sendo comercializada na forma de creme. Seu valor é acessível e é uma medicação com boa disponibilidade. 

imagem ilustrativa de sulfadiazina de prata
Embalagem sulfadiazina de prata 
https://cdn-cosmos.bluesoft.com.br/products/7898148293742 

Quando podemos utilizá-la?

Costuma-se utilizá-la no tratamento de queimaduras de segundo e terceiro grau. Geralmente, as queimaduras superficiais não necessitam de tratamento tópico antimicrobiano, porém, quando a queimadura superficial é mais extensa, o uso da sulfadiazina pode ser realizado para evitar colonização da área. Outro motivo para usar o antibiótico tópico em queimaduras extensas superficiais é que, algumas vezes, a lesão é heterogênea, tendo algumas regiões mais superficiais e outras mais profundas, as quais se beneficiam da medicação. 

É possível usá-la em pequenas, médias e grandes superfícies corporais queimadas. Porém, em queimaduras de mais de 50 a 60% de superfície corporal queimada, a sulfadiazina perde seu poder de supressão bacteriana, principalmente contra bactérias gram-negativas. 

Boa! Mas como a sulfadiazina de prata age?

Ela age na parede bacteriana, atuando contra bactérias gram-positivas e gram-negativas, além de também agir contra leveduras. 

Além disso, ela tem o papel de diminuir a colonização bacteriana nas áreas queimadas e na diminuição da dor, porém, não existe evidência de que diminua o índice de infecção de ferida ou de que ajude na cicatrização da pele. 

Outro efeito da sulfadiazina de prata é interromper o processo de reepitelização da pele, por isso, quando há evidência de reepitelização, seu uso deve ser descontinuado. Mas, no geral, sua absorção pela pele é insignificante e sua meia vida é de cerca de 24h. 

O componente da prata da composição é liberado como prata iônica na ferida e tem efeitos antimicrobiano e anti-inflamatório. A sulfadiazina de prata necessita de reaplicações mais frequentes em relação a outros tipos de medicações tópicas sem prata na formulação. 

Devemos passar um pouquinho ou um montão?

No momento da sua aplicação, a superfície queimada deve sempre estar coberta pela medicação (reaplicar continuamente nas áreas onde a substância foi retirada, devido às atividades do paciente).

imagem ilustrativa de sulfadiazina de prata
Aplicação da medicação 
https://blog.shopfisio.com.br/wp-content/uploads/2021/01/pomada-para-queimadura-compressed.j pg 

Ah, e não é necessário calcular a dose da sulfadiazina de prata para função hepática ou função renal. De qualquer modo, é recomendado usar a medição com cautela e observar efeitos colaterais com mais atenção em pacientes com disfunção hepática ou renal. 

O paciente com longo tempo de uso da medicação deve ser monitorado com exames laboratoriais, incluindo hemograma, eletrólitos, função hepática, função renal e exame de urina. 

Existem limitações ao uso da sulfadiazina de prata?

Infelizmente, sim.

  • Não se pode utilizá-la em regiões queimadas próximas aos olhos. 
  • Não se pode utilizá-la durante gravidez e amamentação (a medicação vai para o leite e pode causar sintomas descritos abaixo nos lactantes). 
  • Seu uso também é contra-indicado em pacientes com menos de 2 meses de vida e prematuros (risco de hiperbilirrubinemia e kernicterus). 
  • Não usar em pacientes alérgicos à sulfonamida, sulfonilureia e inibidores da anidrase carbônica. 

O uso da sulfadiazina de prata, apesar de muito benéfico, também pode trazer alguns efeitos colaterais. 

É possível afetar o fígado (hepatite) e e há chance de se acometer os rins por nefrite intersticial. A hipersensibilidade da pele é um desses efeitos, além de eritema multiforme, prurido, descoloração da pele e rash cutâneo. Ademais, podem haver alterações hematológicas, como neutropenia e leucopenia (transitórias), metaemobloginemia, anemia aplástica e anemia hemolítica. 

Muita atenção às trocas de curativo!

Nas trocas de curativo, deve-se remover a sulfadiazina de prata com cuidado, sem causar traumas no local, prejudicando a cicatrização. 

O uso da medicação deve continuar até a cicatrização da área queimada ou até que a região esteja em condições de receber um enxerto. 

Usar prolongadamente a medicação – por mais que dois meses – pode causar infecção fúngica e bacteriana, sendo comum a infecção por C. difficile associada a colite pseudomembranosa. 

O objetivo do artigo foi falar resumidamente da sulfadiazina de prata, medicação frequentemente prescrita no dia a dia dos cirurgiões e também presente em questões de provas de residência. Com esse resumo, acredito que estarão prontos para se dar bem na vida e nas questões que podem aparecer pela frente! 

É isso…

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É isso, galera! Esperamos que esse conteúdo dê aquela ajuda nos estudos e auxilie vocês a brilhar ainda mais por aí! Qualquer dúvida, é só deixar um comentário aqui embaixo!

Até a próxima!

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