Se liga na quantidade de especialidades médicas que existem: são mais de 50, com campos de atuação muito variados e que trazem muitas contribuições para a saúde da população e para a pesquisa. Tanto é que cada uma delas tem uma homenagem específica em diferentes datas. Agora, é a vez de falar sobre o Dia do Psiquiatra!
Esse é o especialista que explora a mente humana, uma estrutura supercomplexa e que tem uma área de estudos ampla na Medicina. Sua principal função é prevenir, diagnosticar e tratar transtornos emocionais e comportamentais, que prejudicam a vida de muitas pessoas de diversas idades e realidades por aí.
Mas pode acreditar, seu intenso trabalho vai muito além. Quer saber mais sobre ele? Continue com a gente nessa leitura e aproveite para saber como se tornar psiquiatria e celebrar seu dia muito em breve!
A celebração do Dia do Psiquiatra acontece em 13 de agosto. Essa data é muito especial para a especialidade, porque é nela que, em 2016, a Associação Brasileira de Psiquiatria foi criada. A comemoração é recente, mas a história da Psiquiatria, não.
É provável que essa seja uma das primeiras especialidades médicas do mundo, com registros históricos de observação de transtornos mentais em civilizações antigas, mas que começou a ganhar mais destaque no fim do século XIX. Mais ou menos por volta dessa época, os psiquiatras começaram a ser chamados pejorativamente de “médico de louco”.
Uma ideia ultrapassada e que não tem nada a ver com o trabalho do especialista ou com as condições de seus pacientes. Na verdade, o psiquiatra tem uma atuação de intensa dedicação para aliviar o sofrimento de indivíduos com níveis variados de distúrbios relacionados a sentimentos e emoções.
Seu perfil une conhecimento, técnica, empatia e muita paciência. Afinal, é preciso desenvolver um forte vínculo com o paciente, para entender bem o que ele sente e o que ele precisa para ser diagnosticado e tratado corretamente.
O trabalho desse profissional também é, muitas vezes, multidisciplinar. Como os transtornos mentais são muito complexos, pode ser que outros profissionais precisem entrar em cena ao longo do tratamento. São eles psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, fonoaudiólogos, entre outros.
A principal atividade do psiquiatra são as entrevistas. Por meio delas, ele consegue identificar como estão as funções psíquicas do paciente, o que inclui humor, percepção, sensibilidade, atitude, entre outros. Os principais distúrbios tratados na especialidade abrangem depressão, esquizofrenia, bipolaridade, ansiedade, transtornos alimentares e quadros de dependência química.
Existem pouco mais de 11 mil especialistas registrados no Brasil. Essa é uma especialidade de alta demanda, em especial depois da pandemia da Covid-19, que agravou o número de doenças mentais. A faixa salarial do psiquiatra ultrapassa, inicialmente, os R$ 6 mil, mas é possível aumentar os ganhos conforme o número de pacientes e os locais de atuação.
Ao concluir a residência médica, o psiquiatra ainda pode obter o título de especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria, por meio de um exame específico. É uma excelente maneira de melhorar o currículo e atestar sua qualificação profissional para trazer mais segurança aos pacientes.
Para fazer parte das comemorações do Dia do Psiquiatra, você precisa percorrer um longo caminho de estudos na residência médica. A gente já falou um pouco sobre como é a residência em Psiquiatria na Unifesp, mostrou as instituições mais buscadas para fazer essa especialidade e mostrou as opções para quem quer especializar mais depois de terminar o programa.
Mas aqui, vamos relembrar um pouco sobre o que rola ao longo da residência. Ela tem a duração de 3 anos e é de acesso direto. E cada um dos anos acontece da seguinte maneira, confira!
O primeiro ano de residência médica tem atividades em enfermarias e ambulatórios de Psiquiatria Geral. É nesse momento inicial que o residente passa por estágios em rodízio dentro da Clínica Médica e no Centro de Atenção Psicossocial, o Caps.
Há uma carga teórica um pouco maior, a depender da instituição. Em geral, os alunos estudam sobre Psicopatologias e Psicofarmacologia, além de participar de muitas discussões de casos clínicos depois de passar por atuação em enfermarias de internação de Neurologia.
Já no segundo ano, o futuro psiquiatra passa por mais estágios práticos em enfermarias. Realiza interconsultas psiquiátricas e lida com crianças e adolescentes, além de conhecerem ambulatórios de Transtornos de Humor.
Aqui, alguns plantões podem acontecer, mas a carga não costuma ser muito grande. Há também trabalho em interconsultas específicas, como em ambulatórios de psicose, ansiedade e depressão, transtorno bipolar, dependência de substâncias, entre outros.
A carga do terceiro ano costuma ser um pouco mais leve em termos práticos. As atividades ambulatoriais se voltam para procedimentos, como ECT e aplicação de cetamina. Há também estágios e rodízios optativos.
Pode haver estudos destinados a Psiquiatria Geriátrica, Psiquiatria Forense e Psiquiatria Comunitária. E por fim, acontece um treinamento especial em psicoterapia e reabilitação. É importante lembrar que, quanto mais o psiquiatra avança na residência, mais pesados são os casos que lidam. Muitos pacientes não têm qualquer tipo de apoio familiar e ainda outros problemas de saúde. Então, é preciso muita garra para enfrentar tudo com profissionalismo e oferecer os melhores tratamentos.
As áreas de atuação do psiquiatra são um tanto quanto restritas, mas oferecem boas possibilidades de desenvolvimento profissional. Na maior parte, é simplesmente atendimento ambulatorial, tanto em consultório particular por convênios ou em rede pública.
Ele também pode trabalhar com urgências psiquiátricas, em enfermarias especializadas ou com foco somente em interconsultas. A demanda por profissionais ainda é significativa no Caps, que teve seu número ampliado nos últimos tempos.
Depois dessa leitura você já sabe quando é o Dia do Psiquiatra e tudo o que esse profissional tão importante faz. Ficou com vontade de seguir por esse caminho? Então é hora de começar a se preparar para conquistar a vaga dos sonhos e se especializar.
A gente pode te ajudar nessa missão! Assine a newsletter da Medway para conferir mais dicas e novidades sobre nossos cursos e estratégias para passar na residência médica.
Catarinense e médico desde 2015, Djon é formado pela UFSC, fez residência em Clínica Médica na Unicamp e faz parte do time de Medicina Preventiva da Medway. É fissurado por didática e pela criação de novas formas de enxergar a medicina. Siga no Instagram: @djondamedway