Especialização em Saúde Coletiva: como se aprofundar no tema

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O conhecimento em saúde coletiva une o melhor de dois mundos. As ciências biomédicas e sociais trabalham para ajudar a população em seus direitos para garantir qualidade de vida e bem-estar. Não é à toa que muitos médicos se interessam por essa área e querem investir na especialidade. Contudo, acredite: atualmente, não há uma especialização em saúde coletiva direcionada exclusivamente para profissionais da Medicina.

Mas se você considera seguir por esse caminho, calma! Existem outras maneiras de se aprofundar no tema e se tornar um profissional atuante na comunidade. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura que a gente te explica tudo sobre como guiar seus estudos da maneira certa!

O que é saúde coletiva

Antes de falar sobre a especialização em saúde coletiva, vamos explicar um pouco mais sobre esse conceito para quem só tem uma ideia básica. Essa área multidisciplinar tem como objetivo entender como as doenças se espalham pelas comunidades e como é possível organizar o sistema de serviços de saúde para combatê-las.

A disciplina surgiu na década de 1970 no Brasil, quando parte da população tinha dificuldades de acesso ao atendimento público de saúde. A partir dos problemas identificados, um movimento político foi organizado para reivindicar direitos e solicitar uma reforma sanitária no país.

Essa transformação, inclusive, ajudou no desenvolvimento do que hoje a gente conhece como Sistema Único de Saúde, o SUS. Ou seja, muito do que existe hoje se deve justamente aos resultados que essa reforma trouxe para a saúde brasileira.

O profissional da área pode atuar em quatro frentes: epidemiologia, que estuda doenças e mecanismos de transmissão; gestão de serviços de saúde, voltada para a administração de atendimentos e projetos; promoção da saúde, que desenvolve políticas e estratégias para promover a saúde; e saúde da família, que envolve todos os membros de uma mesma comunidade nessas políticas.

Ainda é importante ressaltar que saúde coletiva e saúde pública são conceitos diferentes. A saúde pública está ligada ao modo como o cidadão pode garantir um padrão de vida com total assistência à saúde. A saúde coletiva atua como complemento a essa proposta, traçando projetos, projeções e avaliações para identificar as necessidades da comunidade.

Especialização em saúde coletiva: como se aprofundar

Não existe uma especialização em saúde coletiva exata e exclusiva. Principalmente, uma que tenha um conteúdo preparado para profissionais da Medicina. Entretanto, existem programas de pós-graduação em saúde coletiva em diversas faculdades.

Você pode optar por cursos lato sensu, de menor duração, ou strictu sensu, como mestrado e doutorado. Essas opções costumam ter linhas de pesquisa bem específicas, como, por exemplo, a Atenção Básica em Saúde da Família, uma das mais populares. Em geral, isso varia de acordo com as quatro áreas principais da saúde coletiva.

É possível encontrar esse tipo de curso em instituições como Unicamp, UFRJ, UERJ, UFBA, Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz, entre outras. Existe também um curso de graduação, mas é mais difícil encontrar e ele não é tão difundido quanto as pós-graduações. Embora seja uma alternativa mais longa, pode ser considerada especialmente para quem já tem graduação em Medicina.

E para quem quer uma residência?

A saúde coletiva também não é uma residência. Sendo assim, não dá para se tornar um médico especificamente dessa área. Mas se você ainda quer se aprofundar no tema e realmente se dedicar a essa aquisição de conhecimento, existem dois programas de residência que podem ajudar muito a preencher essa lacuna. Veja só!

Medicina de Família e Comunidade

A residência médica em Medicina de Família e Comunidade tem a duração de 2 anos e é de acesso direto. Durante o programa, o residente atua em postos de saúde e é acompanhado por uma equipe multidisciplinar formada por enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes de saúde.

A carga horária se divide em atividades práticas e teóricas, além de reuniões com preceptores e tutores. Há incentivo para desenvolver projetos e pesquisas em paralelo. O residente também terá que encarar uma carga de plantões, mas nessa especialidade ela não é tão alta.

Para completar, precisará estar em contato direto com a população da região em que atende, acompanhará casos de outras especialidades e fará encaminhamentos após um atendimento primário.

As visitas domiciliares também são comuns a esse especialista, assim como pequenos procedimentos e intervenções ambulatoriais. Ao final da residência, o residente ainda pode escolher adicionar um ano de estudo em duas subespecialidades: a Hansenologia ou a Medicina Paliativa.

Na primeira temporada do podcast Finalmente Residente, nós entrevistamos o Lucas Padilha, formado em Medicina de Família e Comunidade pela USP-RP, uma das instituições com atuação mais reconhecida e consolidada nessa especialidade. Dá uma olhada no que ele contou pra gente:

Também já conversamos com residentes da USP-SP que nos contaram sobre o serviço, dá uma olhada aqui

Medicina Preventiva e Social

A residência médica em Medicina Preventiva e Social também dura 2 anos e é de acesso direto. O residente realiza suas atividades em hospitais, unidades básicas de saúde, centros epidemiológicos e centros que atendem a comunidade.

É preciso passar também certo período acompanhando outras especialidades, como a Clínica Médica, a Cardiologia, a Ginecologia, a Urologia e a Psiquiatria.

Ao longo do programa, o residente aprende a desenvolver ações voltadas para o bem-estar do paciente e da comunidade, elaborar recomendações de promoção à saúde pública, calcular riscos, fazer rastreamentos que colaborem para diagnósticos precoces de doenças mais comuns, entre outras atividades.

Por fim, as duas especialidades passam por estágios na área de gestão e administração de hospitais e centros de saúde. No caso da Medicina Preventiva e Social, parte dessa etapa pode acontecer na Secretaria de Saúde local, de acordo com a proposta do programa.

E então, gostou de saber mais sobre a especialização em saúde coletiva e como ela pode ser feita? 

Com base nessas informações, você pode escolher qual caminho mais quer seguir e se tornar um profissional referenciado no mercado. Afinal, a carência de médicos que se aprofundam no tema é grande, então você terá várias oportunidades de trabalho e projetos em sua carreira. Basta se dedicar!

Se a sua opção é seguir pelas residências que mostramos, se preparar adequadamente é muito importante, porque as provas não são fáceis. Na Academia Medway, você encontra vários conteúdos ricos e gratuitos para ajudar você a encará-las, como o Guia Estatístico da USP-RP, que mostra os temas que mais caíram na prova dessa instituição nos últimos anos. 

Agora, se você quer estudar com os melhores professores, aprovados nas grandes residências do país, com mais tempo de dedicação, a dica é que você conheça os Extensivos da Medway. São cursos que ocorrem ao longo do ano, com diversas opções de duração e de conteúdo para que você adapte sua preparação ao seu momento de formação, esteja você no quinto ano, no sexto, ou recém-formado! Aproveite!

AlexandreRemor

Alexandre Remor

Nascido em 1991, em Florianópolis, formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2015 e com Residência em Clínica Médica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP (HC-FMUSP) e Residência em Administração em Saúde no Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). Fanático por novos aprendizados, empreendedorismo e administração. Siga no Instagram: @alexandre.remor