Esquizofrenia: sintomas e quadro clínico desse transtorno

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Fala, meu povo! Tudo certo com vocês? Bora lá para mais um texto para nosso Blog! E hoje vamos conversar sobre um tema delicado, ainda (infelizmente) cheio de pré-conceitos, mas muito importante: transtornos mentais! Mais especificamente sobre esquizofrenia! Mais especificamente, sobre os sintomas e o quadro clínico.

Hoje, damos início a uma série de textos sobre essa doença, na verdade! Serão três: o primeiro é esse. No segundo, vamos falar sobre o diagnóstico e, no último, sobre o tratamento da patologia.

O espectro da esquizofrenia é um dos transtornos mentais mais graves e desafiadores da psiquiatria. E, por que “espectro”? Justamente porque, assim como na maioria das patologias psiquiátricas, não existe um único quadro clínico ou um grupo definido de sinais e sintomas, ou mesmo uma forma rápida e simples de fazer o diagnóstico. 

Os pacientes com essa hipótese diagnóstica, em geral, são seguidos e acompanhados por anos a fio para que o diagnóstico seja definido. Entretanto, sua ampla complexidade quanto à etiologia, evolução e tratamento continua despertando interesse, principalmente pelas repercussões no indivíduo por ela acometido, nas famílias e também na sociedade. 

Na verdade, na verdade…

Atualmente, a esquizofrenia não é bem classificada como uma doença, mas sim como um grupo de transtornos mentais com sinais e sintomas de natureza crônica e progressiva, que podem ser agrupados em categorias diferentes. 

Temos a categoria dos sintomas positivos, que incluem alucinações e delírios representando uma ruptura com a realidade; e também a categoria dos sintomas negativos, que inclui sinais de empobrecimento do pensamento, da experiência emocional e do envolvimento social.

De médico e de louco todo mundo tem um pouco

Claro que não é loucura! De forma alguma. O espectro da esquizofrenia atinge aproximadamente 1% da população mundial. Muita coisa, né? SIM!

Cerca de 100 milhões de pessoas sofrem atualmente com o transtorno, e ele encontra-se entre as 10 principais causas de incapacidade no mundo. Os portadores do espectro da esquizofrenia morrem, em média, 15 a 20 anos mais cedo do que a população geral e apresentam aumento de 5% a 10% de risco de morte por suicídio do que a população geral. 

E, por isso, como médicos, devemos estar atentos e conhecer o transtorno para conseguirmos diagnosticar! E qual o primeiro passo?

Conhecendo o quadro clínico…

As manifestações clínicas da esquizofrenia são diversas. Seus sintomas envolvem disfunções cognitivas, comportamentais e emocionais e podem ser divididas em sintomas positivos e negativos, como vimos. 

Sintomas positivos

Aqui temos alterações do pensamento, tanto no curso, quanto no conteúdo. Como assim? Os pacientes frequentemente apresentam desorganização do fluxo de pensamento, bem como afrouxamento de associações e tangencialidade (nunca vão direto ao ponto, o objetivo da fala nunca é atingido). Mas, além disso, também apresentam delírios (persecutórios, niilistas…).

O delírio é uma crença falsa e incorrigível que não é consonante com a realidade social e cultural do indivíduo. O paciente tem uma convicção extraordinária em algo que não está baseado em experiência ou evidências empíricas e que tem conteúdo não condizente com a realidade. 

O delírio de (auto)referência é aquele em que o paciente acredita que fatos cotidianos são todos referentes à sua pessoa: acha que todas as pessoas da rua estão falando dele ou quando um grupo de pessoas ri, certamente ele (ou ela) é o alvo! 

Até mesmo ao ouvir programas na televisão e/ou rádio, ou nas redes sociais, pode acreditar que há mensagens escondidas para si.

Mas, nos sintomas positivos não há apenas aqueles relacionados ao pensamento, mas também à sensopercepção e conduta. A alucinação auditiva é a mais comum da sensopercepção e talvez a manifestação mais famosa da esquizofrenia… 

Os pacientes ouvem vozes ameaçadoras, de comando, que podem ou não conversar entre si. Entre as alterações de conduta, podemos citar: inquietação, estereotipias, conduta bizarra e risos imotivados. 

Sintomas Negativos

Aqui temos embotamento afetivo, pobreza de conteúdo de pensamento, apatia e anedonia. Os sintomas negativos podem ser primários, característicos do próprio eixo central do transtorno, ou secundários, quando decorrentes de outras manifestações da doença ou até de seu tratamento.

Bom, por hoje é isso…

Saúde mental é um assunto sério, e deve ser discutido no nosso dia a dia! Os transtornos mentais dependem não apenas de atributos individuais, como inteligência emocional, organização e controle de pensamentos e comportamentos sociais, mas também o meio social, cultural e econômico, ou seja, o ambiente em que o indivíduo está inserido. Eles impactam significativamente sobre a saúde com consequências sociais e econômicas em todos os países do mundo! Daí a importância de falar sobre o assunto…

Mas, não paramos por aqui, hein? Além dos próximos textos sobre Esquizofrenia, especificamente, em nosso Blog temos vários textos que versam sobre Saúde Mental. Fica aqui a indicação de “Como cuidar da saúde mental durante os estudos para residência médica”. Mas também temos textos sobre outros transtornos mentais importantíssimos, como depressão e de personalidade. Confiram lá, ok?

Beijo e até a próxima!

PRA CIMA!

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LarissaMenezes

Larissa Menezes

Nascida em Franca/SP, em 92, formou-se em medicina pela PUC-Campinas, em 2018. Especialista em Clínica Médica pela UNICAMP e completamente apaixonada por essa área cheia de detalhes e interpretações. Filha de professora e de um ávido leitor, cresceu com muito amor pelo ensino também, unindo essa paixão à medicina.