Escorbuto: tudo que você deve saber

Fala, pessoal! Tudo certo com vocês? Hoje vamos conversar sobre uma doença raramente vista na nossa prática clínica, mas que antigamente ocorria com bastante frequência. Estamos falando do escorbuto!

Você sabe o que é escorbuto? Essa doença é causada pela deficiência grave de vitamina C (ou ácido ascórbico). 

Para começar a falar sobre o escorbuto… 

Bom, claro que o fato de um cantor famoso ter adquirido essa doença em pleno século XXI não é motivo suficiente para nossa discussão, mas o motivo de isso ter acontecido com ele com certeza é. 

O escorbuto teve seu “auge” no século XVIII, principalmente durante as navegações, uma vez que era uma doença associada aos marinheiros que realizavam viagens longas em navios (provavelmente por não terem frutas e legumes a bordo devido à dificuldade de armazenamento). 

Ok, mas o que James Blunt tem a ver com isso? Bom, se vocês leram a manchete, perceberam que isso aconteceu após uma dieta completamente carnívora (sim, ele comia apenas carne 100% do tempo, sem frutas, sem vegetais. Nada além de carne). 

E é exatamente aí que mora o perigo. A vitamina C (ácido ascórbico) não é produzida pelo ser humano, portanto, deve ser adquirida a partir da dieta e ela está presente principalmente em frutas cítricas, tomate, batata, brócolis, morango e pimentões, ou seja, basicamente frutas e legumes. 

E por que a vitamina C é importante para o nosso organismo? Ela é responsável pela formação do colágeno, carnitina, hormônios e aminoácidos, ou seja, é praticamente responsável pelo bom funcionamento do nosso organismo e por isso é importante discutir sua deficiência. 

Mas o que essa doença causa?

Sintomas mais inespecíficos relacionados a todas as deficiência de vitaminas podem ocorrer de forma precoce (cansaço, fraqueza, perda de peso, etc.), mas os sintomas mais específico só começam a aparecer meses após a depleção total da vitamina C, sendo os mais comum:

• hiperqueratose folicular;
• hemorragias perifoliculares;
• gengivas inchadas, arroxeadas, esponjosas e friáveis;
• pode haver perda dentárias;
• infecções secundárias;
• artralgia;
• dificuldade em cicatrizar feridas;
• hemorragias espontâneas (equimose na pele, conjuntival, gengival).

Para diagnosticar o escorbuto, precisamos apenas da clínica compatível do paciente e, eventualmente, da confirmação laboratorial com dosagem de ácido ascórbico (geralmente presente em poucos centros acadêmicos) mostrando um valor < 0,2 mg/dL (ou < 11 mcmol/L).

Prevenção e tratamento do escorbuto 

O tratamento do escorbuto consiste simplesmente na administração de Vitamina C e controle de sintomas.

Em adultos, a reposição é feita com 100-500 mg de ácido ascórbico via oral 3x/dia durante 1-2 semanas ou até que os sintomas desapareçam. Além disso, é importante orientar a manutenção de uma dieta nutritiva, com alimentos que apresentam vitamina C em sua composição. 

Em relação à prevenção, podemos falar sobre a manutenção de uma dieta nutritiva, sem necessidade de reposição contínua. 

Para finalizar, outros exemplos… 

Pessoal, para finalizar, gostaria de mostrar a vocês que, embora a doença não seja mais tão comum como no século XVIII, ainda não foi completamente “erradicada”. Infelizmente, vez ou outra, ainda vemos casos de Escorbuto. 

Para ilustrar, vou deixar o link de algumas reportagens sobre casos de Escorbuto (em pleno século XXI!) 

• Menina de 2 anos com escorbuto (2021);
• Escorbuto no Afeganistão (2001);
• Escorbuto na Austrália (2016).

Curtiu saber mais sobre o escorbuto?

Agora já discutimos sobre o escorbuto! Mas ainda há mais conteúdo sobre essa doença para explorar, né? Então, fique de olho no nosso blog para saber mais!

Continuem estudando e nos encontramos em breve! Ah, e se quiser conferir mais conteúdos de Medicina de Emergência, dê uma passada na Academia Medway. Por lá, disponibilizamos diversos e-books e minicursos completamente gratuitos. 

Referências

1. JOHNSON, Larry E. Deficiência de Vitamina C. Manual MSD (versão para profissionais da saúde). University of Arkansas for Medical Sciences. 2020. Disponível em < https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-nutricionais/defici%C3%AAncia-depend%C3%AAncia-e-toxicidade-das-vitaminas/defici%C3%AAncia-de-vitamina-c >. Acesso em 24/04/2022.