Fazer residência em Gastroenterologia é uma escolha desafiadora. Afinal, essa área lida com doenças do aparelho digestivo e possui uma rotina puxada, com vários casos de alta complexidade e turnos de plantão. Além disso, é preciso passar por dois anos de Clínica Médica antes de encarar essa etapa.
A demanda por esse médico está cada vez mais alta no mercado. O residente ainda pode optar por diversos setores de atuação, como a Gastroclínica ou a Gastropediatria, acrescentando mais alguns anos de estudos na residência de Gastroenterologia.
Se você pensa em seguir por esse caminho e se especializar como médico gastroenterologista, é hora de começar a pensar em onde quer estudar. Boas opções não faltam, então é importante ter um olhar carinhoso para as possibilidades e ver se elas se encaixam em suas ambições e expectativas.
Para ingressar na residência de gastroenterologia no Brasil, é necessário ter concluído dois anos de residência em Clínica Médica, conforme exigência do Ministério da Educação (MEC). O programa de gastroenterologia tem duração de dois anos, totalizando quatro anos de formação após a graduação em Medicina.
Durante a residência, o médico residente participa de diversas atividades práticas e teóricas. A rotina inclui atendimentos ambulatoriais, acompanhamento de pacientes internados, realização de procedimentos endoscópicos e participação em discussões de casos clínicos.
Além disso, há uma ênfase na formação em serviços de urgência e emergência, proporcionando uma experiência abrangente e preparando o residente para os desafios da prática médica.
A residência de gastroenterologia no Brasil oferece diversas áreas de atuação, permitindo que o médico se especialize em segmentos específicos do aparelho digestivo. Algumas das subespecialidades incluem hepatologia, endoscopia digestiva, gastropediatria e motilidade gastrointestinal. Essas áreas permitem que o profissional aprofunde seus conhecimentos e atue de forma mais direcionada, atendendo às demandas específicas de cada segmento.
O mercado de trabalho para especialistas em gastroenterologia no Brasil é promissor, com uma demanda crescente por profissionais qualificados. Segundo dados da Demografia Médica de 2025, atualmente existem 6.402 profissionais dessa área no país. Destes, 54,5% são mulheres e 45,5% homens.
A remuneração média para gastroenterologistas varia de acordo com a região e a subespecialidade escolhida, podendo alcançar valores significativos, especialmente para aqueles que atuam em áreas como endoscopia e hepatologia. Além disso, a possibilidade de atuar em consultórios particulares, hospitais e clínicas amplia as oportunidades de inserção no mercado.
A residência em Gastroenterologia na USP costuma ter de 4 a 8 vagas abertas por ano. A concorrência é apertada e pode variar de 7 a 10 candidatos por vaga. O programa conta com 60 horas semanais e 2 anos de duração.
No primeiro ano, que corresponde ao R3, o residente passa por uma formação hospitalar com atividades de enfermaria, pedidos e preparo para exames variados, condutas diagnósticas e terapêuticas, entre outros.
No ano seguinte, o R4, o cenário fica um pouco mais aprofundado. O residente se responsabiliza por atendimentos ambulatoriais e propedêuticos, passa um bom tempo no setor de endoscopia e cuida de pacientes de maior complexidade.
A residência médica na USP é referência em todo Brasil, não só para essa especialidade, e a prova tem um bom nível de dificuldade. Você estará em contato com excelentes tutores, mas precisará entrar de cabeça na rotina puxada e nas exigências que a própria instituição tem para os residentes.
Apesar de ter as três etapas já conhecidas do processo seletivo de residência médica, a prova da Unicamp é conhecida como uma das mais bem-feitas entre as instituições brasileiras. A avaliação é quase totalmente voltada para o raciocínio clínico.
O Hospital de Clínicas da instituição é um dos pilares de excelência da saúde pública do estado de São Paulo. Além disso, é considerado um dos maiores hospitais universitários de todo o país, referência nacional quando se trata de serviços terciários.
O programa da Unicamp também é um dos mais concorridos a nível nacional. Em relação ao conteúdo distribuído nas 60 horas semanais e 2 anos do programa de Gastroenterologia, a experiência do residente passa por enfermaria, ambulatório, pronto-socorro, UTI e centro de endoscopia.
O programa de residência em Gastroenterologia na Unifesp é realizado no Hospital São Paulo, considerado uma das melhores instituições formadoras de médicos do Brasil, independentemente da especialidade escolhida para estudar.
A carga horária da residência é a mesma de todas as outras, devidamente aprovada pelo Ministério da Educação (MEC). O residente encara a rotina em enfermarias e ambulatórios, cumpre um período de plantões em pronto-socorro e UTI, assim como passa pela parte teórica, com total incentivo para a produção científica.
A cada trimestre, os residentes trocam entre enfermaria e ambulatório para incrementar a vivência e mudar um pouco a rotina. Há a possibilidade de fazer estágio fora do Brasil e participar de atividades especializadas em UTIs, como o transplante de fígado.
Se você deseja fazer residência em Gastroenterologia no SUS-SP, saiba que, por lá, há somente uma fase com prova teórica, que tem 100 questões de múltipla escolha. Porém, não pense que o caminho é fácil: são cerca de 50 instituições afiliadas, o que gera muita gente na fila da concorrência para garantir as vagas.
Nesse programa, você já começa a passar um tempo na área de Gastroenterologia (e em outras especialidades) para se familiarizar com processos. É uma oportunidade de saber o que espera de maneira mais aprofundada no R3.
Ao longo da residência de Gastroenterologia, é importante lembrar que você estará em contato direto com a realidade da saúde pública no Brasil. Embora os hospitais tenham boa estrutura, você terá que encarar alguns desafios para além da realidade dos pacientes.
No programa de Gastroenterologia, você desenvolverá competências como realização de exame físico, geral e específico, condutas diagnósticas, história clínica, preparo para endoscopia e colonoscopia, entre outros.
Além disso, participará de plantões noturnos de intercorrência em enfermarias, acompanhará a evolução clínica de pacientes e aprenderá diferentes procedimentos relacionados à área.
A prova do IAMSPE segue um modelo tradicional, com 3 etapas usuais de teoria, prática e entrevista. Para completar, não se esqueça do pré-requisito em Clínica Médica, que teve 36 vagas abertas no edital mais recente. Esse é o caminho principal para você chegar até o programa.
O programa de residência médica em Gastroenterologia no IAMSPE também é credenciado pelo MEC e cumpre a carga horária usual da especialidade de 60 horas semanais.
A rotina do residente de Gastroenterologia também envolve atuação em enfermarias, ambulatórios e UTIs, além do período obrigatório de plantões e atividades relacionadas a diagnósticos, tratamentos, análise de tumores, desenvolvimento de conhecimentos em imunologia, nutrição e infecção.
Como você viu, as instituições mais buscadas para fazer residência em Gastroenterologia são renomadas e muito concorridas. Por isso, é muito importante pensar com carinho em onde você quer estudar para se preparar com bastante foco e determinação.
Aproveite essas informações para construir sua rotina de estudos e tomar essa decisão tão importante. Para ajudar mais ainda, a gente tem outra dica para você: que tal conhecer o Extensivo R3 de Clínica Médica? Aproveite para fazer o teste grátis e conhecer tudo sobre o preparatório que vai te levar à aprovação no R3 de Clínica Médica!
Cofundador da Medway, formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com Residência Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Siga no Instagram: @joaovitorsfernando