Residência em Pediatria: como funciona, duração, áreas de atuação e mais!

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Quem ingressa na residência em Pediatria tem a oportunidade de acompanhar os pacientes em diversas fases de desenvolvimento, além de auxiliar as famílias na construção da saúde infantil. Isso exige muita dedicação e torna essa área da Medicina especial.

Além de apresentar as principais características da Pediatria, este texto também vai abordar como funciona a residência médica na área: desde o processo seletivo até a rotina do programa, duração e possibilidades de subespecialização. Se você tem interesse em seguir esse caminho, continue a leitura!

O que é Pediatria

Todas as pessoas passam por consultas com o pediatra em alguns momentos da vida, mas você sabe exatamente o que é Pediatria? Essa área da Medicina trata pacientes de diversas faixas etárias, do recém-nascido até o adolescente. Porém, cada público tem peculiaridades de desenvolvimento e doenças mais prevalentes.

O especialista em Pediatria atua como um médico generalista para o público infantil, pois trata uma grande variedade de doenças. Ele também realiza diagnósticos, faz trabalhos preventivos e acompanha o desenvolvimento dos pacientes.

Como um clínico geral, o médico pediatra deve saber diagnosticar diferentes enfermidades e identificar quais casos complexos devem ser encaminhados para outros especialistas. Como é necessário ficar por dentro dos avanços científicos de diversas áreas, esse profissional nunca deve parar de estudar.

Ao entender o que significa Pediatria, fica mais fácil visualizar que o especialista lida constantemente com a família dos pacientes. Por isso, deve ter sensibilidade para orientá-los sobre prevenção de doenças, tratamentos, cuidados rotineiros e até alimentação.

Como é a rotina do pediatra

O especialista em Pediatria pode atuar em ambulatórios, prontos-socorros, consultórios, clínicas particulares, centros de terapia intensiva e enfermarias de hospitais. Esse profissional cuida de todo e qualquer processo, inicial ou não, que envolva a saúde do público infantojuvenil.

Embora haja casos de acidentes, como pode acontecer em toda sala de emergência, a rotina do pediatra no pronto-socorro é muito influenciada pela sazonalidade. Algumas doenças, como bronquiolite viral aguda, gastroenterite e otite, acometem muito mais as crianças nos meses de inverno.

No trabalho em clínicas, o especialista em Pediatria tem a oportunidade de acompanhar o caso de cada paciente com mais frequência. Com isso, também surge a responsabilidade de orientar os pais adequadamente em cada fase do desenvolvimento da criança. 

Por isso, além de realizar o trabalho médico, o especialista em Pediatria deve ser empático e desenvolver a habilidade de comunicação. Segundo Joana Rezende, pediatra formada pela UFRJ e professora da Medway, é preciso ter paciência com as crianças, que costumam chorar e nem sempre deixam examinar, e com a família.

“Ouço muito que tal pessoa ‘não seria pediatra porque não aguentaria a família’, porém, já se colocou no lugar de uma mãe com um filho doente? Por isso, empatia é importante. Ao mesmo tempo, é preciso ter segurança e confiança no seu trabalho, de forma a tranquilizar a família, e ser observador, pois a criança, muitas vezes, não vai ser capaz de falar o que está sentindo”, completa. 

Subespecialidades da Pediatria

Para se tornar um pediatra, o médico deve fazer a residência em Pediatria de acesso direto, com duração de três anos. Isso também é pré-requisito para a residência em áreas mais específicas, que pode durar de um a três anos, dependendo do campo escolhido.

Há subespecialidades ligadas à faixa etária que o especialista em Pediatria vai atender, como a Neonatologia, que possibilita o estudo e o tratamento de fetos e recém-nascidos até o 28º dia de vida, ou a Hebiatria, que aprofunda os conhecimentos específicos sobre a saúde dos adolescentes.

Entre as opções de especialidades com pré-requisito, também estão:

  • Oncologia pediátrica;
  • Cardiologia pediátrica;
  • Endocrinologia pediátrica;
  • Pneumologia pediátrica;
  • Neurologia pediátrica;
  • Gastroenterologia pediátrica;
  • Infectologia pediátrica; e
  • Medicina Intensiva Pediátrica.

Investir em uma subespecialidade da Pediatria amplia as oportunidades no mercado de trabalho, pois, de acordo com a área que escolher, o profissional pode atuar com exames complementares, pareceres, interconsultas e até cirurgias complexas.

Confira um conteúdo completo sobre as subespecialidades da Pediatria!

Quanto ganha um pediatra?

De acordo com o site Vagas, o salário do pediatra é em média R$ 12.107,86 no mercado de trabalho brasileiro. O valor pode variar dependendo do estado, da carga horária e das subespecialidades do médico.

“Se você vive de plantões, a média do plantão de 12h na Pediatria varia de 1.200 a 1.800 reais. Geralmente paga melhor do que na Clínica Médica. Aí basta multiplicar pelo tanto de plantão que você quer dar. Com um consultório bem estabelecido, o céu é o limite. Acho que um salário em torno de R$ 25.000 para um médico com algum tempo no mercado é perfeitamente alcançável”, comenta Joana.

Além disso, as possibilidades salariais também são diferentes quando se atua na área da educação médica, ao associar-se a planos de saúde ou dividindo consultórios com médicos já reconhecidos no mercado. 

Como funciona a residência em Pediatria

Estrutura geral e carga horária

A residência em Pediatria tem duração de três anos, com uma carga semanal de até 60 horas: 40 horas de atividades práticas e teóricas e 20 horas de plantão, distribuídas conforme cada estágio

Objetivos do programa

O programa busca formar o pediatra para:

  • Assistência integral ao crescimento e desenvolvimento infantil;
  • Reconhecimento de fatores ambientais, sociais e culturais;
  • Promover aleitamento materno, imunizações e prevenção de acidentes;
  • Trabalho em equipe interdisciplinar e contínuo aprendizado.

Rodízios e atividades desenvolvidas

O residente do primeiro ano concentra-se na atenção básica, internações, urgência e emergência. Exposição aos seguintes núcleos: Neonatologia, IU, centro obstétrico, enfermaria pediátrica, unidades básicas de saúde, ambulatórios gerais e emergência pediátrica.

No segundo ano, o foco se volta para subespecialidades (gastroenterologia, alergia/imunologia, dermatologia, cirurgia pediátrica), além de rodízios em UTI pediátrica e neonatal, centro obstétrico, enfermarias (HUOC, IMIP) e ambulatórios especializados.

Já no terceiro ano, o residente assume maior protagonismo supervisionando R1 e R2, conduzindo seminários, discussões, além de rotinas em UTI, enfermaria geral e diversas subespecialidades. Também é possível incluir um rodízio opcional conforme interesse.

Além da residência, é possível obter o título de especialista em Pediatria por meio de uma pós-graduação e da prova de título da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Já temos um conteúdo explicando sobre como obter o TEP!

Instituições para fazer residência médica em Pediatria

A seguir, algumas das instituições mais concorridas para o programa de residência médica em Pediatria!

USP-SP

A residência em Pediatria na USP-SP é uma das mais concorridas do país. Ao longo dos três anos de formação, os residentes atuam no renomado complexo hospitalar da universidade, composto principalmente pelo Hospital Universitário (HU) e pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), com ênfase no Instituto da Criança (ICr), referência nacional no atendimento pediátrico.

A formação é altamente diversificada e proporciona vivência em diferentes níveis de complexidade, além de forte inserção acadêmica e científica.

UNESP

A UNESP Botucatu também se destaca como uma excelente opção para quem busca uma formação sólida em Pediatria. O programa é realizado em um complexo hospitalar robusto, que atende uma população estimada em mais de 2 milhões de pessoas.

Além do conhecido Hospital das Clínicas de Botucatu, a formação na instituição inclui experiências no Hospital Estadual de Botucatu, no Serviço de Atenção e Referência em Álcool e Drogas (SARAD) e em dois prontos-socorros: um pediátrico e outro adulto, proporcionando ao residente contato com diferentes perfis de pacientes e contextos clínicos.

UNIFESP

A residência em Pediatria da UNIFESP é realizada no Hospital São Paulo. Lá, o residente tem a oportunidade de desenvolver habilidades clínicas e teóricas por meio de um treinamento em serviço completo e bem estruturado.

A programação inclui estágios em diversas áreas da Pediatria: desde o ambulatório de especialidades e de Pediatria geral até a UTI pediátrica, neonatologia, pronto-socorro infantil e enfermaria. Essa diversidade torna o programa um dos mais completos da região Sudeste.

Hospital Mater Dei (PSU-MG)

O Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte (MG), é uma das instituições privadas que mais se destacam na residência médica em Pediatria na região. A unidade Santo Agostinho ofereceu 3 vagas para Pediatria no edital do PSU-MG 2024 e atraiu a inscrição de 193 candidatos, refletindo sua alta concorrência.

A formação é reconhecida por seu ambiente de excelência assistencial, tecnologia de ponta e acompanhamento próximo dos preceptores.

Título de Especialista em Pediatria (TEP)

Como citado, para se tornar um pediatra, o caminho começa com a graduação em Medicina, seguido pela residência médica em Pediatria, que dura de dois a três anos. Durante esse período, o médico recebe treinamento intensivo em diversas áreas do cuidado infantil, como neonatologia, imunização, desenvolvimento infantil e atendimento em urgências e emergências pediátricas.

A Prova de Título em Pediatria (TEP)

Após a conclusão da residência, ou para médicos com experiência comprovada na área, é possível obter o Título de Especialista em Pediatria (TEP), concedido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) . A prova do TEP é composta por duas etapas:

  • Prova Teórica: avalia o conhecimento técnico-científico do candidato sobre diversas áreas da pediatria, incluindo diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças infantis.
  • Prova Prática: analisa a capacidade de aplicação do conhecimento em situações clínicas reais, exigindo do julgamento profissional clínico e habilidades de comunicação.

O TEP é um diferencial importante no mercado de trabalho, pois comprova a qualificação e o compromisso do pediatra com a excelência no cuidado infantil. O edital do processo seletivo de 2025 já foi divulgado e você pode conferir as principais informações clicando AQUI.

Como se preparar para a residência médica?

Se você pretende fazer residência para se tornar especialista em Pediatria, precisa se preparar para as provas, que são bem puxadas nas melhores instituições.

No entanto, a melhor maneira de se destacar nos processos seletivos é direcionar os estudos. Que tal contar com a nossa ajuda? Os nossos cursos preparatórios contam com tudo o que você precisa saber para se sair bem nas provas teóricas, práticas e entrevistas. Confira e aproveite!

Thays Yada (Pucca)

Thays Yada (Pucca)

Professora da Medway. Formada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Catanduva (FAMECA), com residência em Pediatria pela Escola Paulista de Medicina/Univerisdade Federal de São Paulo (EMP-UNIFESP). Siga no Instagram: @pucca.medway