Esse texto é pra você que já faz a residência médica ou sonha em cursar Oftalmologia e está de olhos abertos, mirando ansiosamente o futuro da especialidade: a área de cirurgia oftalmológica! Pra você seguir com segurança por esse caminho e tirar suas dúvidas de uma vez por todas, vem com gente!
Pra começo de conversa, é bom saber que a Oftalmologia é uma especialidade médica super competitiva e com mercado de trabalho bem amplo. É a nona especialidade mais disputada e escolhida entre os candidatos aos programas de residência médica. Isso sem contar que a forte demanda de profissionais na área, principalmente nos grandes centros urbanos, faz com que cada vez mais médicos optem por esse caminho.
O ar promissor da especialidade tem fundamento, já que a residência em Oftalmologia é oferecida por dezenas de instituições públicas e particulares. E o melhor: é uma especialidade de acesso direto, ou seja, não exige que nenhuma outra residência seja feita anteriormente. Nos três anos de duração do programa, 60 horas semanais de treinamento em serviço e reuniões com a preceptoria são exigências tanto do Ministério da Educação (MEC) quanto do CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmologia). Além disso, segundo as Características dos Cursos de Especialização e Programa Mínimo elaborado pelo Conselho, durante os 3 anos o residente deverá passar por 3.000 atendimentos clínicos e 150 atendimentos cirúrgicos.
Ao final do curso, o médico especialista vai poder atuar com consultas oftalmológicas que incluem avaliação de lentes e óculos, medida de pressão intraocular e exame de fundo de olho, além das cirurgias oftalmológicas, como cirurgia de catarata, de glaucoma, de retina, cirurgia refrativa, cirurgia do anel corneano, bem como transplantes de córnea e cirurgias plásticas que podem reduzir as deformidades e as anormalidades da área ocular, em especial das pálpebras, sistema lacrimal, na órbita e nas áreas da face anexa aos olhos.
Aproveitando que você está aqui, dá uma olhadinha em quanto ganha o oftalmologista!
E já que você está aqui na trilha do conhecimento sobre essa especialidade e viu que são muitas as possibilidades de atendimentos cirúrgicos depois de formado, olha só que bacana: ao escolher a Oftalmologia, você já pega mão em cirurgia, sabia? Tem muita prática desde o R1! A cirurgia oftalmológica é um dos procedimentos mais realizados nos estágios da residência médica em oftalmo. Confira abaixo como isso funciona em duas das mais importantes instituições do país!
Na USP-SP (Universidade de São Paulo), por exemplo, os residentes do primeiro ano atuam na maior parte do tempo fazendo o gerenciamento e a organização da logística das cirurgias e podem operar ao final de alguns dias. Já os R2s auxiliam nas cirurgias e também podem operar cirurgias próprias depois de um tempo. Os R3s já botam a mão na massa e participam fazendo cirurgia oftalmológica nos dias agendados e, nos demais dias, todos os residentes estão nos ambulatórios das especialidades.
Daí tem de tudo: retina, glaucoma, neuroftalmologia, estrabismo, córnea, uveítes, plástica ocular, orbitopatias, visão subnormal, catarata e lente de contato. Além disso, os residentes do primeiro e do segundo ano também atuam no Pronto-Socorro de Oftalmologia, mas são os R2s os responsáveis pelos plantões noturnos. Aproveita para dar uma olhada em como é a residência em oftalmologia lá na USP!
Na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) não muda muita coisa não! Mas a cirurgia oftalmológica que é a menina dos olhos dos residentes do segundo ano é o bloco de cirurgia de catarata, uma vez que lá se aprende a fazer essa que é uma das cirurgias mais realizadas no país.
Fora que, a partir do segundo ano, os residentes têm a oportunidade de fazer os estágios fora do Brasil, pois a instituição faz intercâmbio anual com Stanford, Harvard, Bascon-Palmer e Chicago. Uma excelente oportunidade de crescimento e aprendizado! Confere a nossa conversa com alguns alunos da Unifesp para ter uma ideia do dia a dia da residência em oftalmo por lá!
Na Unicamp as coisas não são tão diferentes. Contudo, por lá o contato com a cirurgia começa já no primeiro ano. No R1 os residentes já vão ter contato com operação de pterígio, enucleação e evisceração. No R2 os estágios são similares, contudo, são introduzidas as tão aguardadas cirurgias de catarata. Ao chegar no R3, vem o aprimoramento e refinamento das técnicas, além da introdução de procedimentos novos.
Tudo isso você pode conferir com bem mais detalhes no nosso papo com os estudantes de Oftalmologia da Unicamp. Confere lá!
O que faz mesmo brilhar o olho de quem busca a residência médica em oftalmologia é a ideia de fazer uma cirurgia oftalmológica! Então, vamos lá! Sabia que a oftalmologia é uma especialidade que envolve muita tecnologia? Isso porque os avanços tecnológicos na área acontecem de maneira muita rápida e constante! São dezenas de exames complementares existentes, realizados por aparelhos avançados pra auxiliar no diagnóstico das doenças oculares.
E com as cirurgias a coisa não é diferente! Muitas delas dependem de equipamentos modernos que aumentam a segurança e melhoram os resultados dos procedimentos. Isso vai demandar do médico muita dedicação e uma rotina de estudos constantes pra dar conta de acompanhar toda essa modernidade, que não para! Listamos algumas cirurgias oftalmológicas recorrentes, se liga!
Uma das modalidades mais conhecidas e realizadas entre as cirurgias oftalmológicas é a cirurgia refrativa. Todas as pessoas que usam óculos de grau, ou seja, que sofrem de vícios de refração, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, podem fazer essa cirurgia. As principais técnicas cirúrgicas que são empregadas nesses casos são a LASIK e PRK – ambas consistem em aplicação a laser; e também existe uma técnica mista bastante recente chamada SMILE. A recuperação da pessoa operada costuma ser rápida. Costuma-se dizer que a cirurgia não é indicada para graus mais altos de miopia e astigmatismo, por exemplo. Contudo, essa avaliação sempre dependerá da avaliação médica, seja para qualquer variação de grau.
Outra das cirurgias oculares mais comuns é a de catarata. Normalmente, ela é feita utilizando a técnica de facoemulsificação e o paciente fica sob anestesia local e sedação leve. É um procedimento delicado, que envolve uma aparelhagem extremamente moderna e um cirurgião bem treinado, mas que pode ser realizada tanto em hospitais públicos quanto clínicas particulares especializadas.
Agora, a cirurgia de glaucoma é a mais realizada no mundo! A trabeculectomia convencional é eficaz em até 90% dos casos, pois cria uma via alternativa de drenagem, que leva o humor aquoso para o espaço subconjuntival. Por outro lado, é uma cirurgia que apresenta vários riscos e complicações, além de algumas vezes não ser definitiva, o que não é bom pro paciente. Além disso, em algumas situações o processo de cicatrização faz com que, ao longo dos anos, a pressão geralmente volte a subir e não é incomum que o paciente precise novamente de colírios ou de outro procedimento.
Outra cirurgia oftalmológica comumente realizada é a blefaroplastia ou cirurgia plástica das pálpebras. Nem sempre o procedimento é puramente estético já que a funcionalidade da pálpebra pode ficar comprometida em pacientes idosos. O procedimento é rápido e realizado sob anestesia local e sedação. Ela é indicada para retirar o excesso de pele, chamado de dermatocálase, e bolsas de gordura palpebrais, restaurando os contornos naturais e melhorando a aparência do rosto. O pós-operatório normal é tranquilo e indolor, exigindo apenas um repouso relativo, compressas geladas e cuidados com a lubrificação ocular.
A gente não pode deixar de falar da cirurgia de estrabismo que serve pra alinhar os olhos e não apenas melhora a estética e a autoestima do paciente, como em alguns casos, principalmente nos lactentes, pode ser fundamental para manter a visão do paciente. Tanto adultos quanto crianças podem ser submetidos a esse procedimento. O planejamento dessa cirurgia é feito de acordo com o tipo de estrabismo e o tamanho do desvio ocular, e existem diversas técnicas cirúrgicas, a maioria usando fios de sutura absorvíveis que não precisam ser retirados após a cirurgia.
Se a gente for comparar os tipos de cirurgias realizadas na oftalmologia com outras áreas da medicina, ela possui algumas vantagens. Por vezes, o impacto na recuperação e na qualidade de vida do paciente oftalmológico é muito maior e ainda há o benefício para o paciente de que as intervenções cirúrgicas nos olhos podem, muitas vezes, ser realizadas a laser. Claro que isso vai exigir muita atenção, delicadeza e precisão do cirurgião, no entanto promove uma recuperação muito mais rápida e quase indolor!
Sem falar que as taxas de sucesso das cirurgias oculares são bastante altas e o avanço da medicina pode garantir excelentes resultados na correção ou estabilização das doenças que acometem os olhos. Os procedimentos tendem a ser cada vez menos invasivos, mais rápidos e com resultados mais satisfatórios, como é o caso da cirurgia de catarata. Se antes era realizada uma incisão ampla para remover o cristalino danificado, hoje em dia é possível removê-lo com mínimas incisões, em torno de 2 a 3 mm de profundidade, sem qualquer dor ou desconforto pro paciente.
No caso das cirurgias refrativas, com o uso de tecnologia de ponta, já é possível utilizar a moderna técnica a laser SMILE, que corrige em poucos minutos os graus de miopia e astigmatismo e ainda mantém a córnea do olho intacta! Com isso a recuperação é ainda mais rápida no pós-operatório.
E se você quer se embrenhar no universo das cirurgias oftalmológicas, prepare-se para atender pacientes de todas as idades, desde crianças até idosos! Uma possibilidade do especialista nessa área é se dedicar exclusivamente aos problemas de visão de uma determinada faixa etária. Desde o nascimento, as investigações oculares começam e não param mais. Primeiro há o teste do olhinho, depois as crianças em idade escolar frequentemente procuram por esse especialista. Os adolescentes também buscam atendimento por conta do uso excessivo de celulares, computadores e jogos eletrônicos. E os idosos, que por causa da idade avançada requerem cuidados especiais com a visão, na maioria dos casos são prevalentes em cirurgias corretivas.
Agora que você já sabe um pouquinho mais sobre as cirurgias oftalmológicas e decidiu que esse é o caminho que você vai seguir, é preciso dar o primeiro passo! Afinal, antes de tudo você precisa se tornar o Oftalmologista! Para isso, fazer uma boa residência médica é fundamental — e você pode contar com a gente! Dá uma olhada na Academia Medway e comece a estudar do jeito certo com nossos materiais gratuitos: guias estatísticos, e-books, aulas grátis e muito mais! Pra começar só depende de você! Vem com a gente, vamos estudar juntos!
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Capixaba, nascido em 90. Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e com formação em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP) e Administração em Saúde pelo Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Apaixonado por aprender e ensinar.