Doença de Parkinson: fisiopatologia e quadro clínico

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Você conhece a doença de Parkinson e, provavelmente, até já viu algum paciente com o diagnóstico. Ela é conhecida pelos tremores típicos, mas as manifestações clínicas vão muito além disso. Que tal saber como a fisiopatologia do Parkinson ocorre?

No texto de hoje, vamos falar um pouco mais sobre essa doença e como o Parkinson ocorre. Vamos mencionar quais são as principais manifestações clínicas.

Como a doença de Parkinson ocorre?

Se você tem arrepios ao ler a palavra “fisiopatologia”, fique tranquilo. Nosso objetivo é sempre descomplicar tudo sobre a fisiopatologia do Parkinson. É importante conhecer um pouco da patogênese básica para entender melhor os sintomas, o diagnóstico e o tratamento.

No caso da Doença de Parkinson (DP), ocorre perda de neurônios dopaminérgicos na substância nigra. A substância nigra e a via nigroestriatal fazem parte do sistema extrapiramidal, uma das principais vias motoras do sistema nervoso central.

A deficiência da dopamina causa hipersensibilidade na denervação dos receptores dessa via, o que, em suma, resulta em sintomas motores da doença. Além disso, há depósito da proteína alfa sinucleína, que forma os corpos de Lewy.

Alguns estudos sobre a fisiopatologia do Parkinson sugerem que esse depósito começa na medula e no bulbo olfatório, o que explica manifestações precoces da doença, como distúrbio do sono e alterações do olfato.

Manifestações clínicas da doença de Parkinson

Antes de aparecerem os sintomas motores, o primeiro sinal a surgir é a alteração do olfato. Essa mudança pode ser causada por problemas na identificação dos cheiros ou até por distorção do odor.

Como mencionado, outro sintoma que acomete até 80% dos pacientes com DP são os distúrbios do sono. Os mais comuns são: insônia, fragmentação do sono, síndrome das pernas inquietas e despertar matinal, o que leva à sonolência diurna excessiva.

Outras manifestações não motoras incluem manifestações dermatológicas — a dermatite seborreica é a mais comum. Além disso, com o avanço da doença, aparece a disfunção da cognição e do humor: é comum que o paciente desenvolva demência, psicose, alucinações e transtornos depressivos.

Na doença de Parkinson, também aparecem sinais autonômicos, como hipotensão postural, constipação intestinal, fadiga, sudorese, alterações urinárias e disfunção sexual.

Sintomas motores

Esses são os principais sintomas do Parkinson. Eles conferem a aparência típica do doente, que pode ser identificado apenas com um olhar por especialistas. Existem quatro manifestações cardinais da DP, mostradas com mais detalhes abaixo.

Tremor

Na doença de Parkinson, os tremores geralmente ocorrem durante o repouso, ou seja, é possível percebê-los quando o membro é sustentado pela gravidade e não se relaciona a alguma ação.

São assimétricos (podem acometer ambos lados, porém, de forma desigual). Caracteristicamente, no ato de contar moedas, há um tremor em pronação-supinação. É mais comum em membros superiores. No entanto, pode aparecer em membros inferiores, como mandíbula, língua e até cabeça.

Bradicinesia

A bradicinesia é a lentidão dos movimentos. Dá para percebê-la a partir de passos mais curtos, congelamento da marcha e festinação, descrita como um impulso de dar passos mais rápidos e curtos ao iniciar a marcha, porém sem conseguir sair do lugar.

Nos membros superiores, a bradicinesia pode ser notada por redução ou ausência do balanço dos braços com a marcha. Isso porque o normal é balançar o braço junto ao corpo ao andar. No doente com Parkinson, o membro fica “estático”.

Rigidez

Outra manifestação bem conhecida é a rigidez dos membros. Ela gera o famoso sinal da roda denteada, em que há alternância de resistência seguida de relaxamento à medida que o examinador move o membro do paciente.

Instabilidade postural

No caso da doença de Parkinson, essa manifestação é mais tardia, grande responsável pelas quedas frequentes. O indivíduo sofre com uma sensação de desequilíbrio, impulsionada pela bradicinesia e pelas disfunções autonômicas.

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IsabelaCarvalhinho Carlos de Souza

Isabela Carvalhinho Carlos de Souza

Capixaba de Vitória, nascida em 1995. Formada pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericória (EMESCAM) de Vitória em 2018. Formada em Clínica Médica pelo HC FMUSP de São Paulo.