DIU de cobre no pós-parto: esclareça todas as dúvidas

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Entre os métodos contraceptivos não hormonais, o dispositivo intrauterino de cobre é considerado um dos mais seguros e eficazes. Entretanto, a utilização do DIU de cobre no pós-parto pode gerar dúvidas e ainda é pouco difundida no Brasil. No artigo de hoje, esclarecemos o assunto. Venha com a gente! 

Tipos de anticoncepcionais

Antes de falarmos do DIU, vamos explicar rapidamente quais são os tipos de anticoncepcionais. Eles podem ser hormonais e não hormonais. Ambos apresentam vantagens e desvantagens, e a indicação dependerá do estado de saúde da paciente. 

Métodos contraceptivos hormonais 

Nesse caso, a contracepção é feita com o uso de hormônios femininos sintéticos. A administração hormonal tem o intuito de interferir na ovulação ou na fecundação e costuma utilizar os métodos: 

  • pílula anticoncepcional;
  • pílula do dia seguinte;
  • adesivo anticoncepcional;
  • injeção contraceptiva;
  • implante hormonal;
  • SIU – sistema intrauterino liberador de levonorgestrel;
  • anel vaginal. 

Métodos contraceptivos não hormonais

Já os métodos contraceptivos não hormonais não utilizam nenhum tipo de carga hormonal. Eles criam um impedimento físico para a fecundação, sendo os procedimentos mais comuns:

  • vasectomia e laqueadura;
  • preservativo masculino;
  • preservativo feminino;
  • DIU. 

O que é o DIU 

Os dispositivos intrauterinos (DIU) são considerados métodos de contracepção de longa duração, também conhecidos como LARCs, que significa “Long Acting Reversible Contraceptives”. Possuem baixa taxa de descontinuidade, além de serem práticos e bem tolerados. Eles são divididos em duas categorias: 

  • DIU hormonal (progesterona isolada);
  • DIU não hormonal (com cobre ou cobre com prata). 

O que é DIU de cobre

Após essa breve introdução, vamos nos concentrar no DIU de cobre, certo? Ele é um método não hormonal que desencadeia uma reação inflamatória no endométrio, liberando prostaglandinas e citocinas tóxicas aos óvulos e espermatozoides. 

Pequeno e flexível, o dispositivo tem o formato de um “T”, com cilindro ou fio de plástico revestido com cobre. Colocado no interior do útero, ele pode durar até 10 anos. O DIU não hormonal revestido com outros materiais, como prata, deve ser substituído após cinco anos de uso. 

O dispositivo intrauterino de cobre é o método de longa duração mais utilizado em todo o mundo. Apesar disso, ele é pouco difundido em nosso país. Estima-se que apenas 2% da população feminina brasileira na menacma opte por esse tipo de anticoncepcional.

Como funciona o DIU de cobre

O DIU de cobre não é um método associado à anovulação. Ele age impedindo a gravidez por meio da liberação de íons, que imobilizam o esperma e dificultam a motilidade em torno do útero. Para entender mais sobre o mecanismo de ação do método, dá só uma olhada neste artigo!

O índice de Pearl do contraceptivo é de 0,8 para 100 mulheres. Isso significa que apenas 8 em cada 1.000 usuárias podem engravidar utilizando o método, em um período de um ano. Por isso, ele é considerado muito eficaz.

Uso do DIU de cobre no pós-parto 

Como falamos, esse contraceptivo é uma boa opção para as pacientes que desejam um método eficaz, reversível, sem hormônios e de longa duração. Ele pode ser oferecido para pacientes em qualquer fase da vida reprodutiva, incluindo o período pós-parto. 

No entanto, o uso do DIU de cobre no pós-parto exige alguns cuidados. A inserção deve ser realizada cerca de dez minutos após a dequitação placetária ou em até 48 horas após o parto.

A partir desse período, a colocação de DIU pós-parto não é recomendada, já que o risco de perfuração uterina é maior. Dessa forma, o ideal é esperar de quatro a seis semanas após o parto para fazer a inserção. 

Vale ressaltar que, quanto mais precoce for a colocação do DIU pós-parto, menor é a taxa de expulsão. Segundo dados da OMS, os dispositivos inseridos logo após o parto têm taxa de expulsão de até 15% no período de seis meses, e até 2,8% no período de dois anos.   

Contraindicações do uso DIU de cobre no pós-parto 

Geralmente, o uso do DIU de cobre no pós-parto não representa nenhum risco ou aumenta as chances de complicações. Entretanto, existem alguns casos em que o método é contraindicado. São eles: 

  • febre durante o trabalho de parto;
  • hipotonia ou atonia uterina pós-dequitação;
  • infecção intrauterina recente ou ativa;
  • rotura das membranas ovulares em um período maior que 24 horas antes do parto. 

Apesar das poucas contraindicações, a inserção do DIU de cobre no pós-parto é eficaz, segura e vantajosa. Além disso, é indicada para pacientes em fase de amamentação, já que não há a administração de hormônios. 

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AnaUbinha

Ana Ubinha

Nascida em Morungaba, interior do estado de São Paulo, em 1994. Formada em Medicina pela Universidade São Francisco em 2018. Residência em Ginecologia e Obstetrícia na Escola Paulista de Medicina - Unifesp. "A persistência é o caminho do êxito".