Fala, pessoa! Nos últimos dias, nós falamos sobre o quadro clínico dessa doença, certo? Então, dessa vez vamos comentar mais sobre o diagnóstico da síndrome de Bouveret. Vai ser um artigo para te ajudar a entender os exames de imagem, então você verá muita imagem para poder consultar no futuro.
Então, vamos aprender como fechar o diagnóstico para não deixar passar esses casos.
Na síndrome de Bouveret, os exames laboratoriais têm pouca utilidade para nos ajudar a bater o martelo.
Alguns achados que podem estar presentes: aumento de bilirrubinas e de enzimas hepáticas, porém, estão presentes em apenas 1/3 dos pacientes. Aqui, os exames de imagem são de maior ajuda.
Neles, vamos procurar: sinais de obstrução intestinal, pneumobilia e o cálculo extrabiliar.
Nesse exame, conseguimos encontrar os achados citados apenas em 40% – 50% dos casos. A pneumobilia pode ser sutil demais para o raio X e o cálculo pouco radiopaco. Dessa forma, só deve ser realizado se for o único exame disponível.
Esse exame é mais útil do que o raio X, porém, também pouco sensível e com limitações. Pode mostrar sinais de colecistite, como espessamento da parede da vesícula, delaminação da parede da vesícula, borramento de gordura perivesicular e os cálculos propriamente ditos.
Além disso, consegue visualizar o estômago distendido, pneumobilia e, se o examinador for experiente, localizar o cálculo ectópico.
Porém, o gás intestinal pode dificultar a visualização das estruturas e o exame ser inconclusivo.
A tomografia é o exame de escolha, tendo 93% de sensibilidade, 100% de especificidade e 99% de acurácia diagnóstica.
Além de fechar o diagnóstico, a tomografia também nos ajuda a visualizar e caracterizar a fístula, avaliar o tamanho e quantidade de cálculos, e nos fornece a presença de outras complicações, como abscesso. Isso nos ajuda no planejamento terapêutico do doente.
Cerca de 20% – 40% dos casos têm o diagnóstico final confirmado apenas no intra-operatório, quando a cirurgia é indicada por abdome agudo obstrutivo sem fator evidente. Isso acontece principalmente nos casos em que o cálculo não é visível na tomografia.
Esse foi mais um texto nosso sobre essa doença! Se você gostou, não esqueça de ver outros conteúdos de Medicina de Emergência no nosso Blog. E se você quer aprender um pouco mais sobre outros temas iguais esse e quer estar preparado para lidar com a sala de emergência, conheça o PSMedway. Por meio de aulas teóricas, interativas e simulações realísticas, ensinamos como conduzir as patologias mais graves no departamento de emergência.
Médica pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro com residência em Cirurgia Geral pela Unifesp.